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Sexualidade

Vasectomia não leva à impotência

Publicado em 31/07/2019
Revisado em 11/08/2020

A vasectomia é um método contraceptivo seguro e eficaz, que não requer internação hospitalar e é realizado com anestesia local. Saiba mais.

 

Vasectomia é um método de contracepção cirúrgica extremamente seguro, rápido e simples, realizado com anestesia local e que não requer internação hospitalar. Apesar disso, boa parte dos homens reluta em se submeter à vasectomia por medo. “O homem tem medo de qualquer coisa que o leve à sala de cirurgia, ainda que saiba que se trata de uma pequena cirurgia com anestesia local. Homens e mulheres são muito diferentes nesse aspecto”, revelou o dr. Sami Arap, professor de urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e médico do Hospital das Clínicas (HC) e do Hospital Sírio-Libanês, ambos em São Paulo, em entrevista ao Portal Drauzio Varella.

O procedimento interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos pelos  testículos para a vesícula seminal, de onde seguiriam para a  uretra.

A cirurgia é bastante simples: requer uma pequena infiltração local com anestésico e uma incisão de 1 cm de cada lado do saco escrotal. Depois, o médico isola digitalmente os canais deferentes que levam os espermatozoides do epidídimo (ducto que coleta e armazena os espermatozoides produzidos pelo testículo) para a uretra e anestesia novamente. Em seguida, corta-se os deferentes, interpõe-se tecido conjuntivo entre os dois pontos para evitar a recanalização e fecha-se a incisão. O paciente é liberado em seguida e pode retomar suas atividades diárias.

Na verdade, a maioria dos homens não pensa que vai ficar impotente. Eles são tomados por um sentimento tênue e fluido de medo da diminuição da própria masculinidade, uma vez que se tornaram estéreis. Uma coisa nada tem a ver com a outra

O homem que se submete à vasectomia continua ejaculando normalmente, embora o sêmen deixe de conter espermatozoides. Para ter certeza de que a cirurgia deu certo, o médico recomenda a realização de um espermograma, exame que mede a presença e a quantidade de espermatozoides no sêmen, depois de um ou dois meses após o procedimento. Antes disso, o paciente deve usar preservativo durante as relações sexuais.

 

Virilidade x Esterilidade

 

É comum, no entanto, que os homens associem a vasectomia à impotência. “Não existe nenhum prejuízo ou vantagem orgânica com relação à potência ou à performance sexual”, afirmou o dr. Arap. O médico explica que, ao contrário do que muitos pensam, a libido do homem que se submete à vasectomia tende a melhorar, pois ele passa a fazer sexo sem preocupação. “Do ponto de vista sexual, a vasectomia representa um benefício para o casal.”

A relação entre virilidade e esterilidade não faz sentido do ponto de vista biológico, mas durante muito tempo essa associação foi tida como verdadeira. No imaginário de muitos homens, aqueles que não podem mais gerar filhos deixam de ser viris. “Na verdade, a maioria dos homens não pensa que vai ficar impotente. Eles são tomados por um sentimento tênue e fluido de medo da diminuição da própria masculinidade, uma vez que se tornaram estéreis. Uma coisa nada tem a ver com a outra”, salientou o médico.

Além de seguro e rápido, a vasectomia é um método contraceptivo bastante efetivo, cuja eficácia é próxima de 100%. “É extremamente importante informar a população das vantagens desse método para o controle da natalidade, desfazer os preconceitos machistas que o cercam e divulgar os lugares onde o serviço está à disposição”, reforçou o dr. Arap.

Pela legislação brasileira, o paciente que deseja se submeter à vasectomia deve ter no mínimo 25 anos ou pelo menos dois filhos nascidos vivos. Para realizar a cirurgia pelo SUS, é necessário observar um prazo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o procedimento, período em que a pessoa passará por aconselhamento com equipe multidisciplinar para desencorajar a esterilização precoce.

Homens casados precisam do consentimento expresso da esposa para realizar a vasectomia. A mesma exigência vale para mulheres que desejam se submeter à laqueadura, procedimento bem mais invasivo que consiste no fechamento das tubas uterinas para impedir a descida do óvulo do ovário e a subida do espermatozoide.

 

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Reversão da vasectomia

 

A reversão da vasectomia é mais efetiva se realizada três ou quatro anos depois da vasectomia. Nesse período, o espermograma é bom em 90% dos casos e em 70% existe a chance de a mulher engravidar. À medida que o tempo passa, a taxa de sucesso da reversão diminui.

A cirurgia de reversão não é oferecida pelo SUS.

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