Especialista fala sobre o funcionamento dos medicamentos para ereção, recomendações sobre o uso e contraindicações importantes. Leia a entrevista completa.
O mecanismo da ereção depende de duas vias fundamentais. Uma é o cérebro. Se ele não entrar nesse circuito, a ereção não ocorrerá, pois parte do cérebro o estímulo psicológico que, através da medula espinhal, atinge os nervos que vão enervar o pênis, uma estrutura anatômica predominantemente vascular, com um corpo cavernoso de cada lado.
Os corpos cavernosos funcionam como esponjas. Quando seus vasos dilatam e no pênis entra mais sangue do que sai, acontece a ereção. Esse mecanismo fisiológico dos corpos cavernosos depende especialmente da liberação de um mediador químico, o óxido nítrico, cuja ação na parede dos vasos provoca vasodilatação e facilita a entrada de sangue. Hoje, existem dois grupos de medicamentos que auxiliam o funcionamento do mecanismo da ereção. Um grupo age nos receptores do sistema nervoso central que manda estímulo para o pênis e o outro age diretamente nos vasos dos corpos cavernosos, especialmente sobre uma enzima que favorece a liberação do óxido nítrico assegurando vasodilatação mais eficaz e, portanto, maior afluxo de sangue e ereção de melhor qualidade.
Esses remédios são bastante seguros e apresentam mínimos efeitos colaterais, razão da imensa popularidade que alcançaram nos poucos anos que estão no mercado farmacêutico.
DROGAS DESCOBERTAS POR ACASO
Drauzio – De repente, surgiram no mercado diversos medicamentos capazes de provocar ereção ou auxiliar o mecanismo da ereção. A que se deve esse fato?
Plínio Góes – O homem sempre procurou drogas que aumentassem a libido e a performance sexual. No entanto, foi só nos últimos anos que apareceram diversas drogas capazes de auxiliar o mecanismo da ereção. A primeira foi o sildenafil, descoberta quase que por acaso e que está no mercado há cinco anos.
Ela foi descoberta quando pesquisadores testavam drogas para a vasodilatação coronariana, ou seja, para as artérias do coração, e perceberam que um dos efeitos colaterais que apresentavam era provocar ereções. A partir daí, passaram a pesquisar moléculas semelhantes que pudessem promover melhor ereção para os homens e, hoje, existem no mercado quatro drogas que interferem no mecanismo da ereção. Três têm ação semelhante, o sildenafil, o vardenafil e o taladafil; e uma, a apomorfina, difere um pouco na forma de ação.
Drauzio – Essas três drogas que têm um mecanismo semelhante diferem em que aspectos?
Plínio Góes – O mecanismo de ação é praticamente o mesmo. As moléculas são bastante semelhantes. Variam os tempos da ação (início e duração do efeito) e os efeitos colaterais.
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IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO PSICOLÓGICO
Drauzio – O laboratório que produz o tadalafil anuncia que essa droga garante ereção por 36 horas. Você poderia explicar o que isso quer dizer, pois algumas pessoas acham que a ereção se mantém por todo esse tempo?
Plínio Góes –Não é bem assim. O que acontece é o seguinte: a ação dessa droga dura 36 horas e nesse período o homem manifesta maior facilidade, fica mais propenso para conseguir a ereção. Sem estímulo, porém, o principal elemento para desencadear a ereção, não existirá o efeito da droga.
Se o homem tomar o comprimido de tadalafil e ficar sentadinho num canto, nada acontecerá. É preciso que haja estímulo cerebral para que certas substâncias sejam liberadas e provoquem a ereção.
Drauzio – Com certeza o que trouxe tamanha popularidade para essas drogas foi a necessidade de haver um estímulo psicológico, pré-requisito fundamental para ocorrer a ereção quaisquer que sejam as circunstâncias.
Plínio Góes – De fato, injetar uma droga no pênis ou fazer qualquer outro tipo de manobra na hora do ato sexual pode não trazer a vantagem que um comprimido tomado durante o jantar, por exemplo, oferece e que permite responder ao estímulo, no momento em que ocorrer, com ereção de boa qualidade para uma relação completa.
EFEITOS COLATERAIS E DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA
Drauzio – Quais são os principais efeitos colaterais desses medicamentos?
Plínio Góes – Assim como promovem a dilatação dos vasos do pênis, esses medicamentos promovem também a dilatação de outros vasos do corpo. Por isso, o rubor facial é um dos efeitos que podem surgir. Dor nas costas semelhante à provocada por medicamentos que liberam certos neurotransmissores, cefaleia (dor de cabeça) e congestão nasal são os outros. Trata-se de efeitos passageiros que ocorrem entre 5% e 15% dos casos e que revertem espontaneamente com o término da ação da droga.
Drauzio – Muitos se preocupam com a dependência psicológica desses medicamentos. Pensam assim: tomo esses remédios e depois não consigo ter mais ereção se deixar de usá-los. Tem procedência essa preocupação?
Plínio Góes – Tendo em vista a dependência psicológica que qualquer medicamento pode provocar, é preciso pesar muito bem as indicações. Por exemplo, prescrever o medicamento para uso recreativo a um indivíduo que não necessita dele deve ser cuidadosamente ponderado, pois há casos de pacientes que não tinham problema médico nenhum e passaram a ter ereção só quando tomavam o medicamento. Na verdade, o maior inimigo da ereção é a adrenalina. A tensão pode perturbar todo o mecanismo erétil. A pessoa imaginar que sem medicação não terá sucesso, em 50% dos casos, por mero efeito psicológico, isso realmente poderá acontecer.
Drauzio – Temos larga experiência com vasodilatadores em medicina por causa dos vasodilatadores coronarianos. Sabe-se que eles não induzem dependência psicológica nem química. No caso desses medicamentos para ereção, a dependência – se é que existe – seria puramente psicológica?
Plínio Góes – O mecanismo fisiológico da ereção não cria dependência desses medicamentos. Agora, o mecanismo psicológico pode tornar o indivíduo dependente do uso da medicação. Isso quer dizer que a droga em si não causa dependência química, mas, conforme o caso, pode provocar dependência psicológica.
Drauzio – Esses medicamentos criam tolerância? Há a necessidade de aumentar gradativamente as doses?
Plínio Góes – Não criam tolerância. Portanto, não há necessidade de aumentar as doses já que o corpo não se acostuma com a medicação.
DROGAS QUASE PERFEITAS
Drauzio — Imaginar há dez anos que surgiria no mercado uma droga de ação relativamente rápida que provocaria a ereção e que só começaria a agir se houvesse estímulo psicológico, que não produz tolerância nem dependência, que exerce sua ação e depois é excretada naturalmente pelo organismo, todos diriam que isso não passava de um sonho e que nunca apareceria uma droga com tais características, não é?
Plínio Góes – Esse foi sempre o grande sonho do homem tanto é que essas drogas se transformaram nas drogas do século, talvez do milênio. Antes delas, não havia nenhuma opção por via oral. Havia drogas injetáveis ou outros tipos de medicação que podiam ajudar, mas nada comparável a tomar um comprimido e garantir uma ereção de boa qualidade. No passado, muitos problemas de saúde causavam disfunção erétil e comprometiam a qualidade de vida dos pacientes. Por exemplo, portadores de diabetes, pressão alta ou aterosclerose não tinham ereção que permitisse a penetração. Tomando esses novos medicamentos, conseguem manter uma relação praticamente normal o que representou enorme benefício para eles.
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Drauzio – Você nota no consultório essa melhora na qualidade de vida do homem?
Plínio Góes – Com certeza. Os homens estão procurando mais o consultório dos urologistas para a prescrição dessas drogas e acabam fazendo o exame de próstata, muito importante depois dos 45 anos para a prevenção do câncer de próstata. Esse foi outro benefício que esses medicamentos trouxeram. Antigamente, os pacientes tinham aversão a procurar um urologista. Depois, interessados no tratamento para a ereção, passaram a prevenir problemas de saúde que possam aparecer com a idade.
EXIGÊNCIA DE PRESCRIÇÃO MÉDICA
Drauzio – Quando se analisa o volume de vendas dessas drogas, chega-se à conclusão que a maioria das pessoas toma esses medicamentos por conta própria, não é?
Plínio Góes — As medicações novas exigem prescrição médica. O sildenafil, como já está no mercado há cinco anos, pode ser comprado sem receita. O ideal, porém, seria que todas as drogas só fossem vendidas mediante a prescrição de um médico.
Drauzio – Será?
Plínio Góes – Eu acho que a primeira indicação deveria ser feita por um médico. Depois, se a droga funcionou a contento, o paciente poderia voltar a comprá-la sem a necessidade de apresentar receita. Não sei como esse mecanismo pode ser posto em prática, mas seria necessário que assim fosse feito para garantir o acompanhamento do paciente e sua reação ao medicamento.
CONTRAINDICAÇÕES IMPORTANTES
Drauzio – Quais são as pessoas que não devem ou não podem tomar esse tipo de medicamento de jeito nenhum?
Plínio Góes – São as pessoas que usam cronicamente medicações à base de nitratos para problemas coronarianos. Nitratos provocam a dilatação das artérias coronárias e, se utilizados conjuntamente com a medicação inibidora da enzima fosfodiesterase, podem causar hipotensão, isto é, uma baixa muito grande da pressão.
Drauzio – Quer dizer que as pessoas que tomam medicamentos à base de nitratos ou colocam adesivos que contenham nitrato para provocar a vasodilatação das coronárias, não devem tomar os medicamentos para ereção de forma alguma. A contraindicação se estende também para os cardíacos que não tomam nitrato?
Plínio Góes – Cardíacos que não tomam nitratos estão fora dessa contraindicação formal. Existem trabalhos que mostram que essas drogas ajudam a performance cardiológica dos pacientes com insuficiência coronariana em tratamento cardiológico, porque são vasodilatadoras e melhoram a irrigação do coração. Nem mesmo o esforço que fazem durante o ato sexual descompensa seu quadro clínico.
Drauzio – Mesmo para pessoas com problemas cardíacos sérios o esforço que o ato sexual pressupõe não representa um excesso naquele momento?
Plínio Góes – Pode representar um excesso, mas se a pessoa não tem condições de praticar o ato sexual, tomar ou não o medicamento para a ereção não vai agravar o problema cardiológico nem melhorar sua performance, porque o empecilho está na incapacidade de realizar o exercício físico. Ao contrário, se tiver o vigor físico necessário, as drogas não vão alterar em nada sua situação cardiológica.
Drauzio – Pode-se dizer que estamos diante de drogas que têm efeitos colaterais mínimos e não têm contraindicações graves a não ser para aqueles que tomam nitrato para o coração?
Plínio Góes – São drogas importantes. Mesmo para os pacientes que tomam nitrato, existem outros medicamentos que podem substituí-lo. O cardiologista, no entanto, deve ser consultado se quiserem usar remédios para ereção.
Drauzio – É importante destacar que a pessoa que toma remédio para o coração deve obrigatoriamente consultar seu cardiologista antes de usar medicamentos para ereção, porque pode estar tomando nitrato sem saber.
Plínio Góes – Na verdade, o nome comercial pode não fazer referência à inclusão de nitrato na fórmula do medicamento e só o cardiologista poderá avaliar a possibilidade de a pessoa usar medicamentos que facilitam a ereção.
Drauzio – Quando o sildenafil entrou no mercado, havia a suspeita de que algumas mortes teriam ocorrido sob a ação desse medicamento. Hoje, depois de milhões de pessoas terem tomado essa droga, não existe a descrição de nenhum caso. No geral, essas drogas são realmente seguras?
Plínio Góes – Diversos estudos mostram que são drogas seguras e comprovaram que as referidas mortes tiveram outra causa que não a ação direta da droga. Vários trabalhos americanos e europeus relatam que essas drogas podem ser utilizadas com grande segurança.
Drauzio – Se usado concomitante com essas drogas, o álcool interfere em sua absorção e eficácia?
Plínio Góes – Algumas delas têm a absorção diminuída quando o indivíduo bebe. Outras, os laboratórios atestam que o efeito não se altera com a alimentação e a bebida nem surgem efeitos colaterais. Isso representa uma grande vantagem porque o medicamento pode ser utilizado num jantar concomitantemente com alguma bebida alcoólica sem influência em sua absorção e eficácia.
METAS PARA O FUTURO
Drauzio – Nesse campo, não existia droga nenhuma até alguns anos atrás. Agora, há drogas com 36 horas de ação eficaz. Você acha que surgirá um medicamento que aja por uma semana, um mês, um ano quem sabe?
Plínio Góes – As pesquisas indicam que a tendência é tentar minimizar os efeitos colaterais e aumentar o espectro de ação da droga. O objetivo é diminuir a dosagem e ampliar a duração e a eficácia do medicamento. O que acontece no momento? A ação dessas drogas se manifesta em todo o organismo, o que justifica o empenho em descobrir outras drogas que ajam apenas no pênis e não apresentem efeitos colaterais resultantes de sua ação em outros sistemas orgânicos.
Drauzio – O apelo para o uso dessas drogas é muito grande porque o fantasma da falta de ereção sempre assustou o homem, não é?
Plínio Góes – De fato, diferentemente da mulher, para um desempenho sexual satisfatório o homem depende de alterações importantes em seus órgãos genitais. Sem ereção não há penetração e o intercurso sexual fica comprometido. Esses medicamentos não garantem resultados em 100% dos casos, mas dão a segurança de que vai ser mais fácil obter a ereção. Só isso representa uma conquista que dificilmente deixará de atrair a atenção dos homens.
IMPACTO NO COMPORTAMENTO MASCULINO
Drauzio – Qual o impacto dessa medicação no comportamento masculino?
Plínio Góes – Acho que o homem mudou bastante. Tem menos vergonha de pedir tratamento para seus problemas masculinos. Ele, que sempre procurou ficar longe do médico, está criando o hábito de investigar, de fazer um check-up anual e, nessa hora, aparecem algumas queixas de disfunção erétil – “Não estou conseguindo ter uma ereção de boa qualidade” – e são encaminhados para o urologista. Esse novo comportamento só lhes trouxe benefícios.
Drauzio – Os homens sempre foram muito orgulhosos de sua virilidade e vangloriam-se dela especialmente na presença de outros homens. Daí aparece um remédio que garante ou facilita a ereção e a quantidade de homens que compra esse medicamento é, no mínimo, um fato curioso. Como você justifica a tendência de os mais jovens, que normalmente não têm problemas graves, também se interessarem por esse tipo de medicamentos?
Plínio Góes – O interessante é que mudou a conversa nas rodas masculinas. O papo agora é outro e gira sobre os medicamentos para ereção e sua eficácia. Em relação ao uso recreacional pelo paciente que não tem necessidade, é bom lembrar que essas drogas podem criar dependência psicológica. O indivíduo achar que sua performance foi melhor sob o efeito do remédio, pode estimular o hábito de usá-los e ele só se sentirá seguro para uma relação sexual quando estiver sob seu efeito.
Com certeza, essas drogas ajudam os jovens que vão para a noite e acabam bebendo mais do que deviam. Como se sabe, no começo, o álcool é uma droga que desinibe, mas depois de certa quantidade, prejudica a capacidade de ereção. Nesse momento, tomar um comprimidinho dá a segurança de que, apesar dos drinques a mais, a ereção estará garantida.
Drauzio – Você acha que o impacto desses medicamentos que facilitam a ereção podem ser comparado ao da pílula anticoncepcional para a liberação sexual das mulheres?
Plínio Góes – Acho que sim. A comparação com a pílula é bastante própria. O homem está mais livre e tem a possibilidade de um comportamento sexual mais ativo depois do advento dessas medicações, porque pode contar com uma ereção na hora que quiser. Isso foi bastante benéfico não só como satisfação pessoal, mas para as pessoas que o cercam. Sem ereção, ele acaba deprimido, com problemas no relacionamento familiar e com os amigos. Não há duvida de que essas drogas abriram novos horizontes para os homens.
DIFERENTES UTILIZAÇÕES DESSES MEDICAMENTOS
Drauzio – Nesse mecanismo de ação das drogas, o que difere uma da outra?O que faz com que uma aja durante algumas horas e outras, por mais tempo?
Plínio Góes – O tipo de ação desses remédios depende de sua composição molecular. Todas praticamente possuem a mesma base com algumas variações que vão reverter numa ação mais prolongada ou menos prolongada.
Drauzio – Você acha que os de ação mais prolongada vão substituir os de ação menos duradoura?
Plínio Góes – Acho que não. O medicamento deve ser indicado de acordo com o que o paciente espera dele. Existem pacientes que desejam uma ação prolongada. Tomam o remédio na sexta-feira e ficam garantidos por todo fim de semana. Outros têm medo de qualquer medicamento com ação prolongada e preferem tomar um que dure um pouco menos, mas tenha uma ação mais rápida e comprovadamente mais efetiva.
Drauzio – Sua experiência mostra que esse tipo de medicamento pode ser indicado até que idade? Homens com mais de 80 anos têm algum tipo de contraindicação?
Plínio Góes – Há homens com mais de 80 anos que não precisam desses medicamentos para ter ereção, mas um complemento extra sempre ajuda. Tenho pacientes com 84, 86 anos que já utilizaram essas drogas sem problema algum e com bons resultados.
Drauzio – Você acha que surgirão drogas que aumentarão a libido feminina?
Plínio Góes – Com certeza. Já existem pesquisas sobre a utilização dessas mesmas drogas pelas mulheres, uma vez que a estrutura do clitóris é semelhante à estrutura peniana. Desse modo, acredita-se que elas tenham efeito também para as mulheres no sentido de aumentar a lubrificação, a rigidez clitoriana e, consequentemente, o desejo sexual feminino.
Drauzio – Alguns usuários, especialmente do sildenafil, se queixam de que demoram mais para atingir o orgasmo. Isso de fato acontece?
Plínio Góes – Isso pode ocorrer. Há pacientes que se referem a esse retardo na obtenção do orgasmo o que, na minha opinião, não representa grande inconveniente. Na verdade, esse efeito pode ser benéfico. Por exemplo, indivíduos com ejaculação precoce podem valer-se dele para uma relação sexual mais adequada e satisfatória.
Drauzio – O interesse envolvido na comercialização desses medicamentos é teoricamente bilionário e provocou uma espécie de guerra entre os laboratórios. Essas drogas têm sido anunciadas na mídia. Você acha que o consumidor pode ser prejudicado por esse tipo de publicidade?
Plínio Góes – Acho que a publicidade feita de forma adequada e responsável é benéfica porque esclarece o público. O ruim é quando ela induz o indivíduo a utilizar o medicamento sem controle nem indicação precisa.
Drauzio – E a associação de dois medicamentos? O indivíduo toma um que funciona 36 horas e, antes que seu efeito tenha terminado, toma outro de ação mais rápida.
Plínio Góes – Ainda não foi estudado se seria benéfico ou prejudicial esse tipo de associação medicamentosa. Já estão em andamento trabalhos a respeito da interação dos três medicamentos de composição semelhante com a apomorfina, cujo mecanismo de ação é diferente, mas não se chegou a conclusões definitivas. Portanto, no momento, é absolutamente contraindicada a associação desses medicamentos.