Como planejar o nosso envelhecimento e o de pessoas próximas? Saiba o que fazer quando você se torna cuidador de alguém da família.
A expectativa de vida do brasileiro aumentou, mas isso não significa que as pessoas estão envelhecendo bem. Muitas vezes, familiares viram cuidadores do dia para a noite e precisam aprender rapidamente a cuidar do sono, da higiene, da alimentação e de vários outros aspectos da vida de quem está sendo cuidado.
Neste episódio do Saúde Sem Tabu, Mariana Varella, nossa editora-chefe, conversa com Maria Elisabeth Bueno Vasconcelos, psicóloga e uma das fundadoras da APOIO, uma iniciativa de capacitação para familiares cuidadores. Beth, como é conhecida, foi cuidadora do pai após um AVC e dá dicas importantes de como proporcionar qualidade de vida ao idoso sem deixar de lado o próprio lazer.
Este é o 13º episódio do nosso programa, e aqui é um espaço para discutir temas de saúde que são cercados de preconceitos — e por isso costumam ser pouco ou mal abordados pela mídia e pelos próprios médicos. Seja bem-vindo.
Nos últimos 20 anos a expectativa de vida aumentou cerca de 10 anos. Segundo o IBGE, uma pessoa nascida no Brasil em 2019 tinha expectativa de vida de 76,6 anos. Estamos vivendo mais, mas nem todos envelhecem bem. Doenças como diabetes, hipertensão e acidentes vasculares cerebrais nunca foram tão frequentes.
Assim, a probabilidade de nos tornarmos cuidadores de parentes idosos, sem que estejamos preparados pra isso, vem aumentando — e a de precisarmos de ajuda quando envelhecermos também. Além disso, milhares de pessoas, a enorme maioria mulheres, cuida de filhos e outros parentes que têm limitações físicas ou cognitivas e necessitam de cuidados diários.
É possível se preparar para isso? Como planejar nosso envelhecimento e o de parentes próximos? O que precisamos saber para o caso de, uma hora pra outra, precisarmos cuidar de um familiar? Para falar sobre esse tema, eu trouxe a psicóloga Maria Elizabeth Bueno Vasconcellos, a Beth, que é uma das fundadoras da Apoio (que faz captação de cuidadores) e que também passou pela experiência de ter precisado se tornar cuidadora de um parente. Bem-vinda, Beth. Obrigada pela sua participação.
Maria Elizabeth Bueno Vasconcellos — Obrigada, obrigada.
Beth, eu queria que você começasse contando um pouco da sua história, que é bem interessante. Como você se tornou cuidadora?
Bom, primeiramente eu gostaria de agradecer a você, Mariana Varella, pelo convite de estar aqui, realizando um podcast, Saúde sem Tabu, e à empresa Tena, grande parceira nessa área e nossa patrocinadora dos cursos que realizamos também.
Realmente foi exatamente o que aconteceu: eu dormi filha e me tornei cuidadora do dia pra noite. Quando você assume a responsabilidade de se comprometer em cuidar pelo bem-estar do outro, você se transformou em um cuidador.
Meu pai teve um AVC, ficou todo paralisado do lado esquerdo, cego momentaneamente, teve que aprender a comer, a falar, a andar… Eram tantas demandas, que eu e minha mãe e meus irmãos… Ai, nossa… Demoramos um pouco pra nos engajarmos na rotina do cuidado — que é enorme e infindável. Gerenciar remédios, atividades pra memória, higiene, excreção, alimentação, soro… Tudo isso de uma hora pra outra.
Depois de todo esse furacão, eu convidei duas amigas — uma de infância e outra de faculdade — pra pensarmos num curso prático, que pudesse atender as pessoas nessa situação, e que fosse gratuito para a população, porque já temos muitos gastos com esses cuidados, dependendo do tipo de doença que a pessoa tem.
Elas aceitaram o desafio e depois de um ano bolando todos os detalhes do curso, fomos colocar em prática, pra ver se ele atende às nossas expectativas. O curso chamado “Boas Práticas – Atenção à pessoa idosa” deu tão certo, que estamos no trabalho desde 2012 até hoje, e que, claro, com a pandemia, nosso trabalho ficou online — como todo mundo, né.
Já atendemos oito mil pessoas — o que é muito bacana —, e em nosso site — www.apoiosaudebemestar.com.br —, e no YouTube — Apoio Saúde Bem-estar —, você encontra vários conteúdos que desenvolvemos na pandemia.
Ô, Beth, quais foram as principais dificuldades, né, que você encontrou nesse processo de se tornar cuidadora e que você obviamente não esperava (né, ninguém espera quando acontece assim)?
Olha, eu acho que uma das maiores dificuldades é manter o autocuidado, pra você poder atender depois as necessidades, no caso do meu pai ou outro paciente. Outra dificuldade é encontrar um bom cuidador, pra que você possa dividir as atividades do dia e não ficar tempo integral cuidando, se não a gente acaba não dando conta.
Por incrível que pareça, achar um bom cuidador não é uma tarefa fácil. Você precisa vestir um chapéu de investigador e ir em frente, olhando os sinais que ele apresenta na hora da sua entrevista. Pra mim, em especial, o que mais me chama atenção é o tratamento humanizado, que se percebe nos pequenos detalhes. — Veja, eu tenho um cuidador, digo isso porque ele está conosco há mais de oito anos e meio. E ele estava trabalhando na agência em que contratamos no momento em que meu pai precisava dos cuidados 24 horas por dia. — Mariana, é uma loucura. É gente de manhã, de tarde, de noite… se você não conhece, imagina o paciente!…
É… claro…
Eu escrevia o nome das pessoas num papelzinho e colocava na camisa do meu pai, porque ele olhava e falava “você é o….” e tirava o papel pra olhar o nome da pessoa. E o que mais me chamou atenção é que esse cuidador, quando ele chegava, à noite, ele olhava o rosto do meu pai e dizia “nossa, preciso passar um hidratante. Está muito cedo”.
Este sinal me chamava atenção pra um tratamento diferenciado, e lidar com a falta do cuidador, nossa, eu digo isso porque ano passado, o nosso cuidador quebrou a perna e ficou cinco meses fora de ar. Novamente, tivemos do dia pra noite, resolver tudo que teríamos que fazer: quem ia ficar de manhã, quem ia ficar à tarde, quem ia ficar de noite… Eram tantas demandas, que acabei tendo uma capsulite no braço esquerdo causado por estresse. Você fica sentindo dor 24 horas por dia e não consegue ter um movimento, o que faz muita falta.
E por último, encontrar atividades de interesse da pessoa que você está cuidando e apresentar sempre uma novidade, pra ajudar a estimular o cognitivo e trazer de volta o interesse pela vida.
Beth, você é psicóloga, né. Imagino que a sua formação profissional tenha ajudado, mas por mais se tivesse, né, ou tenha a formação profissional na área da saúde, é muito diferente quando acontece com a gente, né, quando a gente tem que assumir esse papel. Como você se adaptou no seu dia a dia e como a sua profissão você acha que acabou de trazendo, enfim, elementos que ajudaram nesse processo?
Não, eu concordo com você, sim, que claro, ajuda, sim, porque a gente tem o conhecimento, mas, eu acho que acontece com todas as pessoas quando estão envolvidas emocionalmente. Fica mais difícil da gente enxergar os acontecimentos de uma forma mais parcial, sabe? Eu uso muito da minha criatividade pra estimular o meu pai nas atividades, porque ele perdeu um pouco do interesse pelas coisas.
Mais importante aqui, eu acho que é você não deixar de dar alguma atividade por imaginar que o paciente, ele não será capaz de realizar. Isso não deve acontecer, porque se nós menosprezarmos a capacidade de escolha do paciente, ele nem terá essa chance, porque a gente já bloqueia antes de dar.
Agora, uma pessoa que tenha dificuldade de locomoção, um problema como incontinência urinária, dificuldade para se alimentar, tomar banho, entre outros cuidados diários, pode exigir cuidados contínuos, né? Você tem dicas para facilitar o trabalho do cuidador?
Olha, as dicas que eu daria seriam: primeiro, seja responsável em suas atividades, porque você está cuidando de uma pessoa, que além de mostrar suas fragilidades pra você, ela depende de você para tudo; tenha a capacidade de observação aguçada, porque precisará dela tempo integral, afinal você será o braço dele — para o seu paciente —; demonstre motivação em seu trabalho, porque a sua energia reverberará por onde você estiver e contaminará o seu trabalho e o seu paciente; apresente uma boa comunicação, procurando estar presente de corpo e alma ao lado de quem você está cuidando.
Outro dia eu ouvi essa metáfora e achei muito procedente: devemos lavar as mãos pra evitar germes que podem trazer malefícios pra o equilíbrio do idoso ou da idosa, e lavar os olhos, pra que você lave os seus preconceitos, que atrapalham o equilíbrio do outro. Enfim, o foco do cuidado é a pessoa e não a tarefa que ele vai realizar — isso é o mais importante.
O cuidado intensivo, né, em geral, ele recai sobre as mulheres da família. As cuidadoras, elas costumam ser a filha, mãe, esposa, enfim, neta. Como outras pessoas da família podem ajudar, né, pra que a principal cuidadora não fique muito sobrecarregada, né?! Quer dizer, mesmo que tenha uma cuidadora principal ali, outras pessoas da família também devem se engajar nesse cuidado, certo?
Mariana, eu acho que pra que as outras pessoas possam ajudar, a primeira coisa necessária é que a cuidadora admita que precisa de ajuda, e a partir daí, aceitar e confiar que a outra pessoa também pode cuidar.
Por isso, é fundamental que o cuidado seja organizado e documentado. O que que eu quero dizer com as principais atividades da rotina de cuidado elas devem ser anotadas? É muito útil a gente ter um diário, com anotações sobre primeiro, as refeições — o que comeu? Comeu bem? Tem apetite? Reclama ao comer? —; segundo, condições físicas — como que está a pele? Está muito seca? Tem coceiras, vermelhidão, ferimentos? É importante a gente observar os cotovelos, os calcanhares, pernas, unhas e até a boca da pessoa —; três, atividades físicas — a pessoa cuidada tá ativa? Tem interesse em executar tarefas? —; quatro, sono — ela dormiu bem a noite toda? Levantou pra usar o banheiro? Aconteceu algo diferente durante a noite? —; cinco, evacuação — de urina… tem usado o banheiro regularmente? Tem alguma queixa de dor ou ardor ao usar o banheiro? —; seis, medicação — anotar quais os remédios e em quais horários devem ser ministrados —; e por último, quando a outra pessoa ficar com a pessoa cuidada, poderá consultar e manter as anotações em dia, né — isso ajuda demais.
É, imagino que seja importante, né, você primeiro pedir ajuda e também compartilhar esses cuidados para a pessoa que está ajudando também não chegar perdida e não conseguir acompanhar os cuidados, né? Agora, Beth, a gente sabe que existem cuidadores e cuidadoras profissionais, né, mas nem todo mundo pode pagar por esse serviço. Essa área já está bem consolidada no Brasil? Quem são os cuidadores profissionais?
Bom, cuidador de idosos ainda não é uma atividade reconhecida como profissão. Enquanto isso não acontecer, não podemos considerar que a situação está consolidada. Muito se fala sobre os cuidadores, mas pouco se sabe sobre eles. Enquanto a atividade não estiver regulamentada, não é possível definir os pré-requisitos e qual a formação mínima para desempenhar o papel do cuidador — o que é muito prejudicial, né?!
Por outro lado, mesmo que essa regulamentação ocorra, não podemos nos esquecer de amparar quem vem trabalhando como cuidador e que certamente merecerá uma atenção especial, principalmente com o reconhecimento de sua experiência e tempo de atuação.
É, é bom a gente lembrar que cuidador não é só o cuidador do idoso, né, tem cuidador de criança, tem cuidador de adulto, de pessoas com outras limitações que também precisam de cuidados; quer dizer, é um trabalho super importante, que requer habilidades específicas, né, que requer treinamento e que tem que ser reconhecido. Agora, há cursos de capacitação pra cuidadores, né, você mesmo atua nessa área… O que que se aprende nesse curso? Vale a pena fazer também quem não é profissional?
Olha, existem cursos de formação de cuidadores cuja carga horária é superior a 100 horas e cursos de capacitação com duração bem inferior. Eu, juntamente com as outras profissionais, a gente realiza na Câmara Municipal de São Paulo, de 2013 a 2019, gratuitamente, cursos mensais de capacitação, especialmente para familiares leigos. — Veja, eu disse capacitação, e não formação, porque o nosso é só de oito horas. — A gente procura passar, claro, conteúdo, mas também muita coisa prática, que eu acho que eu senti muito a falta disso no meu dia a dia — foi até por isso que a gente inventou esse curso, pra tentar passar alguns conceitos, pra o seu olhar ficar aberto pra isso.
O conteúdo desses cursos deve abordar no mínimo cinco pilares do cuidado: o sono, a alimentação, higiene, excreção e lazer. Mais de oito mil pessoas foram beneficiadas com essa iniciativa, que desde 2018 contou com a parceria da Tena. Lamentavelmente, a Covid interrompeu essa atividade, mas felizmente muito tem sido oferecido de forma virtual, inclusive com o lançamento do curso “Cuidado & conforto”, que já está disponível no site tena.com.br. Buscar qualificação, eu acho que é dever de quem atua ou pretende atuar como cuidador. Então, é uma coisa que a gente deve procurar mesmo, né?!
É, é importante, porque também, às vezes, com algumas dicas você já consegue facilitar o trabalho, né. Às vezes, você não sabe… Quem nunca cuidou, né, de um adulto, por exemplo, e de repente precisa cuidar, tem algumas dicas aí, de higiene, de como você falou, de medicação, que podem facilitar muito a vida.
Desculpa te interromper, mas eu me lembro que antes de eu fazer o curso, eu não tinha a menor ideia. Meu pai teve um AVC na minha frente, mas eu não sabia que ele estava tendo um AVC, e depois que eu fiz no curso meu olhar mudou, porque fala pras pessoas “quando uma pessoa está na sua frente, está apresentando alguma coisa diferente, manda ela cantar uma música — ela não vai conseguir —; manda ela levantar os braços — ela não vai conseguir —; pede pra ela sorrir — ela não vai conseguir —, porque a boca vai entortar. Corre, liga pro SAMU e leva ela pro hospital, porque ela está dentro de AVC” e eu nunca mais esqueci disso. Então, são coisas que a gente grava, né?!
Lógico. É claro que ninguém sabe, né, como vai envelhecer. A gente não tem essa capacidade de previsão. É impossível, né, a gente prever boa parte das doenças, dos problemas que a gente vai ter com avançar da idade, mas alguns cuidados pra evitar problemas futuros podem ser realizados ainda na juventude, né, ainda na fase adulta… Enfim, você acha que é possível planejar a nossa velhice de alguma forma ou ela é totalmente imprevisível?
Não, eu acho que ela é totalmente possível de planejar a nossa velhice, principalmente se tivermos acesso ao atendimento médico preventivo, levando em conta o histórico de doenças da família — e com isso podemos, sim, evitar problemas. Imprevisível é aquilo cuja causa não pode ser prevista, que nos pega de surpresa, Portanto, muito já se sabe sobre prevenção.
Por exemplo, fumar, que já foi moda e algo estimulado décadas atrás, é uma prática que provoca várias doenças. Isso é um exemplo simples de que podemos planejar nossas ações e desenvolver hábitos mais saudáveis, pra que na velhice possamos colher os benefícios, e na realidade o que se pode fazer é relativamente simples, porque envolve o cuidar. Eu digo isso, porque envolve o cuidar do corpo, o cuidar da mente, procurando aprender sempre, da meditação ou outra atividade que causa bem-estar, da vida social…
O importante é termos consciência de que também precisamos nos preparar pra uma velhice que pode vir acompanhada ou não de um adoecimento. Apesar de não existir uma receita, cada pessoa pode avaliar as suas condições de vida e criar estratégias que tragam maior segurança, e isso pode ser até com coisas simples. Por exemplo, ganhar um filhote de pitbull ao completar 60 anos. É uma raça que crescerá muito forte e com muita energia. Além disso, pode viver entre 12 e 16 anos. Será que eu terei condições físicas de cuidar e conviver com esse tipo de animal? Esse tipo de raciocínio eu posso adotar para outras situações e experiências, planejando o que a curto prazo serão bons pra gente, né.
Claro. E Beth, só para gente encerrar aqui, eu queria saber uma coisa: a gente falou muito do cuidado, né, com o paciente ou com a pessoa que precisa de cuidado, mas a saúde e o cuidado do cuidador também é importante — dele com ele mesmo —, né; quer dizer, cuidar do outro é uma atividade muito desgastante. Que dica você tem para o cuidador se cuidar?
As dicas que eu daria pro cuidador se cuidar é pra ele continuar fazendo o que ele mais gosta, nas horas [vagas], que são poucas, né, porque cuidador tem gente que trabalha das oito da manhã até às seis, às vezes emenda à noite… Mas procurar fazer um exercício, se ele gosta de ir no cinema, vai ao cinema ver um filme, vai caminhar no parque, procurar atividades que lhe proporcionem lazer.
E também, sempre que possível, né, fazer uma viagem. Mão precisa ir para lugares longes, mas se você gosta de praia, vai aproveitar o mar, nossa… Sentir o sol, pra mim, o aquecedor do sol, me dá muito prazer, sabe? Você se sente saudável, bonita… E isso é uma bola de neve; a gente acaba passando pra onde a gente está cuidando, né?
Claro, claro. É importante se cuidar também, porque, né, um cuidador que não esteja bem, não vai conseguir fazer bem o seu trabalho. E infelizmente, Beth, a gente está chegando ao fim, eu gostaria que você deixasse aqui as suas recomendações, pra quem precisa se tornar cuidador da noite pro dia, pra alguém que não é profissional.
A primeira coisa que eu diria é: não se desespere. Não há mal que perdure e sempre acabamos achando uma solução pra tudo. Pode demorar para nos encaixarmos como gostaríamos, numa rotina perfeita, mas nem sempre a vida é tão fácil assim, né?
Procure ser positivo e fazer da vida o mais leve possível, mesmo que você esteja carregando um caminhão nas costas, porque a partir do momento que conseguimos realizar atividades com leveza, elas deixam de se tornar obrigações e passam a fazer parte da nossa vida. Boa sorte a todos que venham participar deste universo.
Bom, esse podcast — Saúde sem Tabu — tem apoio da Tena, marca líder mundial em produtos para incontinência urinária. Beth, muito obrigada pela sua participação, foi um prazer te ouvir, a gente ouviu muita coisa bacana aqui, várias recomendações, dicas, enfim…
Obrigada.
Conteúdo desenvolvido em parceria com a marca TENA https://www.tena.com.br
Veja também: Como cuidar de parentes idosos: dicas para cuidadores