Lavar as mãos é uma medida simples, ensinada desde cedo, mas que vai perdendo espaço com o tempo. Ainda assim, é uma das atitudes que mais contribui para a saúde pública.
De todas as recomendações maternas, a de lavar as mãos talvez seja a mais desobedecida. Parece pirraça. É só entrar numa lanchonete da cidade, botequim de bairro ou restaurante caro e contar quantos lavam as mãos antes de atacar um hambúrguer, a batata frita, o pãozinho com manteiga. Se todos lavassem as mãos com água e sabão — qualquer sabão —, antes de manipular os alimentos, muitas doenças seriam evitadas. É o caso das gripes e resfriados.
A pessoa chega na festa e avisa: “não me beijem, que estou gripada”, e sai apertando a mão de todos os convidados. Seria muito melhor que desse o rosto a beijar; na face, o vírus não está. Em compensação, as mãos estão repletas dele. Quem fica gripado assoa e coça o nariz o tempo todo. Como consequência, os incautos que apertaram a mão infestada, ao coçar o próprio nariz ou os olhos, semearão as partículas virais diretamente nas mucosas.
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É possível que sejamos tão remitentes em lavar as mãos porque vírus, fungos e bactérias são seres minúsculos. No fundo, acho que não acreditamos na existência deles. Mas fica um pouco chato. É chato manter essa descrença há mais de 300 anos depois da descoberta do microscópio. Uma medida tão simples — como a lavagem das mãos — tem grande importância à saúde pública.
Por exemplo, se fosse possível convencer todos os que trabalham nos hospitais, principalmente médicos e enfermeiras, de que antes e depois de pegar numa pessoa doente as mãos precisam ser lavadas, haveria uma grande diminuição no número de infecções hospitalares. Se conseguíssemos ensinar as mães a tomarem o mesmo cuidado antes de tocarem em qualquer coisa que vá à boca do bebê, haveria redução importante na mortalidade por diarréia infantil no país.