Teste da linguinha é obrigatório em todo o país

O teste da linguinha busca verificar se o freio que liga a língua à boca apresenta alguma alteração que pode levar a língua presa e problemas de deglutição.

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Publicado em: 6 de janeiro de 2015

Revisado em: 22 de outubro de 2021

O teste da linguinha busca verificar se o freio que liga a língua à boca apresenta alguma alteração que pode levar a língua presa e problemas de deglutição.

 

Muita gente conhece o teste do pezinho, mas poucas pessoas sabem que hospitais e maternidades das redes pública e particular são obrigados por lei a seguir o Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês, chamado “teste da linguinha”, em recém-nascidos.

A determinação foi criada pela Lei 13.002/2014. O objetivo do exame é detectar se existe alguma alteração no chamado frênulo, membrana que liga a língua à parte inferior da boca, também conhecida como freio. A alteração pode gerar a popular língua presa, provocar problemas de deglutição e dificuldade de sucção na fase de aleitamento.Esse problema bucal é uma alteração congênita com incidência de 10% a 16% na população e caso seja detectado, um pequeno corte na membrana é realizado.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) se manifestou contra a lei à época da aprovação da lei e novamente em abril de 2014. Em documentos produzidos pelos departamentos de Neonatologia e Otorrinolaringologia, especialistas afirmam que não há consenso sobre a necessidade de remoção cirúrgica da anquiloglossia (alteração no freio da língua) e destacam que o problema não implica em urgência ou emergência clínica ou cirúrgica.

Médicos também afirmam que o exame já é realizado rotineiramente pelo pediatra assistente como parte da avaliação física necessária para a alta hospitalar dos recém-nascidos e que não haveria necessidade de uma lei para tratar do assunto. Além disso, a entidade destaca que é necessário um conjunto de critérios mais rigorosos para que intervenções cirúrgicas não sejam realizadas desnecessariamente.

Já o Conselho Regional de Fonoaudiologia da Segunda Região/SP é favorável à manutenção da obrigatoriedade. A entidade destaca que o problema pode levar ao desmame precoce e a problemas de mastigação, deglutição e fala, e nesse sentido, mesmo que não haja consenso sobre protocolos a respeito do teste, ele deve ser realizado buscando a qualidade de vida da mãe e do bebê.

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