Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, o ideal é estar em dia com a vacinação das crianças para evitar que outras doenças voltem a circular no país.
A espera pela vacina que previna o novo coronavírus se tornou o assunto do momento. Mas, por outro lado, como consequência da pandemia e do medo de contrair a covid-19, pais e responsáveis deixaram de vacinar as crianças contra doenças já conhecidas, como sarampo, hepatite B, poliomielite e febre amarela.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência a pedido da farmacêutica Pfizer, aproximadamente 29% dos pais atrasaram a vacinação ou não sabem como está a situação vacinal dos seus filhos. As entrevistas foram realizadas online em julho/2020, com 2 mil pessoas de cinco capitais brasileiras.
Apesar do coronavírus, é importante seguir o calendário de vacinação para evitar surtos e epidemias de outras doenças, o que seria desastroso em meio à crise que já vivemos. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), toda a população pode tomar as vacinas disponíveis gratuitamente. É só procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) portando a carteira de vacinação da criança.
A vacinação é importante em todas as idades, inclusive na vida adulta, mas é ainda mais necessária no caso das crianças, para haver prevenção precoce, principalmente de doenças que podem deixar sequelas por toda a vida, como a poliomielite, erradicada do país justamente por meio das campanhas de imunização. Ainda existe o benefício para toda a sociedade através do “efeito de rebanho”(imunidade coletiva). Crianças têm um papel fundamental nesse efeito, pois são vetores importantes de doenças, já que seu sistema imunológico está em desenvolvimento e elas passam grande parte do tempo próximas de outras crianças.
Como se vacinar com segurança
Se você faz parte do grupo de risco para covid-19, fique em casa e peça para algum familiar ou pessoa de confiança levar a criança para tomar as vacinas. Além dessa precaução, não há medida específica para se prevenir ao levar as crianças para se vacinarem. Os cuidados são os que já conhecemos: utilizar máscara, higienizar as mãos com frequência e manter o distanciamento mínimo de 1,5 metro, além de realizar toda a higienização ao retornar para casa.
Antes mesmo da pandemia, a baixa adesão da população à vacinação fez com que doenças antes erradicadas do país voltassem. É o caso do sarampo. Atualmente, todas as regiões do país apresentam surtos da doença, sendo o estado do Pará o mais afetado, com 4.642 casos, representando 64,4% do total de ocorrências da doença no Brasil. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 117 milhões de crianças no mundo vão deixar de receber a vacina em 2020 por conta da pandemia de covid-19, o que fez disparar um alerta sobre o tema.
O sarampo tem grande potencial de transmissão: uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para outras 18 pessoas. Para se ter uma ideia, estima-se que cada pessoa com o novo coronavírus transmita-o para outras três. Sem as vacinas, o sarampo atingiria milhares de pessoas anualmente no país.
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As fake news (notícias falsas) espalhadas pelas redes sociais são apontadas como grandes responsáveis pela debandada. Boatos que colocam em xeque a segurança e efetividade das vacinas distanciam cada vez mais a população dos postos de saúde.
A pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência mostrou que 48% dos entrevistados declararam medo das reações adversas da vacina e 20% têm receio com os cuidados dispensados à vacina ou com a higiene do local de vacinação.
O desenvolvimento de vacinas passa por um rigoroso processo para garantir sua eficácia e testar sua segurança com o mínimo efeito adverso possível. Sua descoberta é um marco na saúde pública mundial, e a ciência já consolidou o conhecimento sobre seus efeitos. Mesmo durante a pandemia, os serviços de saúde estão realizando a vacinação.
Conheça o calendário de vacinação do Ministério da Saúde e vacine seus filhos. https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao