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Pediatria

Cordões de cortinas podem causar estrangulamento de crianças

Publicado em 05/07/2016
Revisado em 22/10/2021

É importante verificar se os cordões de cortinas são acessíveis a crianças, pois eles oferecem risco de estrangulamento, principalmente se tiverem laços.

 

Se você é mãe ou pai de primeira viagem, este recado é para você. Persianas e cortinas podem se tornar uma arma perigosa para quem tem crianças pequenas, principalmente aquelas que estão aprendendo a engatinhar. Os cordões que servem para abrir e fechar cortinas e que muitas vezes ficam encostados no chão oferecem risco de estrangulamentos que podem até levar à morte, pois a criança pode se enrolar e ficar presa. Quando o cordão tem laços, é ainda mais fácil ocorrer um acidente.

 

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Com o objetivo de alertar os pais sobre o problema, o Inmetro integra uma ação global que envolve 17 países. A ação é fruto de uma parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), criadora da campanha que reúne órgãos regulamentadores de países referência em segurança infantil, como Estados Unidos, Canadá, Austrália e União Europeia. No Brasil, além do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a ONG Criança Segura e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também aderiram.

“A ideia central é conscientizar sobre os riscos de um acidente que não é tão perceptível para a maioria das pessoas. Nos Estados Unidos, onde se contabiliza esse tipo de acidente, de 1996 até 2012 foram 285 estrangulamentos por cortinas e persianas, uma média de 15 a 16 casos por ano. Desses, 62% são fatais. No Brasil, não temos estatísticas que apontem, de fato, para esse tipo de ocorrência. O banco de dados do DataSus contabiliza somente o número de crianças que morreram dentro do ambiente doméstico. Para se ter uma ideia, de 2000 a 2013, 540 crianças morreram dentro de casa”, alerta Paulo Coscarelli, assistente da diretoria de Avaliação de Conformidade do Inmetro.

No primeiro trimestre de 2016, o Inmetro realizou uma pesquisa no Portal do Consumidor para mapear os índices de acidentes domésticos vinculados a esses produtos. Do total, 89% reconhecem o risco de estrangulamento oferecido pelos cordões de persianas e cortinas às crianças de 0 a 6 anos. “O levantamento revela ainda que 10,4% dos consumidores conhecem alguma criança que tenha sofrido esse tipo de acidente, o que reforça a necessidade de campanhas de conscientização como esta”, cita Coscarelli.

Ainda de acordo com o responsável do Inmetro, casos desse tipo acontecem, mas as autoridades nem sempre ficam sabendo. Os pais, muitas vezes por se sentirem culpados e com medo, acabam omitindo a informação. Alertamos que é importante que os casos sejam relatados no Sinmac (Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo), pela internet. Com os dados, o órgão consegue decidir se cabe ou não uma futura regulamentação sobre o uso de cordões nesses produtos, o que contribui para aumentar a segurança de todos. A questão central evidentemente não é proibir o uso de cortinas e persianas dentro de casa, somente atentar os pais para que tomem medidas rápidas e eficazes. Fique atento às recomendações abaixo:

  1. Examine todas as cortinas e persianas em casa. Certifique-se de que não há cordões acessíveis na parte frontal, lateral ou traseira do produto.
  2. Não coloque berços, camas e móveis perto das janelas, pois as crianças podem subir e ter acesso aos cordões.
  3. Corte os cordões ou amarre-os em uma altura que as crianças não alcancem. Na dúvida, opte por cortinas ou blecautes sem cordões.

Em casos de acidentes desse tipo ou qualquer outro acidente que envolva um produto ou um serviço, faça o relato no Sinmac.

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