A quimioterapia adjuvante, também chamada de quimioterapia preventiva, é frequentemente utilizada após o tratamento primário, a fim de tornar o tratamento do câncer mais eficaz.
Nos últimos dias, a notícia de que a princesa de Gales, Kate Middleton, foi diagnosticada com um câncer (ainda não se sabe a localização nem o estágio do tumor) gerou enorme repercussão nas redes sociais. Mas o que mais chamou atenção foi o fato de que ela precisou fazer uma quimioterapia “preventiva”. Mas, afinal, o que isso significa?
Primeiro, é preciso explicar que preventivo não é o termo certo a se utilizar, pois soa como um tratamento para prevenir que um tumor apareça, o que não é o caso. Em termos médicos, o correto a se dizer é terapia adjuvante, que, segundo informações da Mayo Clinic (um dos hospitais mais renomados dos Estados Unidos), é uma quimioterapia utilizada após o tratamento primário, no caso da princesa, após a retirada do tumor em uma cirurgia de abdômen.
“A quimioterapia costuma ser ou pré-operatória, também chamada de terapia neoadjuvante, ou pós -operatória, chamada de adjuvante, ou seja, depois do tratamento principal. Isso pode ser recomendado, porque mesmo após a cirurgia, podem permanecer porções microscópicas de células cancerígenas que são indetectáveis num primeiro momento. E é aí que entra a função desse tratamento complementar”, explica a oncologista Fabiana Makdissi, líder do Centro de Referência em Tumores da Mama, do AC Camargo Cancer Center, em São Paulo.
O tratamento pode durar meses, semanas ou mais de um ano. Os pacientes podem receber ciclos de quimioterapia diariamente ou a cada duas semanas, seguidos de um tempo para o organismo se recuperar, mas tudo vai depender do tipo e da localização do tumor e do estado de saúde do paciente.
“Nós não sabemos o tipo de tumor que ela [Kate] operou, somente que foi na região do abdômen, mas pode ser câncer colorretal, ovário, pâncreas, estômago. Apenas especulações. O mais importante a se explicar é que a ideia do tratamento adjuvante é simplesmente minimizar o risco de o tumor voltar”, complementa a dra. Makdissi.
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Quando a quimioterapia adjuvante (quimioterapia preventiva) é recomendada?
Ainda segundo informações da Mayo Clinic, alguns fatores que podem ser considerados ao recomendar a quimioterapia adjuvante são:
- Câncer que foi diagnosticado e tratado num estágio inicial;
- Câncer que foi diagnosticado e tratado posteriormente, tornando provável que ainda existam células cancerosas mesmo após concluir o tratamento;
- A presença de células cancerosas nos gânglios linfáticos, já que o câncer que se espalha nessa região tem maior risco de rescidiva.
Qual a diferença da quimioterapia adjuvante para a quimioterapia “normal”?
Esse tratamento geralmente envolve os mesmos medicamentos quimioterápicos que as pessoas recebem para tratar o câncer ativo ou avançado. Portanto, não há diferença.