Para que serve o exame Pet-Scan no tratamento oncológico?

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Publicado em: 20/06/2024

Revisado em: 26/06/2024

O Pet-Scan é um exame capaz de detectar alterações da atividade celular em tempo real, o que o torna uma ferramenta importante na identificação e manejo do câncer. 

 

Muitos pacientes oncológicos ou com suspeita de câncer, em algum momento do tratamento, vão ouvir falar ou irão perguntar ao especialista sobre o “exame que vê tudo”, também chamado de Pet-CT ou Pet-Scan, como é mais conhecido. 

Em primeiro lugar, ele é muito utilizado pelos oncologistas, pois é um exame que produz imagens de alta precisão do corpo ao combinar a tecnologia da tomografia por emissão de pósitrons (Pet, sigla do inglês positron emission tomography) com a tomografia computadorizada (CT, sigla do inglês computed tomography). 

Dessa maneira, esse exame é capaz de detectar alterações da atividade celular em tempo real antes mesmo de acontecerem mudanças na forma ou estrutura dos órgãos e tecidos, devido à utilização do contraste (radiofármaco). Isso o torna uma ferramenta importante para identificação e controle do câncer. 

Porém, além de ser usado no diagnóstico de câncer, esse é um exame que pode ser realizado para detectar problemas cardíacos e neurológicos. 

 

Como o Pet-Scan é feito?

Assim que o paciente chega ao laboratório, ele recebe uma solução de radiofármaco no braço e precisa aguardar por cerca de uma hora para que o organismo absorva todo o composto. Em seguida, terminada essa fase, ele segue para a sala de exame, onde deita em uma mesa que desliza para dentro do tomógrafo (aparelho em formato de tubo). Lá são captadas mais de mil imagens em 3D do corpo do paciente.  

 

Substância radioativa

Muitos pacientes podem ficar assustados em relação à utilização do radiofármaco, que na verdade é uma solução composta de glicose mais uma substância que tem pouquíssima radiação, chamada FDG, que gera um brilho (contraste) no caso de uma lesão suspeita. 

Mas não é preciso se preocupar, pois o exame utiliza uma quantidade mínima de elementos radioativos e é repetido poucas vezes ao longo da vida.

Esse marcador radioativo é importante, pois as células doentes do corpo absorvem mais glicose do que as saudáveis, já que elas necessitam de mais energia para se replicar. Dessa maneira, avalia-se a gravidade de um tumor com base na luminosidade de algumas partes do resultado do exame. Quanto mais intenso o brilho nos resultados, maior a atividade metabólica do tumor. 

“Em câncer de mama, a gente usa o Pet para estadiamento [avaliar o grau de disseminação] de tumores de alto grau, ou para pacientes que já estão em tratamento, para checar se [o tratamento] está sendo efetivo. Então, por conta do radiofármaco, se tem algum tumor, as áreas afetadas costumam aparecer brilhando. Quando as pacientes dizem: ‘Olha, apagou tudo, doutora’, quer dizer que o Pet está negativo. E quando ele ‘acende’ é sinal de que há alguma resposta biológica e é preciso investigar”, explica a médica oncologista Fabiana Makdissi, líder do Centro de Referência em Tumores da Mama, do AC Camargo Cancer Center, em São Paulo. 

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Contudo, é importante destacar que somente o médico especializado pode analisar o resultado das imagens, pois o Pet é um exame muito sensível, que capta tudo que ocorre no corpo – não somente câncer, mas também outros tipos de inflamações ou infecções. 

 

Quanto tempo dura o exame Pet-Scan?

Todo o procedimento leva cerca de duas horas, já que o paciente precisa esperar o marcador se espalhar pelo organismo e ser absorvido por órgãos e tecidos. O exame em si dura cerca de 30 minutos. 

 

É preciso ficar em jejum?

É preciso ficar em jejum de quatro a seis horas para fazer o procedimento. 

 

O Pet-Scan serve para todo tipo de câncer?

Sim, mas nem sempre é necessário realizar o exame, pois sua indicação vai depender do estadiamento do tumor, tipo de tratamento e risco de metástase. É um exame complementar e somente um especialista pode avaliar sua real necessidade. 

 

Qual a diferença entre Pet-Scan, ressonância magnética e tomografia?

Basicamente, a principal diferença é que a tomografia usa Raios-x. A ressonância utiliza ímãs e ondas de rádio e ambos produzem imagens estáticas de órgãos e estruturas corporais.

Já os exames Pet-Scan usam um marcador radioativo para mostrar como um órgão está funcionando em tempo real. 

 

O Pet é coberto pelo SUS e planos de saúde?

O Pet-Scan é um exame caro, que custa cerca de 5 mil reais e é coberto somente por alguns planos de saúde. No SUS só há cobertura para três casos de câncer: pulmão, colorretal e linfomas

 

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