É possível prevenir o câncer? Leia a coluna de Mariana Varella e veja as formas de prevenção do câncer.
O câncer, na verdade, não é uma doença única. Existem mais de cem tipos de câncer, e alguns acumulam tantas diferenças entre si que poderiam ser consideradas doenças diferentes.
É, também, bastante comum: uma em cada cinco pessoas desenvolverá a doença ao longo da vida, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Paho).
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Ainda assim, há muito tabu e, consequentemente, desconhecimento sobre a doença, seu tratamento e formas de prevenção.
Embora não seja possível prevenir 100% dos cânceres, algumas mudanças no estilo de vida são capazes de reduzir em até 45% o risco de desenvolver vários tipos de câncer.
Principais formas de prevenção do câncer
Não fume
Cerca de 30% das mortes provocadas por câncer são atribuíveis ao tabaco. De fato, poucos eventos e doenças causaram e ainda causam tantas mortes e incapacitações na história mundial quanto o cigarro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cigarro mata até metade de seus consumidores.
O fumo tem milhares de substâncias cancerígenas capazes de danificar o DNA das células. Aproximadamente 9 em cada 10 casos de câncer de pulmão ocorrem por conta do tabaco, mas o cigarro aumenta o risco de quase todos os tipos de câncer, como o de bexiga e os de cabeça e pescoço.
E não se iluda com o cigarro eletrônico: esses dispositivos possuem, em média, mais de 80 substâncias tóxicas, muitas delas associadas ao aumento do risco de câncer.
Desse modo, não fumar é a mais importante medida de saúde pública para evitar a doença.
Evite ou limite o consumo de álcool
O álcool está relacionado a vários tipos de câncer, não importa qual a bebida escolhida para consumo.
Quando ingerimos bebidas alcoólicas, o fígado metaboliza o etanol e o converte em acetaldeído, que é tóxico para o organismo e carcinogênico, pois provoca danos no DNA que podem fazer com que determinadas células cresçam desordenadamente, formando tumores.
Entre os principais cânceres relacionados ao consumo de álcool estão: câncer de mama; colorretal; esôfago; laringe; fígado; boca; garganta; entre outros.
A OMS recomenda que o consumo da substância seja reduzido a zero, já que não há quantidade segura para seu consumo.
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Mantenha o peso sob controle
Embora haja muito preconceito em relação à obesidade, já está bem estabelecido pela ciência que o sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de câncer e outras doenças, como diabetes e hipertensão.
“A obesidade é hoje entendida como causadora de um processo inflamatório crônico, pano de fundo para enfermidades díspares como ataques cardíacos, diabetes, câncer e doenças reumatológicas, além de outras com alta prevalência no mundo atual”, afirmou, em artigo para este Portal, o oncologista Drauzio Varella.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 4% dos cânceres no Brasil estão relacionados à obesidade.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, um índice de massa corporal (IMC) elevado está associado ao aumento do risco de desenvolver um segundo tipo de câncer, não relacionado ao primeiro, em pacientes que já tiveram a doença.
Faça exercícios físicos regularmente
Realizar exercícios com regularidade reduz o risco de vários tipos de câncer, como colorretal; de mama; esôfago; rim; pulmão; estômago; e útero (endométrio).
Por outro lado, o sedentarismo está relacionado a um aumento significativo do risco de câncer e outras doenças, segundo a OMS.
Coma alimentos naturais
Produtos alimentícios com muitos aditivos e conservantes, como os ultraprocessados, em geral também contêm uma grande quantidade de açúcar, gordura, amidos, sal e gordura hidrogenada.
Estudos têm mostrado uma associação entre produtos ultraprocessados e vários tipos de câncer, como colorretal, mama e pâncreas.
Além disso, as carnes processadas (embutidos) também aumentam o risco da doença. De acordo com o Inca, o consumo de qualquer tipo de carne que tenha sido transformada por salga, cura, fermentação ou defumação pode aumentar o risco de desenvolver a doença.
Ingerir mais alimentos presentes na natureza, como legumes, verduras e grãos e menos ultraprocessados é uma maneira de reduzir o risco de câncer e outras doenças.
Pratique sexo seguro
Além de evitar as infecções sexualmente transmissíveis (IST), utilizar preservativo reduz o risco de câncer. Os vírus HIV e HPV estão relacionados ao aumento do risco de tumores como os de colo do útero; garganta; laringe; boca; anal; de vulva e vagina; e pênis.
Exponha-se ao sol com moderação e cuidado
O câncer de pele é um dos mais prevalentes no Brasil. O melanoma, tipo de câncer que se desenvolve nos melanócitos, células responsáveis pela pigmentação da pele, é responsável por cerca de 30% dos casos de câncer no país.
Os raios ultravioleta (UV) do sol podem danificar as células da pele e provocar câncer. Para proteger-se:
- Use um protetor solar com fatores de proteção (FPS) de no mínimo 30;
- Se for expor-se ao sol, utilize roupas, chapéu e óculos de sol para se proteger;
- Evite a exposição solar entre às 10 e 16 horas.
E lembre que o bronzeamento artificial também aumenta o risco de melanoma e outros câncer de pele.