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Oncologia

Carcinoma de nasofaringe: o que você precisa saber sobre esse câncer raro

Publicado em 08/11/2024
Revisado em 07/11/2024

Os sinais de alerta para o carcinoma de nasofaringe podem confundir o paciente em um primeiro momento, já que os sintomas são similares aos de uma gripe forte.

 

Apesar de raro, estima-se que pelo menos 2% dos tumores de cabeça e pescoço estejam localizados na região da nasofaringe, que se encontra atrás do nariz, acima da parte de trás da garganta, próxima à base do crânio. É uma condição duas vezes mais comum em homens do que em mulheres, entre os 40 e 50 anos de idade (80% dos casos ocorrem em pessoas nessa idade). 

Na maioria dos casos, o câncer de nasofaringe é um carcinoma, ou seja, um tumor que se inicia nas células epiteliais que revestem as superfícies interna e externa da região. 

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são diagnosticados cerca de 835 casos de câncer de nasofaringe anualmente. Devido a sua localização, dificuldade para examinar e sintomas tardios, esse tipo de tumor acaba não sendo diagnosticado precocemente, o que pode dificultar o prognóstico da doença. 

 

Veja também: É possível ter câncer no nariz?

 

Sinais de alerta para o carcinoma de nasofaringe

 

Segundo a dra. Aline Lauda, oncologista clínica do grupo Oncoclínicas, os sinais de alerta para esse tipo de tumor podem confundir o paciente em um primeiro momento, já que os sintomas podem ser similares aos de uma gripe forte como obstrução nasal (nariz entupido), sangramento nasal, dor de ouvido ou sensação de nariz constantemente entupido.

“Às vezes o paciente não tem nenhum desses sintomas, mas percebe que tem um nódulo na região de trás do pescoço, muitas vezes nos dois lados, totalmente indolor, que já pode ser uma metástase no linfonodo (íngua), causada pelo tumor. Esses são um dos achados mais comuns e que levam os pacientes, num primeiro momento, a consultar um especialista”, explica a médica. 

 

Causas e fatores de risco do câncer de nasofaringe

 

A causa exata desse tipo de tumor ainda é desconhecida pelos especialistas, mas os cientistas já estabeleceram algumas conexões, principalmente com o vírus Epstein-Barr (EBV)

Segundo informações da Sociedade Americana de Câncer, a maioria das pessoas infectadas com EBV tem mononucleose infecciosa (também conhecida como doença do beijo), mas seu sistema imune é capaz de reconhecer e destruir o vírus. Mas, em alguns casos, fragmentos do DNA do EBV se misturam ao DNA das células da nasofaringe, aumentando o risco de se replicarem de maneira desordenada. Esse é um importante fator de risco para o surgimento do câncer na região.  

Outros fatores de risco associados ao aumento do risco desse câncer são: dieta rica em nitrosaminas (peixe e carne curada), contato contínuo com hidrocarbonetos policíclicos (fumaça de madeira queimada) e sinusite crônica.

 

Diagnóstico

 

O médico inicialmente pode examinar a nasofaringe com um espelho especial ou um tubo de visualização flexível (endoscópio). Se for encontrado algo suspeito, é realizada uma pequena incisão para retirar uma parte do tumor e encaminhá-la para biópsia. 

Também pode ser feita uma tomografia (PET) da cabeça, nasofaringe e base do crânio para avaliar a extensão do câncer e se ele atingiu outros órgãos. 

 

Tratamento

 

O tratamento do carcinoma de nasofaringe geralmente começa com radioterapia ou uma mistura de radiação e quimioterapia. Usualmente, a cirurgia não é recomendada para esse tipo de tumor, principalmente por conta de sua localização. Mas, em alguns casos, o procedimento pode ser feito para remover os gânglios linfáticos do pescoço.

“O prognóstico dependerá de quão avançado o tumor está. Tumores iniciais têm taxa de cura superior a 90%. Tumores avançados têm taxas de cura menores. São tumores muito sensíveis à radio e quimioterapia. Para os tumores metastáticos, ou seja, quando a doença já infiltrou outros órgãos como pulmão, ossos ou fígado, além da quimioterapia, podemos também lançar mão da imunoterapia, com ganho importante no controle da doença”, explica a dra. Aline.



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