Apesar de raro, câncer também pode atingir a vulva

close em região genital de mulher com mão sobre a região íntima. câncer de vulva, entre eles o melanoma vulvar, é raro

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Publicado em: 11 de janeiro de 2024

Revisado em: 11 de janeiro de 2024

Carcinomas e melanomas são alguns dos tipos de tumores que acometem a região, principalmente após a menopausa. Saiba mais sobre câncer de vulva, como o melanoma vulvar.

 

Pouca gente já ouviu falar de câncer na região vulvar (área que envolve a uretra e a vagina, incluindo o clitóris e os lábios), por conta da sua baixa incidência na população. Apesar de raro (representa 5% dos cânceres ginecológicos) é preciso ter atenção aos sintomas para a chegar a um diagnóstico precocemente, pois em geral as pacientes procuram os serviços médicos tardiamente, o que dificulta o tratamento.

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De acordo com o dr. Thiago Assunção, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), especializado em genitourinários e melanoma, há vários tipos de tumores que podem acometer a região da vulva. “O mais frequente é o carcinoma epidermoide. De forma menos usual podemos encontrar adenocarcinomas ou carcinomas relacionados às glândulas de Bartholin, além dos melanomas de mucosa vaginal, que correspondem a cerca de 10% dos tumores vulvares e são bastante agressivos”, explica.

 

Melanoma vulvar

A maioria dos melanomas se desenvolve em partes do corpo expostas ao sol. Mas eles também podem surgir em áreas que não recebem exposição solar, como órgãos, tecidos e mucosas. Isso acontece porque também existem melanócitos (célula responsável pela produção de melanina) nessas regiões.

O melanoma vulvar pode acometer mulheres de qualquer idade, sendo mais comum depois da menopausa. A região mais afetada é a parte interna dos pequenos e grandes lábios e o clitóris.

 

Sintomas do câncer de vulva

Os sintomas do melanoma vulvar, a princípio, podem confundir devido a similaridade com outras doenças, como candidíase ou infecções bacterianas. 

“Dado à sua baixa incidência, o diagnóstico desses tumores pode ser difícil. Em geral ele se apresenta como lesões pigmentadas, que podem sangrar ou coçar e que simplesmente não cicatrizam como as feridas habituais. Lesões embranquecidas também podem ser melanomas, apesar de serem bem menos frequentes. A presença de líquen escleroso (dermatose inflamatória) também pode ser um sinal de alerta”, explica o dr. Assunção. 

É importante procurar um especialista se os sintomas persistirem. 

 

Tratamento do melanoma vulvar

O principal tratamento para o melanoma vulvar é a cirurgia. Nessa operação, o cirurgião remove a área que contém o câncer e uma borda de tecido saudável ao seu redor. A borda do tecido saudável é chamada de margem.

Após a operação, um patologista examina o tecido removido e verifica as margens em busca de células cancerígenas. Se não houver tecido danificado, o risco do tumor voltar é baixo. 

Se for detectado a presença de células invasoras, uma nova cirurgia é indicada, além da remoção dos gânglios linfáticos da virilha. 

“No caso de doença avançada, temos visto cada vez mais o emprego de imunoterapia, seja no contexto de tratamento neoadjuvante ou mesmo no cenário de controle de doença. Quimioterapia e radioterapia também podem ser indicadas dependendo da avaliação do oncologista”, enfoca o dr. Assunção. 

 

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