3 dúvidas comuns após o diagnóstico de câncer de mama

Oncologista lista os principais questionamentos das pacientes na hora da consulta

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Publicado em: 13 de outubro de 2022

Revisado em: 14 de outubro de 2022

Oncologista lista os principais questionamentos das pacientes na hora da consulta

 

Dr. Carlos Barrios é médico oncologista e referência em tratamento e estudos sobre câncer de mama no país. Todos os dias, recebe dezenas de pacientes angustiadas após um diagnóstico de câncer de mama.

Durante um evento para jornalistas, ele contou quais são as principais dúvidas que toda paciente com câncer de mama faz no momento da consulta e como a informação pode ser fundamental nesses casos.

 

“O que eu fiz de errado?”

 

Possivelmente você não fez nada de errado, nem “criou” o câncer, como muitas pessoas desprovidas de informação costumam dizer. Não foi o estresse ou a falta de um alimento específico, pois não há na literatura médica nenhum alimento causador de câncer ou “milagroso”, que evite a incidência de tumores.

O que se sabe é que o câncer de mama é o mais incidente nas brasileiras e haverá um aumento em 50% dos casos nos próximos 20 anos. Portanto, infelizmente, ele é muito comum.

A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos), outros são sedentarismo, sobrepeso, densidade das mamas, fatores reprodutivos e hormonais, como menstruar cedo e ter uma menopausa tardia, além do tabagismo.

“Especificamente, é muito difícil dizer por que justamente você teve câncer. Não há uma causa exclusiva, mas um conjunto de fatores. A questão genética, por outro lado, é uma das ‘certezas’ que a medicina tem”, explica Barrios.

 

“Por que eu?”

 

Em cerca de 10% a 15% dos casos há predisposição genética, ou seja, alterações genéticas herdadas do pai ou da mãe que aumentam o risco de desenvolver a doença, como uma mutação no gene BRCA1 ou BRCA2.

Muitas vezes, o que vai definir a gravidade do tumor é o grau de estadiamento (estágio I, II, III, IV)  e a identificação de biomarcadores moleculares, como o receptor de estrogênio.

“Eu preciso saber o tipo de tumor com que estou lidando, para identificar o ‘bandido’. Isso você consegue em qualquer laboratório de patologia e já nos ajuda bastante a individualizar o tratamento. Há vinte anos tratávamos todas as pacientes de forma igual. Hoje a gente atende de 6 a 7 pacientes por dia, e todas recebem um tratamento diferente”, diz Barrios.

 

“Vou morrer?”

 

Receber o diagnóstico de câncer não é mais uma sentença de morte, como no passado. A partir de abordagens personalizadas, levando hereditariedade, genética e hábitos de cada pessoa em consideração, tem sido possível pesquisar e desenvolver novos tipos de tratamento, que cada vez mais conseguem aumentar a sobrevida das pacientes.

Ainda mais se o câncer for detectado nas fases iniciais, quando as chances de cura são maiores.

Mesmo em casos de metástase (quando o câncer se espalha para outros órgãos), quando a doença não é mais curável, há opções medicamentosas que conseguem manter a paciente estabilizada e com boa qualidade de vida.

 

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