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Odontologia

Cárie: como prevenir e tratar?

A prevenção da cárie inclui a redução na ingestão de açúcar e uma boa higiene bucal. Entenda como funciona o tratamento. 
Publicado em 12/02/2025
Revisado em 12/02/2025

A prevenção da cárie inclui a redução na ingestão de açúcar e uma boa higiene bucal. Entenda como funciona o tratamento. 

A cárie é a deterioração do dente que surge quando as bactérias naturalmente presentes na boca produzem ácidos que destroem o esmalte dentário a partir do consumo de restos alimentares, especialmente açúcares. Lesões de cárie podem acometer pessoas de qualquer idade, inclusive bebês com dentes de leite.

“Na forma ativa, ela acomete o esmalte, que é a primeira proteção do dente – lembrando que o dente é um órgão que é composto por esmalte, dentina, semente e polpa. A cárie acomete primeiro o esmalte, pode formar uma cavidade, romper todo o esmalte, chegar à dentina, romper a dentina e atingir a polpa”, explica o dr. José Carlos Pettorossi Imparato, dentista e conselheiro do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

O consumo de açúcar e a má higiene bucal são os principais fatores associados à cárie. 

“Uma dieta desequilibrada, a frequência de consumo de açúcares ou de alimentos açucarados e a falta de uma higienização com pasta contendo fluoretos podem realmente causar [a cárie]”, completa o especialista. 

Sinais e sintomas da cárie 

Os sintomas causados pela cárie variam conforme a evolução da lesão. Em fases iniciais, geralmente não há sintomas.

“Os primeiros sinais clínicos da cárie são manchas brancas de difícil detecção pelo próprio paciente. Ele começa a perceber que tem uma lesão de cárie quando ela está cavitada, rompe a primeira porção do esmalte, forma uma cavidade e fica mais áspera”, afirma o dentista. 

Ele diz que a doença pode estar ativa ou inativa (ou seja, estagnada, sem evoluir) e somente um profissional poderá avaliar isso. 

Com a progressão da cárie e a deterioração do esmalte dentário, podem surgir manchas escuras. Quando a lesão chega à dentina, pode haver sensibilidade e dor ao mastigar ou ao entrar em contato com o frio. Se a cárie atingir a polpa – onde está o nervo do dente –, pode causar dor intensa e contínua. 

Formas de tratamento da cárie

O tratamento da cárie também vai depender do estágio em que a lesão se encontra, e existem desde opções não invasivas até opções mais complexas. Um especialista deve avaliar o caso para definir qual o tipo de tratamento mais adequado. 

“Quando você fala de um tratamento não invasivo, é a aplicação, por exemplo, de um verniz com flúor sobre uma lesão inicial de cárie, que ainda não está cavitada. Quando essas regiões estão cavitadas, em esmalte, ou no começo da dentina, nós podemos fazer um tratamento com selante, que seria um tratamento microinvasivo. Quando elas já estão mais expostas, atingiram dentina e as cavidades são mais amplas, nós podemos fazer um tratamento que se chama minimamente invasivo, por meio da remoção seletiva de tecido cariado. E você também tem tratamentos para situações mais complexas, que seriam cavidades maiores, atípicas, com o uso de coroas de aço, por uma técnica que chama-se técnica de Hall”, detalha o dr. José Carlos.  

Em casos muito avançados, quando a lesão progride e atinge a polpa do dente, causando necrose, há necessidade de um tratamento de canal, que consiste na remoção do tecido pulpar. Por último, quando nem mesmo o tratamento de canal é possível por conta dos danos causados pela doença, o dente precisa ser extraído. 

Veja também: Cuidados com os dentes das crianças | Entrevista

Prevenção e higiene bucal adequada

Para prevenir as lesões de cárie, a orientação é manter uma baixa ingestão de açúcar e fazer a higiene bucal adequada, que inclui escovar os dentes após as principais refeições e antes de dormir, utilizar creme dental com flúor de no mínimo mil ppm e usar fio dental (ou escova interdental) no mínimo uma vez ao dia. “É importante ficar atento à região interproximal, ou seja, entre os dentes”, pontua o dentista. 

Quando houver o consumo de alimentos açucarados ou ácidos, o ideal é fazer a higiene bucal cerca de 15 a 20 minutos depois, segundo informações do CROSP. 

Além disso, para manter uma boa saúde bucal, é importante consultar-se com um dentista a cada seis meses, assim será mais fácil detectar e tratar precocemente possíveis problemas. 

No caso das crianças, a escovação deve ser iniciada assim que houver a erupção dos primeiros dentes, utilizando creme dental com flúor adequado para bebês (em pouca quantidade) e escova de dentes com cabeça pequena e cerdas macias. O fio dental deve ser usado quando a criança tiver dentes juntos. 

Também é muito importante se atentar ao consumo de doces nessa fase. O especialista reforça a importância de controlar a ingestão de alimentos açucarados na primeira infância, especialmente antes dos dois anos de idade – período em que as principais entidades de saúde recomendam que não haja consumo de açúcar. 

Veja também: Como usar o fio dental do jeito certo?

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