Cálculos são formados pelo acúmulo de cristais compostos de sais e mineirais. Podem ocorrer na vesícula blilal, bexiga e rins. Conheça cada um deles.
Os cálculos surgem quando pequenos cristais de sais e minerais se acumulam e formam pedras de tamanhos variados em alguns órgãos do corpo, como rins, vesícula biliar e bexiga. Geralmente, o paciente só descobre as pedras ao sentir desconforto em uma dessas regiões. Conheça os principais cálculos que se formam no corpo humano.
Cálculo renal (rins)
Pedras nos rins se formam por diversos fatores, como predisposição genética, alimentação inadequada e mau funcionamento do sistema urinário. “Costumo dizer que cálculo renal não é uma doença, mas a associação de várias doenças. Indivíduo que tem cálculo renal, com certeza, apresenta também algum distúrbio metabólico que faz com que os cristais normalmente eliminados pela urina se precipitem e formem a pedra. Algumas são decorrentes de excesso de ácido úrico ou oxalato de cálcio na urina, de infecções urinárias de repetição, de falta de citrato ou de uma doença chamada cisteinúria”, explica o dr. Paulo Ayrosa Galvão, médico nefrologista do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, em entrevista ao Portal Drauzio Varella.
Para evitar o cálculo renal, controle a ingestão de alimentos ricos em proteínas e cálcio, principalmente se as pedras forem formadas por excesso de ácido úrico ou de cálcio. Outra recomendação é esvaziar a bexiga antes de senti-la cheia e beber pelo menos 2 litros de água todos os dias. Quem bebe pouco líquido produz urina mais concentrada, facilitando a formação dos cristais que originam as pedras.
Quando as pedras se formam, o paciente sente dores na região das costas durante dias ou semanas. A dor pode irradiar para o abdômen, e a intensidade varia, mas frequentemente é muito forte e pode vir acompanhada de vômitos, febre, dor para urinar e sangue na urina. A sensibilidade à dor varia em cada um, podendo se manifestar como cólica renal.
Quando as pedras são pequenas, podem ser eliminadas pela urina, mas em alguns casos é necessário um procedimento cirúrgico para removê-las.
Mesmo se o cálculo sair pela urina, converse com um médico, pois novos cálculos podem se formar. A possibilidade de nova crise beira os 80% nos homens, e quase a metade disso nas mulheres.
Cálculo vesical (bexiga)
Além dos rins, os cálculos também podem se localizar na bexiga, outro órgão do sistema urinário. Eles podem surgir pelo deslocamento de pedras dos rins e ureteres para a bexiga ou pelo acúmulo de sais de cálcio na própria bexiga.
Quando a pedra é pequena, pode ser eliminada pela urina; caso contrário, o paciente precisa se submeter a procedimentos médicos como cirurgia ou choque de ondas eletromagnéticas para que as pedras sejam quebradas e eliminadas.
Os casos de cálculo vesical são mais comuns em crianças com má-formação na bexiga ou nas estruturas nervosas desse órgão e em homens com hiperplasia prostática (aumento da próstata). Quem tem pedra na bexiga apresenta alguns sintomas como dor ao urinar, dor abaixo do púbis, vontade de urinar durante a noite e interrupção do jato de urina.
Cálculo biliar (vesícula)
Os cálculos biliares se formam na vesícula biliar, órgão que armazena a bile, substância produzida pelo fígado e que ajuda na digestão de gorduras. Fatores de risco como obesidade, pressão alta, fumo e uso prolongado de anticoncepcionais alteram a composição da bile e estimulam a formação das pedras. Dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras pode contribuir, mas tem um papel menor. “A formação de cálculos biliares, que ocorre por precipitação de substâncias dissolvidas na bile, sobretudo os sais, os bilirrubinatos e o colesterol, está mais associada a características metabólicas, hereditárias e orgânicas do que à ingestão alimentar”, explica o dr. Marcelo Averbach, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, em entrevista ao Portal.
Uma vez formadas, as pedras podem ficar presas nos canais biliares e provocar dores no abdômen, febres, náuseas e vômitos. Algumas pessoas ainda apresentam intolerância a alimentos gordurosos, como frituras, gema de ovo e carnes gordas. Contudo, as pedras podem ser assintomáticas.
Em caso de dores, um médico irá solicitar um ultrassom do abdômen para detectar a presença de cálculos nas vias biliares e na vesícula. Se necessário, o paciente deve ser submetido a tratamentos farmacológicos que diluem as pedras, caso elas possuam colesterol em sua composição. Outros tratamentos incluem cirurgia por laparoscopia ou ondas de choque que fragmentam as pedras.
Uma dica de prevenção é não exagerar no consumo de gorduras, comer bastantes fibras e fazer exercícios físicos para controlar o nível do colesterol.