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Pesquisa revela que uma em cada cinco mulheres já fez aborto antes dos 40 anos

Interrupção da gravidez é prática tão comum no Brasil que mais de 1 em cada 5 mulheres já fez aborto antes dos 40 anos.
Publicado em 26/06/2012
Revisado em 20/04/2021

Interrupção da gravidez é prática tão comum no Brasil que mais de 1 em cada 5 mulheres já fez aborto antes dos 40 anos.

 

De acordo com a Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), a interrupção da gravidez é prática tão comum no Brasil que, até completar 40 anos, mais de 1 em cada 5 mulheres já fez aborto.

O estudo, que começou em 2010, foi realizado pela antropóloga Débora Diniz, professora do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, e pelo sociólogo Marcelo Medeiros, também da UnB e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para fazer o levantamento, eles entrevistaram 2.002 mulheres moradoras da região urbana do Brasil, alfabetizadas e com idades entre 18 e 39 anos.

 

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Além disso, a pesquisa revelou que as mulheres negras, com baixa escolaridade e pobres são mais vulneráveis ao aborto com risco no Brasil. Nesse grupo, a maioria tem até 19 anos e já possui filhos. Segundo Rebeca de Souza e Silva, do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), essa maior vulnerabilidade é reflexo da desigualdade social, que restringe o acesso à prevenção da gravidez e também ao aborto seguro.

Mas, independentemente do nível social e racial, o estudo mostrou que a maioria das interrupções é feita no centro do período reprodutivo feminino, entre 18 e 29 anos, e que é prática comum entre mulheres de todas as classes, mas a prevalência aumenta com a idade, com o fato de a mulher viver na zona urbana, ter mais de um filho e não ser da raça branca.

 

Revelou, também, que a religiosidade das mulheres não interfere na hora de fazerem a escolha: 175 das entrevistadas que fizeram abortos são católicas, seguidas por 72 protestantes e evangélicas e, finalmente, por 49 mulheres de outras religiões ou sem religião.

 

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Lembrando que o número de abortos no país é superior ao contabilizado pela pesquisa, já que as mulheres analfabetas e das áreas rurais não fizeram parte do estudo, além disso uma mulher pode abortar mais de uma vez.

A PNA foi publicada em julho na Revista Ciência e Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Pública (Abrasco).

 

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