A cor da menstruação pode indicar se o organismo está ou não funcionando adequadamente. Saiba quais tonalidades podem representar um problema de saúde.
Você já reparou que a cor do sangue menstrual não é sempre a mesma? A coloração do sangue no primeiro dia de menstruação, por exemplo, não costuma ser igual a dos outros dias, e pode variar ao longo do ciclo. Acontece que a tonalidade do fluxo diz muito sobre a saúde reprodutiva de quem menstrua — e também é um dos principais sinais quando algo não vai bem.
Qual é a cor normal da menstruação?
A menstruação é o sangue que resulta da descamação do endométrio, a camada interna do útero que abriga e nutre um possível embrião. Ou seja, quando não há gravidez, o endométrio passa a não ter utilidade e se desprende do útero. A questão é que esse processo acontece aos poucos, e existe um tempo para que o sangue se desloque do canal uterino até a saída do canal vaginal.
“Quanto mais tempo o sangue fica parado na vagina, mais ele oxida. Essa oxidação faz com que ele escureça. Quando o sangue sai do útero, ele não vai direto para fora do corpo. Ele fica um tempinho parado ali, e sai enegrecido”, explica a ginecologista e obstetra Fátima Oladejo.
Espera-se que o sangue menstrual tenha tons de vermelho vivo, vermelho escuro, marrom ou preto.
O sangue vermelho vivo é mais comum quando o fluxo está muito intenso, o que faz com que ele não fique parado por muito tempo. Mas quando a quantidade é menor, principalmente no início e no fim do ciclo menstrual, ele pode adquirir tonalidades mais escuras.
O que as cores da menstruação podem significar?
É importante estar sempre de olho na coloração do sangue. Mas, se houver algum sangramento de escape, ou seja, aqueles que aparecem fora do período menstrual, a atenção deve ser redobrada. Isso porque alterações na tonalidade podem indicar diversos problemas, como explica a dra. Fátima:
- Sangue acinzentado: representa algum tipo de infecção, como a tricomoníase. Se a pessoa estiver grávida e tiver um sangramento intenso com pedaços de tecido acinzentado, pode ser um aborto espontâneo;
- Sangue laranja ou esverdeado: em geral, essa coloração acontece pela mistura do sangue menstrual com as secreções do colo do útero. Isto é, também pode indicar infecções ou vaginose bacteriana;
- Sangue rosa: no início da gravidez, a pessoa pode ter um tipo de sangramento que é confundido com a menstruação. É o sangramento de implantação ou nidação, resultado da instalação do embrião na parede do útero. Também pode ser marrom e surge em pouquíssima quantidade.
- Sangue preto: apesar de ser comum dentro do ciclo menstrual, o sangue enegrecido também pode indicar a presença de um corpo estranho no canal vaginal, como um absorvente interno ou um preservativo que foi esquecido ali dentro. Nesses casos, vem acompanhado de coceira, ardência e dor.
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Sintomas para além da cor
Outras características do sangramento também funcionam como alerta. É o caso da fluidez. Enquanto o sangue mais espesso costuma estar associado a um distúrbio hormonal, o sangue muito fluido, em grandes quantidades, pode ser sinal de pólipos, miomas ou adenomiose.
É preciso ficar atento ainda aos coágulos. Quando o endométrio descama, alguns vasos podem continuar sangrando, o que resulta na formação de vários coágulos pequenos. No entanto, se eles forem maiores do que uma moeda de 1 real, existe alguma anormalidade e a recomendação é procurar um médico.
“Outras questões que podem fazer a paciente procurar um médico é dor no baixo ventre, ardência vaginal, coceira e odor ruim”, ressalta a dra. Fátima. No caso da tricomoníase, por exemplo, o cheiro distinto de peixe podre surge junto às alterações no sangue menstrual.
Pacientes com algum tipo de déficit hormonal ou que estão no período de pré-menopausa estão mais sujeitos aos sangramentos de escape e devem reforçar os cuidados. Além do ginecologista, o médico da família ou a enfermeira obstétrica podem fornecer orientações.
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