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Mulheres estão detectando o câncer de mama mais precocemente

Publicado em 20/10/2015
Revisado em 11/08/2020

Detecção precoce do câncer de mama é sinal do crescimento da atenção das mulheres à própria saúde, mas ainda se pode melhorar na comparação com outros países.

 

Diante da popularização do Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama — tumor mais comum entre as mulheres –, surge uma boa notícia. Levantamento recente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) demonstra que mais de 60% das pacientes estão chegando ao hospital com a doença ainda em estágio inicial. Isso tem grande relevância, pois o diagnóstico precoce permite tratamentos mais eficazes, menos agressivos e com grande chance de estabilizar a doença para que ela não se espalhe para outros órgãos (metástase).

O estudo analisou atendimentos realizados durante um período de cinco anos, totalizando mais de 4 mil pacientes.

 

Veja também: Reflexões sobre o câncer de mama

 

“Nossos números comprovam que as mulheres estão, sim, mais atentas à própria saúde, principalmente pela facilidade ao acesso a informação. Mas é importante destacar que quando comparamos aos índices globais e dos países mais desenvolvidos, onde 80% dos casos são diagnosticados precocemente, percebemos que ainda é necessário avançar bastante”, diz a oncologista Laura Testa, do Icesp.

É importante que as pacientes, ao notar qualquer mudança no corpo, procurem ajuda médica. A realização de exames de rotina, como a mamografia, ajudam a rastrear lesões pré-malignas ou mesmo o câncer inicial. O exame é recomendado a todas as mulheres a partir de 40 anos ou antes, dependendo dos fatores de risco e da indicação médica.

“Apesar de o medo do exame estar diminuindo bastante, muitas mulheres ainda ficam receosas com a mamografia. Pensam: ‘ah, isso não é tão importante, dá para esperar mais um pouco’. Ou então adiam com medo da dor. Realmente, não é um exame agradável. Entretanto, com as máquinas mais modernas, o nível de compressão das mamas mudou, não apertam tanto. O procedimento é rápido, dura uns 15 minutos. Então, quando a pessoa é bem posicionada pelo técnico, o desconforto tende a ser menor”, explica a médica.

Algumas estratégias simples podem ajudar a diminuir o desconforto na hora do exame:

  • Tente agendar a mamografia quando suas mamas estiverem menos sensíveis, ou seja, depois da menstruação;
  • Tome um analgésico antes do exame para aliviar a dor (pergunte ao seu ginecologista qual é o mais indicado) e deixe que a técnica saiba que você pode estar com os seios sensíveis. Ela poderá, assim, ser capaz de tornar o exame menos doloroso, oferecendo uma experiência positiva.

A oncologista destaca ainda que, apesar da importância da mamografia e do auto-exame, a mudança de hábitos é fator crucial na luta contra o câncer. “Os exames nada mais são de que uma ‘foto’ de que hoje está tudo bem, correto? Mas, se você continua fazendo a mesma coisa que sempre faz, ou seja, comer extremamente mal, não fazer nenhum tipo de atividade física, talvez um dia esse exame fique ruim. O que eu sempre falo: não adianta só fazer o exame e achar que vai ficar tudo bem. É uma prevenção secundária. Mudar hábitos também deve ser incorporado à rotina da mulher.”

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