A polimastia, condição em que se desenvolvem mamas acessórias, é causada ainda na formação embriológica, e se desenvolve em decorrência dos hormônios femininos, sem gerar consequências para a saúde.
São vários os mitos sobre a polimastia: que necessita de cirurgia, ou que é um símbolo de vergonha e feminilidade, especialmente nos homens. Porém, a condição não é doença, nem sequer um problema de saúde: a polimastia é apenas o aparecimento de mamas acessórias, ou supranumerárias, além das duas mamas esperadas. Para que seja considerado polimastia, é necessário que haja mama (volume mamário) e mamilo. Caso haja a presença somente do mamilo, é chamado politelia.
Segundo Carlos Ruiz, médico mastologista da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a polimastia surge ainda no desenvolvimento embrionário, e só é despertada anos depois, com os picos hormonais. “Nos mamíferos, há uma linha mamária, que vai das axilas até a o abdômen. Durante o desenvolvimento embrionário, essas mamas vão involuindo. Mas quando uma não involui, ela pode se desenvolver no futuro”, explica.
De acordo com o médico, caso o bebê nasça com polimastia, geralmente é imperceptível, o que não representa nenhum tipo de risco. “Somente nos picos de hormônio, como na puberdade e gravidez – muitas mulheres grávidas desenvolvem polimastia – é que essas mamas vão finalmente aparecer”, afirma.
As mulheres são o alvo mais comum da polimastia, porque são os hormônios femininos que fazem as mamas crescerem. Ou seja, os homens podem até ter a mama não involuída, porém, é mais provável que ela nunca se desenvolva. Além disso, o local mais comum para o aparecimento das mamas acessórias são as axilas.
Apesar de diferente, o dr. Ruíz adverte que a polimastia não representa um perigo para a saúde, e que o médico só precisa ser consultado em caso de grande desconforto ou incômodo com a aparência do paciente por causa das mamas acessórias. “Existe a possibilidade de desenvolvimento de câncer de mama, mas esse risco é menor que para uma mama normal”, explica. Em geral, é possível continuar a vida regularmente, sem preocupações, e a mamografia bem feita já é o suficiente para diagnosticar um possível problema.
“Em casos de desconforto com a polimastia, o paciente pode procurar o médico, cirurgião plástico ou mastologista, e o tratamento é somente a cirurgia plástica”, explica dr. Ruíz.
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Sobre a autora: Milena Félix é jornalista, redatora e, nas horas vagas, escritora e viajante. Interessa-se por assuntos relacionados à saúde da mulher, meio ambiente e à saúde e sociedade.