Herpes genital - Portal Drauzio Varella
Mão de homem abrindo uma embalagem de preservativo masculino.
Publicado em 31/03/2011
Revisado em 01/03/2023

Herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível de alta prevalência, causada pelo vírus do herpes simples (HSV), que provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos.

 

Herpes genital é uma doença sexualmente transmissível de alta prevalência, causada pelo vírus do herpes simples (HSV), que provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. Uma vez dentro de um organismo, dificilmente esse vírus será eliminado, porque se aproveita do material fornecido pelas células do hospedeiro para sua replicação. Além disso, como se esconde dentro das raízes nervosas, o sistema imunológico não tem acesso a ele.

 

Veja também: Dr. Drauzio dá o panorama geral do herpes genital neste podcast. Ouça

 

Existem dois tipos de HSV:

1) O tipo 1, responsável pelo herpes facial, manifesta-se principalmente na região da boca, nariz e olhos;

2) O tipo 2, que acomete principalmente a região genital, ânus e nádegas.

O período de incubação varia de dez a quinze dias após a relação sexual com o/a portador/a do vírus, que pode ser transmitido mesmo na ausência das lesões cutâneas ou quando elas já estão cicatrizadas.

Herpes genital na gravidez pode provocar abortamento espontâneo, uma vez que existe a transmissão vertical do vírus. E mais: herpes congênito é uma doença extremamente grave e letal.

 

 

Vídeo: Dr. Drauzio explica fatores que contribuem para surgirem crises de herpes genital

 

Sintomas do herpes genital

 

No início, a infecção pode causar

  • Ardor;
  • Coceira (prurido);
  • Formigamento;
  • Gânglios inflamados.

Em seguida surgem as bolhas características do herpes. São pequenas vesículas que se distribuem em forma de buquê nos genitais masculinos e femininos. Às vezes, elas estão presentes dentro do meato uretral ou, por contiguidade, podem atingir a região anal e perianal, de onde se disseminam se o sistema imunológico estiver debilitado.

 

Veja também: Leia entrevista com especialista sobre herpes genital

 

As lesões costumam regredir espontaneamente, mesmo sem tratamento, nos indivíduos imunocompetentes. Nos imunossuprimidos, porém, elas adquirem dimensões extraordinárias.

As manchas vermelhas que aparecem alguns dias mais tarde evoluem para vesículas agrupadas em forma de buquê. Depois, essas pequenas bolhas cheias de líquido se rompem, criam casca, cicatrizam, mas o vírus migra pela raiz nervosa até alojar-se num gânglio neural, onde permanece latente até a recidiva seguinte.

 

Primeira infecção e recidivas de herpes genital

 

A primeira infecção pode ser muito agressiva e longa, porque o vírus HSV é um elemento estranho e não houve tempo ainda para o sistema de defesa desenvolver estratégias para combatê-lo. Já as recidivas costumam ser menos graves, porque o organismo criou anticorpos capazes de tornar a doença autolimitada, mas o risco de recidivas sempre permanece.

 

Fatores que podem desencadear crises de herpes genital

 

  • Traumas na região genital;
  • Exposição ao sol;
  • Alterações hormonais, incluindo as que podem ocorrer no período menstrual;
  • Fadiga;
  • Febre;
  • Uso de corticoides.

 

Tratamento do herpes genital

 

O aciclovir é a principal droga usada para o tratamento do herpes genital. Ele necessita da ação enzimática do vírus para destruí-lo ou impedir que mantenha sua cadeia de replicação. No entanto, quando o vírus está recolhido no gânglio neural, esse remédio não faz efeito.

 

Recomendações sobre o herpes genital

 

  • A melhor maneira de prevenir a doença é usar preservativo nas relações sexuais e evitar múltiplos parceiros;
  • Mesmo que a mulher não tenha lesões visíveis, deve informar o médico que é portadora do vírus do herpes genital se pretende engravidar;
  • Apesar de as lesões regredirem espontaneamente nas pessoas com resposta imune satisfatória e as recidivas serem menos graves do que a primeira infecção, elas podem continuar transmitindo o vírus do herpes genital;
  • Não toque nas lesões, pois elas carregam grande quantidade de vírus. Se você tocar nas lesões ou nos fluidos da região, lave as mãos imediatamente com água e sabão.

 

Perguntas frequentes sobre herpes genital

 

É grave ter herpes genital na gravidez?

Depende.Quando a primeira infecção da mulher pelo HSV ocorre durante a gravidez, o risco de transmissão para o bebê aumenta bastante, pois a gestante ainda não tem anticorpos para combater a infecção.

Quando a paciente contraiu o vírus há mais tempo e a doença não está ativa, é raro a doença ser transmitida para o feto na vida intrauterina. Também não é frequente o recém-nascido pegar a doença se a mãe não está manifestando sintomas, mesmo via parto normal. Mas mesmo carregando o vírus há mais tempo, é imprescindível avisar o médico que a acompanha no pré-natal, pois uma das características do herpes genital é provocar recidivas de tempos em tempos. Se uma recidiva na região genital ocorrer em um momento próximo ao parto (até seis semanas antes), pode ser recomendado optar pela cesariana, pois o risco de a criança contrair o vírus no parto normal aumenta muito. O herpes em recém-nascidos pode ter consequências bastante graves, daí a necessidade de a equipe médica acompanhar a gestação mais de perto.

 

O herpes genital pode sangrar?

Sim. As bolhas típicas da doença podem se romper e causar sangramentos.

 

Posso fazer sexo se tiver herpes genital?

É essencial conversar com seu parceiro sobre sua situação. O risco de transmissão diminui quando não há sintomas, mas não é zero. O preservativo ajuda muito a diminuir o risco, mas também não oferece proteção total. Como se trata de uma doença controlável, a recomendação é falar abertamente sobre o assunto e definir a conduta em conjunto.

 

A doença tem cura?

Não. Uma vez que haja infecção, a pessoa carregará o vírus por toda a vida.

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