O principal sintoma da doença é a cólica menstrual, que, em muitos casos, pode ser tão intensa a ponto de deixar a paciente incapaz de cumprir suas tarefas do dia a dia. Conheça 6 fatos sobre endometriose.
A endometriose é caracterizada pela implantação do endométrio (tecido que reveste a cavidade uterina) fora do útero. Em um processo normal, a mulher elimina o endométrio durante a menstruação. Contudo, algumas células podem migrar no sentido oposto e se alojar na cavidade abdominal, multiplicando-se e provocando uma reação inflamatória.
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O principal sintoma da doença é a cólica menstrual que, em muitos casos, pode ser tão intensa a ponto de deixar a paciente incapaz de cumprir suas tarefas do dia a dia. Além disso, dor durante a relação sexual, dificuldade para engravidar após um ano de tentativa e alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação também podem ser sinais da endometriose. Em casos avançados, a dor pode ocorrer também fora do período menstrual. Conheça alguns fatos importantes sobre a doença:
1) Atividades físicas são especialmente benéficas para as pacientes
Os exercícios são essenciais para que a doença seja administrada corretamente. A recomendação é que as pacientes pratiquem uma atividade aeróbica regrada, de três a quatro vezes na semana, durante 30 ou 40 minutos. Caminhada, corrida, natação e bicicleta são boas opções que ajudam a diminuir o limiar estrogênico e a melhorar a imunidade.
2) O estresse é um fator de risco para o surgimento da endometriose
A menstruação retrógrada leva o endométrio para a cavidade abdominal e a imunidade tem algum papel ao permitir que ele se desenvolva na região. Por isso, estuda-se a influência de várias questões ligadas à imunidade da paciente, e uma delas é o estresse. Mulheres com endometriose têm maiores traços de estresse e ansiedade.
As condições ambientais e a exposição a poluentes de combustão, como as dioxinas, também são fatores que têm sido associados ao problema.
3) O acompanhamento psicológico pode ser aliado no tratamento da doença
As características emocionais das pacientes, principalmente das mulheres muito detalhistas e exigentes e que sofrem de estresse e/ou ansiedade, devem ser levadas em conta. Assim, a psicoterapia pode fornecer o apoio necessário para ajudá-las a lidar melhor com os aspectos emocionais que podem estar relacionados ao surgimento da doença, como estresse, e/ou se agravar em decorrência dela, como ansiedade causada pela dificuldade de engravidar.
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4) O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico
Nos casos em que a endometriose já está avançada, é necessário tratamento cirúrgico acompanhado de complementação clínica. Já para os casos em fase inicial, existe a possibilidade de tratamento clínico com pílula anticoncepcional combinada ou só com progesterona. O procedimento cirúrgico utilizado na grande maioria dos casos é a laparoscopia, método minimamente invasivo feito sob anestesia por meio de pequenas incisões no abdômen. A cirurgia convencional, na qual se abre o abdômen, é utilizada em uma pequena parcela de casos, quando existem aderências ou sangramentos mais graves.
5) A endometriose está relacionada à infertilidade feminina
Pacientes com doença avançada e obstrução nas tubas uterinas que impeça o espermatozoide de chegar ao óvulo têm um fator anatômico que justifica a infertilidade. Além disso, algumas questões hormonais e imunológicas podem ser a razão de mulheres com endometriose leve não conseguirem engravidar. No entanto, após o tratamento, muitas podem recuperar a fertilidade, principalmente aquelas em que as tubas não tiverem sofrido obstrução.
6) A doença pode atingir mulheres desde a primeira até a última menstruação
A média de idade quando o diagnóstico é feito é de 32 anos (sendo que em 40% dos casos as pacientes já estavam com a doença havia cinco anos ou mais), mas a endometriose pode ocorrer também na adolescência e após os 40 anos. Entre 40% e 50% das adolescentes que têm cólicas intensas (que as deixam incapacitadas de realizar tarefas básicas) podem ter endometriose.
Fonte: Dr. Maurício Simões Abrão, médico ginecologista, professor na Universidade de São Paulo (USP) e diretor do setor de endometriose do Hospital das Clínicas, em entrevista a este Portal.