Tomei a pílula do dia seguinte. O que pode acontecer?

A pílula altera a menstruação? Quais os efeitos colaterais? Respondemos essa e outras dúvidas comuns de quem usou o contraceptivo.

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Publicado em: 19 de agosto de 2022

Revisado em: 8 de setembro de 2022

A pílula do dia seguinte altera a menstruação? Quais os efeitos colaterais? Respondemos a essas e outras dúvidas comuns de quem usou o contraceptivo.

 

A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência que age bloqueando a ovulação e prevenindo uma possível gravidez depois de uma relação sexual desprotegida. Trata-se de um método com alta dose hormonal e que não deve ser usado com frequência.

Apesar de conhecido, o medicamento ainda gera muitas dúvidas, e aqui buscamos esclarecer os principais pontos sobre o que acontece após o uso da pílula. Confira.

 

A pílula pode alterar a menstruação e causar sangramentos?

Sim, a pílula do dia seguinte pode causar alterações no ciclo menstrual, mas isso não é uma regra. Quando ela é usada próxima ao fim do ciclo (na segunda metade), o mais comum é a menstruação adiantar, em média, em uma semana. 

Caso a pílula seja usada no início do ciclo (primeira metade), pode ocorrer um sangramento persistente e escurecido, como uma borra de café, durante todo o mês. Esse efeito não é motivo para preocupação e tende a se resolver espontaneamente.

Se não houver nenhum sangramento e a menstruação atrasar, a recomendação é fazer um teste para descartar a possibilidade de gravidez. 

 

Quais efeitos colaterais a pílula do dia seguinte pode causar?

Os principais efeitos colaterais da pílula do dia seguinte são dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, cólicas menstruais, cansaço, tontura, irritabilidade e maior sensibilidade nas mamas. Esses sintomas também podem durar ao longo do mês em que o contraceptivo foi usado.

Sintomas emocionais podem ocorrer principalmente se o medicamento for usado de forma contínua – o que não é recomendado –, mas o mais comum são os sintomas físicos. Muitas vezes, as pessoas se sentem mais ansiosas pelo medo de uma possível gravidez indesejada, e não por causa da pílula em si. 

Veja também: Coisas que acontecem no corpo durante a menstruação: o que é normal?

 

Como saber se a pílula funcionou?

Não há como ter essa certeza imediatamente. A pílula deve ser tomada até 72 horas depois da relação desprotegida, mas quanto mais rápido ela for usada, melhor. Porém, como todo método contraceptivo, não existe 100% de eficácia. 

A recomendação é realizar um teste de gravidez em caso de atraso menstrual, da mesma forma que seria feito sem a utilização da pílula. 

 

O que pode “cortar” o efeito da pílula?

O principal problema é quando ocorre um episódio de vômito até 2 horas após a ingestão da pílula. Nesses casos, a medicação não é absorvida pelo organismo, e pode-se repetir a dose.

Outra situação é o uso de medicações que aceleram o funcionamento do fígado e podem levar a uma metabolização muito rápida da pílula, como efavirenz e rifampicina, e medicamentos anticonvulsivantes como carbamazepina e fenitoína. Quem usa esses remédios deve consultar o médico para avaliar a necessidade de ajuste da dose da pílula do dia seguinte ou mesmo recorrer ao DIU de cobre, que também pode ser usado como um método de emergência para evitar gravidez.

 

A pílula do dia seguinte previne gravidez pelo resto do mês?

Não! A pílula do dia seguinte não tem efeito cumulativo – ela serve para bloquear a ovulação após a relação desprotegida. Para continuar tendo relações de forma segura, é necessário utilizar outro método contraceptivo habitual, como a camisinha, por exemplo, que também protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 

Se você precisa recorrer ao contraceptivo de emergência com frequência, é importante conversar com um médico sobre os métodos contraceptivos disponíveis, como DIU ou implante, que não precisam ser trocados por um longo período, e avaliar o que se adéqua melhor ao seu momento de vida. 

 

Posso engravidar mesmo tomando a pílula do dia seguinte?

Como mencionamos acima, nenhum método contraceptivo, de emergência ou não, tem zero índice de falha. Portanto, apesar de pequeno, o risco de gravidez ainda existe. 

 

Consultoria: Dra. Daniele Duarte, ginecologista e mastologista pela Universidade de São Paulo (USP); dra. Cecília Pereira, ginecologista e mastologista do Grupo Ifé Medicina.

Veja também: Pílula do dia seguinte em 5 perguntas | Patrícia de Rossi

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