É dengue ou covid? Veja as diferenças e semelhanças entre os sintomas e a evolução da dengue e da covid-19 na coluna de Mariana Varella.
O Brasil soma, do início de janeiro até o dia 22/2, mais de 740 mil casos prováveis de dengue, e as expectativas são de que 2024 termine como o ano com mais casos da doença na história do país.
Comparado ao mesmo período do ano passado, o número de casos suspeitos da infecção quadruplicou no território nacional.
Além do aumento de casos da doença, que costuma ser mais frequente nos meses de março e abril, o país ainda enfrenta o crescimento dos casos de covid-19 depois do Carnaval.
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Segundo a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o número de testes de farmácia com resultado positivo de covid subiu 19% na semana pós-Carnaval.
As duas infecções, ambas causadas por vírus, podem ter sintomas semelhantes, mas sua evolução costuma ser diferente.
Veja os principais sintomas e a evolução de cada uma das doenças virais:
Sintomas e evolução da dengue
O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas. Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as diferentes formas da doença.
A dengue pode ser assintomática, mas quando ocorrem, os sintomas mais comuns costumam ser:
- febre alta (acima de 38°) repentina, que dura de dois a sete dias;
- dor de cabeça e atrás dos olhos;
- fraqueza e dor muscular;
- e dor nas articulações.
Perda de apetite, diarreia com fezes pastosas, náuseas e vômitos podem estar presentes.
Manchas e pápulas avermelhadas na pele (exantema), com ou sem coceira, surgem na face, tronco, mãos e pés em cerca de 50% dos afetados pela doença.
Após a fase febril, a maioria dos indivíduos se recupera progressivamente; no entanto, alguns pacientes começam a piorar exatamente na fase em que a febre regride, cerca de três a sete dias após o início dos sintomas.
Os sinais de alarme da dengue são:
- dor abdominal intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acúmulo de líquidos no abdômen e nas membranas que envolve o coração e os pulmões;
- queda da pressão, principalmente ao se levantar;
- sangramento de mucosa;
- letargia (estado de fraqueza intensa) e/ou irritabilidade.
Não há tratamento específico para a doença, mas é muito importante garantir a hidratação, que pode salvar vidas.
Se você apresentar sintomas de dengue grave ou não conseguir ingerir líquidos em altas quantidades, procure um serviço de saúde.
A vacina contra a dengue está disponível pelo SUS em alguns municípios, para crianças de 10 a 11 anos (o público-alvo deverá ser estendido até adolescentes com 14 anos), e na rede privada, para pessoas de 4 a 60 anos.
Sintomas e evolução da covid-19
A covid-19 é causada pelo Sars-CcoV-2, um vírus da família dos coronavírus. Sua transmissão é por via respiratória, através do contato direto com a pessoa infectada ou com as gotículas respiratórias que são expelidas quando uma pessoa com o vírus tosse ou espirra.
A covid-19 também pode ser assintomática, mas quando surgem, os sintomas costumam ser:
- sintomas respiratórios, como obstrução nasal (nariz entupido) e coriza, além de tosse seca que pode ou não estar presente;
- febre, que pode ser acima de 38ºC;
- dor de garganta;
- dor de cabeça;
- calafrios;
- cansaço;
- e dores musculares.
Pessoas vacinadas costumam ter sintomas mais leves da infecção, que pode causar quadros graves, em especial em idosos, pessoas imunocomprometidas e com comorbidades.
Assim, é muito importante manter a vacina contra a doença em dia.
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Principais diferenças entre as infecções
Duas características ajudam no diagnóstico, mas para confirmá-lo é preciso realizar testes específicos. Outras viroses têm sintomas semelhantes, portanto apenas exames poderão estabelecer o diagnóstico definitivo.
No entanto, a dengue não causa sintomas respiratórios como a covid-19, e a febre, quando surge, inicia-se de forma abrupta, muitas vezes como primeiro sintoma.