Conheça as principais sequelas do herpes-zóster ou cobreiro

As sequelas do hérpes-zoster, popularmente conhecido como cobreiro, podem surgir até meses depois e acometer a visão. Saiba quais são elas.

Popularmente conhecido como cobreiro, o herpes-zóster pode causar complicações sérias se não for diagnosticado logo. Saiba mais.

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Publicado em: 2 de outubro de 2023

Revisado em: 6 de outubro de 2023

Popularmente conhecido como cobreiro, o herpes-zóster pode causar complicações sérias se não for diagnosticado logo. Saiba mais.

 

Toda vez que uma pessoa tem catapora, o vírus causador da doença, chamado de varicela-zóster, permanece latente no organismo. Na maioria das pessoas, ele fica silencioso pelo resto da vida. Mas, em cerca de 30% delas, o agente é reativado na forma de outra doença: o herpes-zóster ou “cobreiro”.

No herpes-zóster, as lesões são parecidas com as da catapora, mas elas se restringem à região do nervo em que o vírus esteve latente. O seu surgimento é mais frequente após os 50 anos ou em pessoas que têm algum tipo de imunodeficiência.

Além das feridas na pele, o cobreiro causa dor, incômodo, sensação de pontadas e de choque. O tratamento é feito com medicamentos antivirais e deve ser iniciado em até 72 horas a fim de evitar complicações que podem ser bastante graves.

 

Sequelas do herpes-zóster

Neuralgia pós-herpética

A neuralgia pós-herpética é a sequela mais comum associada ao herpes-zóster. Ela acontece quando a dor provocada pela reativação do vírus se prolonga para além do tempo habitual, ou seja, mesmo depois que as lesões da pele somem.

“É uma dor de longa duração, às vezes crônica. Pode durar meses ou até anos e é de difícil tratamento”, afirma o dr. Jessé Reis Alves, infectologista e gerente médico de vacinas da biofarmacêutica GSK.

Essa dor acontece porque a multiplicação do vírus danifica o funcionamento dos nervos acometidos. Então, ao levar informações da sensibilidade da pele para o cérebro, os nervos acabam interpretando qualquer toque como um estímulo doloroso.

De acordo com o dr. Jessé, a complicação pode impactar diretamente a qualidade de vida, já que a dor afeta a rotina, os relacionamentos e o bem-estar do paciente. 

Além do tratamento com antivirais, a neuralgia pós-herpética pode exigir diferentes medicamentos e terapias para diminuir o desconforto. Em alguns casos, é necessária a intervenção do especialista em dor.

 

Meningoencefalite herpética

Outra manifestação associada ao herpes-zóster é a meningoencefalite, ou seja, quando o vírus reativado provoca uma infecção no sistema nervoso central. Segundo o dr. Jessé, ela é mais rara, representa cerca de 1% dos casos de herpes-zóster, mas é extremamente grave.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e alteração do comportamento, em que o paciente fica mais agitado, agressivo ou desorientado. O tratamento é principalmente com aciclovir e monitoramento em terapia intensiva, já que a meningoencefalite herpética está entre as infecções mais críticas do sistema nervoso central.

Veja também: Explicando o herpes-zóster | Coluna #123

 

Acometimento do nervo trigêmeo

Por fim, uma das possíveis sequelas do herpes-zóster ocorre quando o vírus acomete o nervo oftálmico, um dos ramos do nervo trigêmeo. Ele pode atingir os olhos, causando problemas recorrentes, crônicos e até irreversíveis. Essa complicação acontece em cerca de 25% dos casos de herpes-zóster.

“O vírus sai da raiz do nervo trigêmeo, caminha pelo nervo, chega à superfície do olho e se instala, causando a doença”, ilustra a oftalmologista Luciana Peixoto, especialista em doenças inflamatórias e infecções oculares e chefe do Setor de Doenças Inflamatórias e Infecciosas da Clínica Moacir Cunha do grupo Fleury.

Em quadros de herpes-zóster cujas lesões na pele surgem na lateral ou na ponta do nariz, o risco de o paciente desenvolver um problema ocular aumenta de três a quatro vezes. Segundo a especialista, isso pode acontecer não apenas durante a fase aguda da doença, mas também depois, quando a pessoa já nem se lembra mais que teve herpes-zóster.

“Pode afetar todas as estruturas do olho, desde a superfície externa, com um quadro leve de conjuntivite, até quadros de maior gravidade, como ceratite, uveíte, glaucoma, hipertensão ocular e necrose aguda de retina”, elenca.

Em geral, os sintomas aparecem em até três meses após a infecção inicial pelo cobreiro. São eles: vermelhidão, maior sensibilidade à luz e baixa visão.

A dica da dra. Luciana é procurar ajuda médica com ou sem sintomas, caso a doença afete a lateral ou a ponta do nariz, um sinal clássico. Se os sintomas surgirem muito tempo depois do herpes-zóster, é importante avisar o profissional para facilitar no diagnóstico.

O tratamento é bastante individualizado, mas tende a combinar medicamentos antivirais e anti-inflamatórios.

 

Prevenção 

A prevenção contra o herpes-zóster e suas sequelas é a vacinação. Nas crianças, existe a vacina tetraviral que protege, entre outras doenças, contra a varicela. Ela é distribuída gratuitamente pelo SUS.

Nos adultos, há um imunizante específico contra o herpes-zóster, indicado para pessoas a partir dos 50 anos ou pacientes imunocomprometidos ou com maior risco para a doença com 18 anos ou mais. Embora não esteja disponível pelo SUS, o imunizante é encontrado nos serviços privados de vacinação.

Veja também: Herpes-zóster pode ser prevenido com vacina a partir dos 50

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