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Testes de alergia: para que servem e como funcionam?

Conheça as diferentes formas de diagnosticar alergias e quais são seus possíveis efeitos colaterais.
Publicado em 09/05/2023
Revisado em 01/11/2024

Conheça as diferentes formas de diagnosticar alergias e quais são seus possíveis efeitos colaterais.

 

A prevalência de doenças alérgicas cresce no mundo, afetando 30% da população brasileira. Nesses casos, os testes de alergia são indicados. Atualmente existem diversas opções, desde os mais comuns, como o prick test e o patch test, até os mais modernos, como o teste molecular.

O alergista e imunologista Clóvis Eduardo Santos Galvão, coordenador do Departamento Científico de Alérgenos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), afirma que os testes são seguros, mas eventualmente podem causar reações. “Portanto, devem ser realizados pelo médico alergista, que geralmente os fazem em consultórios preparados para atender as eventuais reações”, explica.

 

Entenda o que é uma alergia

Segundo a Asbai, é estimado que até o ano de 2050, quase 50% da população mundial apresente alguma forma de alergia. O médico esclarece que a alergia “é uma reação do sistema imunológico (de defesa) do organismo que acontece de forma exagerada e, assim, em vez de proteger [o organismo], acaba causando o problema”. Por isso é chamada de reação de hipersensibilidade. 

Conforme o especialista, existem pelo menos quatro formas diferentes de reação de hipersensibilidade que podem levar a uma alergia.

  • Tipo I ou imediata – acontece pela ação de anticorpos e causa quadros clínicos como rinite, asma e/ou conjuntivite alérgicas – causadas por ácaro da poeira, pelo de animais domésticos, pólens, etc. Pode ser leve ou grave, como a anafilaxia (forma mais grave de alergia), provocada por alimentos, venenos de abelhas, entre outros;
  • Tipo II ou citotóxica – causada por anticorpos que destroem as células que eles reconhecem como invasoras – reações transfusionais, reações a medicamentos e algumas doenças autoimune podem estar neste grupo;
  • Tipo III – ocorre devido a complexos antígenos/anticorpos que se depositam em determinados órgãos, provocando o aparecimento de doenças, como algumas reações a medicamentos e doenças autoimunes;
  • Tipo IV ou tardias – ocasionada por células T, demora alguns dias após o contato com o agente causador para se manifestar e por isso é chamada de tardia. Exemplos: dermatites de contato e reações a medicamentos;

Os tipos I e IV compreendem a maior parte das alergias mais popularmente conhecidas.

 

Testes de alergia: conheça os mais tradicionais

Segundo o alergista, os testes alérgicos indicados para cada caso dependem do tipo de alergia envolvido. Ou seja, é preciso entender as substâncias que constituem um alérgeno e, portanto, desencadeiam a reação alérgica.

O teste mais utilizado por ser mais rápido e menos dispendioso é o prick test. Eles são realizados, geralmente, na pele do braço do paciente, com gotas do alérgeno a ser pesquisado. “Avaliam as alergias do tipo I como as respiratórias, asma e rinite, e as conjuntivites, além de alergia a alimentos e as anafilaxias”, pontua o dr. Clóvis.

De acordo com ele, nesses testes, o resultado sai em 20 minutos e as reações positivas são representadas por vermelhidão e pápula (caroço pequeno, elevado e mole na pele) no local do teste, com coceira na região. 

Ele destaca que podem ser substituídos por testes laboratoriais realizados no sangue para a pesquisa do anticorpo IgE envolvido na alergia (ácaro, pólen, alimento, entre outros). Os testes laboratoriais para pesquisa de IgE estão cada vez mais bem padronizados e específicos, com técnicas de biologia molecular para maior precisão dos resultados, utilizando proteínas de um único alérgeno ou componentes.

Há ainda os testes de contato ou patch test, realizados nas costas do paciente para avaliar as alergias do tipo 4. Como traduzem as reações tardias, o paciente geralmente aplica o teste em um dia e faz duas leituras com intervalos de 48h para ter o resultado. É aplicado para as reações de contato como alergia a bijuterias, cosméticos, etc.

O especialista ressalta que “os resultados positivos não necessariamente indicam alergia e precisam ser interpretados de forma adequada, levando em conta a história clínica do paciente”.

Se o seu médico achar que você pode ter uma alergia, ele provavelmente irá encaminhá-lo a um alergista (um médico especializado em diagnosticar e tratar alergias) para testes adicionais.

Já o tratamento de uma alergia depende basicamente dos sintomas e de como o alérgeno desencadeante pode ser evitado. Na verdade, evitar alérgenos é a medida mais importante para prevenir os sintomas.

Veja também: Formas de tratamento da rinite alérgica | Artigo

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