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Dor crônica: O que faz um médico algologista?

Mulher de costas com as duas mãos no pescoço, demonstrando estar com dor crônica.
Publicado em 24/08/2022
Revisado em 08/09/2022

Especialidade recente que estuda o tratamento da dor crônica. Entenda mais sobre o trabalho de um médico algologista.

 

A algologia é uma especialidade médica nova que estuda o tratamento da dor crônica, que se caracteriza por uma dor que perdura por mais de três meses. Anteriormente, a dor era considerada apenas como sintoma de outras doenças, e não havia uma área dedicada apenas a ela.

“Até alguns anos atrás, o estudo em si da dor era dividido por cadeiras [matérias] na faculdade de Medicina. Cada área cuidava da sua”, explica dr. Raoni Imada, médico algologista. 

Atualmente encontramos médicos ortopedistas, anestesiologistas, oncologistas e neurologistas que se especializam para tratar pacientes com dores pós-procedimentos cirúrgicos, tratamento oncológicos, cefaleias, dores nas costas, dores articulares, neuropatias, entre outras enfermidades. 

Mas não são somente os médicos que se especializam, pois o tratamento da dor precisa ser multidisciplinar, por isso a importância de ter fisioterapeutas, psicólogos, dentistas, entre outros atuando nessa área.

        Ouça: Por que dói? #08 | Dor crônica

 

Como é feita a consulta?

Por meio de uma anamnese detalhada, o médico da dor analisa e descobre as causas específicas da queixa daquele paciente. É feito um exame clínico completo para achar possíveis causas de dor, como edemas, dores ortopédicas, articulares, ósseas, além de exames laboratoriais.

“Os tratamentos consistem muitas vezes em medicamentos mais potentes, fisioterapia, psicoeducação, acupuntura, estimulação intramuscular ou transcutânea, infiltrações de medicamentos e bloqueios anestésicos”, explica o dr. Imada. 

Muitos pacientes têm receio de buscar soluções como essas, pois pensam que são procedimentos caros; entretanto, a maioria não é. Além disso, o tratamento correto ajuda a reduzir o consumo inapropriado de analgésicos, que é bastante nocivo à saúde, principalmente a longo prazo.

        Veja também: Manejo da dor | Entrevista

 

Dor crônica X dor aguda

Toda dor é um sinal de que algo não vai bem no organismo. A dor aguda é aquela que surge repentinamente e tem duração limitada, como uma contusão, uma dor de garganta ou cólica, por exemplo.

Já as dores crônicas não têm essa função de alerta. Na dor crônica, concomitantemente ao estímulo doloroso, há uma geração de sinal doloroso dentro do sistema nervoso central, que, com o tempo, acaba se tornando independente da dor inicial.

Isso acontece por um aumento da função dos circuitos neuronais que acabam criando uma “memória da dor”, de forma semelhante a quando fazemos alguma coisa várias vezes e começamos a fazê-la sem perceber.

Essa atividade de percepção de dor pelo cérebro, realizada diariamente, modifica a forma de funcionar do cérebro. Não é à toa que pacientes com dores crônicas têm mais dificuldade para dormir, esquecimentos e alterações de humor. Por isso a importância de ter um tratamento adequado. 

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