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Oftalmologia

Colírios com corticoide podem causar glaucoma secundário

homem pinga colírio. uso de colírios com corticoide pode causar glaucoma
Publicado em 10/06/2014
Revisado em 11/08/2020

O uso indiscriminado de colírios com corticoide pode causar glaucoma, doença crônica que pode levar à cegueira, se não tratada adequadamente.

 

Existem no Brasil aproximadamente 1 milhão e 500 mil pessoas com glaucoma. Desse total, 1/3 é portador de glaucoma secundário, em que é possível identificar a causa. Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), uma das principais razões da doença ter números tão expressivos é o uso indiscriminado de colírios com corticoide.

“A pessoa vai até o oftalmologista para tratar uma conjuntivite. O médico prescreve corretamente um colírio e solicita que ela o pingue nos olhos por cerca de uma semana. Como ela percebe um alívio rápido, passa a utilizar o medicamento para qualquer irritação nos olhos e até para lubrificar. Então, ela fica com o nome [do colírio] na cabeça e como não é preciso de receita, compra o produto livremente e até o indica para amigos”, relata Francisco Eduardo Lopes de Lima, presidente da SBG.

 

Veja também: Orientações do dr. Drauzio sobre glaucoma

 

O problema é que o efeito dos colírios com corticoides é cumulativo e seu uso prolongado acaba fazendo mal para os olhos. Ainda de acordo com o médico, o uso de colírio com corticoide  por um ano (em algumas pessoas, por seis meses) sem intervalos pode levar a glaucoma, cegueira irreversível e até catarata. “Vemos pacientes com 18 anos ficando cegos e que não sabiam que o colírio fazia mal”, diz o médico.

“A ação desse medicamento faz com que o líquido que lubrifica o olho fique retido no interior do órgão, e a pressão ocular sobe muito. O paciente não sente nada e vai perdendo a visão periférica com o passar dos meses. Em geral, ele começa a sentir um desconforto, não vai ao médico e, para aliviar os sintomas, chega até a utilizar  aqueles óculos vendidos em banca de jornal. Ele só vai procurar ajuda quando começa a bater nas coisas e a realmente não enxergar”, completa Lima.

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