O que é a síndrome de Cushing?

A condição está associada aos níveis de cortisol no organismo e é mais comum no sexo feminino. Conheça os sintomas e o tratamento. 

close em mulher segurando prega do abdômen. ganho de peso pode ser sintoma da síndrome de Cushing

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Publicado em: 21 de julho de 2023

Revisado em: 1 de agosto de 2023

A síndrome de Cushing está associada aos níveis de cortisol no organismo e é mais comum no sexo feminino. Conheça os sintomas e o tratamento. 

 

A aíndrome de Cushing é uma condição causada pelos níveis elevados de cortisol, hormônio produzido pelas glândulas adrenais (duas glândulas endócrinas localizadas acima dos rins). Essa alteração pode resultar de uma produção excessiva de cortisol pelo próprio organismo ou pelo uso prolongado de medicamentos corticosteroides. 

“Os principais sintomas incluem ganho de peso e acúmulo de gordura, principalmente no tronco, face redonda (chamada de face em lua cheia), estrias roxas na pele, pele fácil de machucar e lenta para cicatrizar, fadiga, fraqueza muscular, depressão, ansiedade e irritabilidade, osteoporose, entre outros. É considerada uma doença rara, afetando cerca de duas a três pessoas em 1 milhão a cada ano”, afirma Thiago Fraga Napoli, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo (SBEM-SP).

Segundo o médico, a doença pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em pessoas entre 20 e 50 anos. Existem inclusive casos em crianças em que, além do ganho de peso, há também restrição de crescimento.

 

Causas e fatores de risco da síndrome de Cushing

As principais causas da síndrome de Cushing são o uso prolongado de corticosteroides e a produção excessiva de cortisol pelo próprio corpo – esse segundo caso pode ser causado por um tumor na glândula pituitária (chamado de adenoma pituitário), tumores nas glândulas adrenais ou tumores em outras partes do corpo. 

Sobre o uso de corticosteroides, o especialista explica que esses medicamentos são frequentemente usados para reduzir a inflamação e tratar condições como asma e artrite reumatoide, por exemplo. “Às vezes, pessoas desenvolvem [a síndrome] usando grandes quantidades de pomadas contendo corticoides para lesões de pele, quando param seu acompanhamento com dermatologista e mantêm-se apenas usando a pomada cronicamente. Quando usados por longos períodos de tempo, causam excesso dos níveis de cortisol no corpo e levam à síndrome de Cushing.”

Além de pacientes em tratamento com medicamentos corticosteroides, a condição também é mais comum em mulheres e pessoas com obesidade. 

        Veja também: Como os hormônios influenciam a saúde mental da mulher?

 

Diagnóstico e tratamento

Como os sintomas da síndrome de Cushing podem ser semelhantes aos de outras doenças, o diagnóstico tende a ser desafiador. Em geral, ele é feito através de exames de sangue, urina e saliva para medir os níveis de cortisol no organismo. 

“Uma vez constatado o seu excesso, temos que ir atrás de onde estaria vindo essa produção, primeiro por exames de sangue adicionais, até mesmo sendo preciso fazer cateterização de veias na hipófise, dentro da cabeça. Depois de suspeitarmos de onde está saindo o estímulo ou produção do hormônio, pedimos exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para localizar a presença de tumores”, explica o dr. Napoli.

Já o tratamento varia dependendo da causa. “Se a causa for o uso de corticosteroides, o médico pode ajustar a dose ou mudar o medicamento. Se a causa for um tumor, pode ser necessária cirurgia, radioterapia ou medicação para controlar a produção de cortisol.” 

De acordo com o médico, em muitos casos, a síndrome de Cushing pode ser curada, mas pode levar algum tempo para que os sintomas diminuam depois do tratamento. Além disso, existe a possibilidade de complicações a longo prazo, caso o problema não seja tratado. 

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