Os efeitos do fumo passivo para as crianças

Tabagismo passivo é nocivo para todas as pessoas, mas pode ser ainda mais prejudicial no caso das crianças. Entenda.

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Publicado em: 11 de outubro de 2022

Revisado em: 11 de outubro de 2022

Tabagismo passivo é nocivo para todas as pessoas, mas pode ser ainda mais prejudicial no caso das crianças. Entenda.

 

Que o tabagismo faz mal para a saúde, todo mundo sabe. Mas os efeitos nocivos do cigarro não se estendem somente aos que fumam, mas também às pessoas próximas que acabam inalando a fumaça e ficando expostas às substâncias tóxicas presentes nela. A fumaça do cigarro possui cerca de 7 mil substâncias tóxicas diferentes, sendo que algumas dessas podem causar câncer. 

O fumo passivo é prejudicial para qualquer pessoa, mas se torna ainda mais preocupante no caso das crianças, que têm as vias aéreas mais frágeis do que as dos adultos, o que faz com que possíveis infecções e problemas respiratórios sejam mais graves nessa fase. 

“As principais consequências do fumo passivo nas crianças é o aumento das alergias e dos quadros de atopia, como crises de asma, bronquite, rinite e de infecções de vias aéreas e a piora no quadro da respiração nasal. A fumaça do cigarro é muito nefasta, especialmente para as crianças alérgicas, que podem apresentar piora dos problemas respiratórios”, explica o dr. Gustavo Mury, médico otorrinolaringologista. 

Nas crianças menores, a situação pode ser ainda mais crítica. Segundo informações do Ministério da Saúde, bebês expostos ao fumo passivo têm maior risco de morte súbita e doenças pulmonares até 1 ano de idade. Nos bebês e crianças, também aumenta o risco de infecções do ouvido médio. 

“As crianças menores têm uma fragilidade maior nas vias aéreas, seja pela imunidade, que ainda não está madura, como também pela própria anatomia, a constituição das vias aéreas é mais prejudicada na criança pequena: pelo tamanho, pelos brônquios e demais estruturas, que têm um tamanho muito reduzido e qualquer muco ou um simples broncoespasmo trazem repercussão na respiração”, afirma o médico. 

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Cigarro eletrônico também faz mal

Mesmo que o número de fumantes venha diminuindo nas últimas décadas no Brasil, recentemente têm se popularizado outras formas de consumir nicotina, como os cigarros eletrônicos e narguilés, que também são muito nocivos para a saúde. Esses produtos são comercializados em diversos sabores, o que acaba sendo mais atrativo para os mais jovens, incluindo adolescentes. 

“Ainda não há estudos conclusivos sobre quão mal isso faz, mas já existem alguns relatos e óbitos por uso de substâncias inaladas”, comenta o médico.

Outro ponto importante, segundo ele, é que esses produtos não são regulamentados, tampouco avaliados pelos órgãos fiscalizadores. “Então, por serem substâncias ilegais, muitas vezes nem se sabe exatamente o que a pessoa está consumindo. Dessa forma, vale bastante atenção e evitar o uso desse tipo de substância.”

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Pais e cuidadores fumantes

O médico orienta que pessoas que fumam e têm crianças em casa busquem ajuda profissional para parar de fumar – a tarefa não é fácil, é claro, mas medidas como terapia, medicamentos e acompanhamento médico podem fazer toda a diferença nesse processo.

“Vale a pena lembrar que nas famílias nas quais os pais fumam a chance de os filhos fumarem é maior do que nas famílias nas quais não há consumo desse tipo de substância, pois o exemplo dos pais acaba sendo mais importante que o discurso”, afirma. 

Além disso, o ideal é não fumar em casa, para não expor as crianças aos efeitos nocivos do tabagismo. Uma outra forma de exposição ao cigarro, chamada de thirdhandsmoke, indica que substâncias como a nicotina podem permanecer nos lugares por muito tempo, ou seja, o fumo passivo não acaba quando o cigarro é apagado.

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