Número de mortes por infarto cai 12% em SP por conta da Lei Antifumo

Pilha de cigarros.

Compartilhar

Publicado em: 30 de maio de 2016

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Estudo detalhou a eficácia da Lei Antifumo na capital paulista. Mais de 500 vidas foram poupadas. 

 

Pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da FMUSP mostrou que com a promulgação da Lei Antifumo (que proíbe fumar em ambientes fechados) em 2009, na cidade de São Paulo, houve redução de 12% na ocorrência de morte de pessoas por infarto. Na prática, isso significa que a vida de 571 pessoas foi poupada.

Somente nos dois primeiros meses depois que a lei começou a vigorar houve queda de 5% nas internações hospitalares pelo SUS.

 

Veja também: Dicas para parar de fumar

 

Para chegar a esse resultado, a equipe do Incor usou um modelo estatístico chamado Arimax, que conseguiu estudar o comportamento da população de São Paulo no que diz respeito a dois parâmetros diretamente ligados à incidência da doença cardiovascular: a taxa de internações (segundo o Datasus, base de dados do Sistema Único de Saúde) e a taxa de mortes por infarto (de acordo com o Sistema de Informações sobre a Mortalidade da Prefeitura).

Esse modelo também foi capaz de isolar outros fatores ambientais além do decorrente da lei antifumo, de maneira a ter clareza sobre o impacto exclusivamente desta última. Assim, foram avaliadas a variação de temperatura, que em extremos acarreta maior incidência de problemas cardiovasculares, e de índices de poluição, que são deletérios para cardiopatas. As séries históricas de temperatura e poluição foram fornecidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O resultado do estudo, que é tese de doutorado da cardiologista Tânia Ogawa, com orientação da dra. Jaqueline Scholz, deu maior credibilidade à constatação dos benefícios da cessação do fumo em locais públicos fechados. “É cada vez mais comum, em suas residências, as pessoas irem para a sacada fumar, seja por consciência própria ou por reivindicação da família e amigos. Estamos mudando uma cultura que esteve arraigada por décadas no país”, salienta Scholz.

Veja mais