Cigarro eletrônico é isca da indústria do tabaco para ampliar número de fumantes

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Publicado em: 31 de maio de 2014

Revisado em: 22 de outubro de 2021

Para a Socidade Brasileira de Cardiologia, cigarro eletrônico é isca para atingir crianças e adolescentes atrai-los para a dependência de nicotina.

 

Apesar de ser proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, o cigarro eletrônico é um produto que pode ser encontrado facilmente. A comunicação do cigarro eletrônico é voltada totalmente para o público jovem, com formatos diferenciados, coloridos e sabores de frutas. O aparelho funciona a bateria e pode ser carregado em tomadas ou até mesmo em computadores e tablets via USB.  Ele simula um cigarro convencional, gera uma fumaça quando se traga, depois um vapor de água é produzido e um cartucho interno libera a nicotina.

 

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Além do design, a divulgação desse tipo de produto carrega a mensagem de que não seriam danosos à saúde. “É tudo muito moderno e chamativo. Ainda por cima, é vendido como produto de menor risco, pela não combustão da folha do tabaco”, conta o coordenador do Comitê de Controle do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Márcio Gonçalves de Sousa, que completa: “o que eles vendem como liberdade, na verdade é prisão, já que a nicotina, que vicia, permanece no produto eletrônico, assim como no convencional”.

Estudos têm mostrado a presença de metais pesados nestes aparelhos, como estanho e sílica, além de substâncias tóxicas encontradas em líquidos anti-congelamento. “Não existem estudos de segurança que permitam o seu uso. O fumante estará inalando novas substâncias que não sabemos ser mais aceleradoras de outros tipos de cânceres”, esclarece Márcio Gonçalves de Sousa.

Para o diretor de Promoção da Saúde Cardiovascular da SBC, Carlos Costa Magalhães, no que se refere às crianças, o cigarro eletrônico utiliza a mesma estratégia que a indústria do fumo utilizava há algumas décadas. “O cigarro eletrônico tem sido a porta de entrada dos jovens para o cigarro convencional. Os pais e educadores devem ficar atentos e alertá-los”, orienta.

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