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Síndrome metabólica | Artigo

Estudo traz novidades sobre tratamento de síndrome metabólica
Publicado em 16/01/2020
Revisado em 11/08/2020

Estudo traz novidades sobre o tratamento da síndrome metabólica, doença caracterizada pela resistência à ação da insulina e acúmulo de gordura abdominal.

 

Síndrome metabólica é uma epidemia no mundo atual. Não temos números confiáveis no Brasil, mas, nos Estados Unidos, afeta 30% da população adulta.

É caracterizada por aumento da pressão arterial, acúmulo de gordura abdominal, resistência à insulina, glicemia entre 100 e 125, e dislipidemia (triglicérides elevados, colesterol LDL elevado e HDL baixo), entre outras alterações (pró-inflamatórias e pró-trombóticas).

Num período de cinco a dez anos, a presença da síndrome duplica o risco de doenças cardiovasculares e aumenta cinco vezes o de diabetes tipo 2.

O tratamento clássico recomenda redução agressiva do aporte calórico, adoção de dieta saudável e aumento da atividade física. No entanto, como essas providências implicam mudanças do estilo de vida nem sempre fáceis de adotar, o tratamento medicamentoso pode tornar-se inevitável.

Nos últimos anos, foi descrita uma estratégia denominada “Time-restricted eating”, que poderia ser traduzida como alimentação com restrição de tempo (ART), que consiste em estabelecer um ciclo diário de ingestão alternado com períodos de jejum, para criar um ritmo circadiano.

Ritmo circadiano é o conjunto de reações metabólicas que se repetem no decorrer das 24 horas do dia. Nesses ciclos, são regulados o sistema endócrino, o sistema nervoso autônomo, o metabolismo dos nutrientes, as horas de sono e de vigília, e outras características.

Consumir alimentos de forma errática, ou fazê-lo repetidas vezes durante as 24 horas, desregula o ritmo circadiano, alteração que aumenta o risco de obesidade, hipertensão arterial, resistência à insulina, inflamação e dislipidemia.

Veja também: Circunferência abdominal | Artigo

Em animais, manter um ritmo rígido de alimentação com restrição de tempo é capaz de prevenir e reverter a síndrome metabólica. O mesmo resultado tem sido obtido em estudos-piloto com seres humanos saudáveis.

Um grupo da Universidade da Califórnia, em San Diego, realizou um estudo-piloto para testar a eficácia desse tipo de restrição em 19 participantes com síndrome metabólica já instalada. A maioria tomava medicação anti-hipertensiva e/ou estatinas para reduzir os níveis de colesterol.

Durante 12 semanas, as refeições dos participantes ficaram restritas ao café da manhã, seguido de uma única refeição 10 horas mais tarde, de modo a manter jejum noturno de 14 horas.

A restrição levou à perda significativa de peso, melhora da composição corpórea com redução da circunferência abdominal, redução da pressão arterial, melhora do perfil lipídico e da qualidade do sono.

Os autores concluem que esse tipo de restrição “é uma intervenção capaz de ajudar aqueles com síndrome metabólica”… “Manter um ritmo diário de refeições e jejuns pode melhorar os ritmos moleculares de reações metabólicas importantes”.

Vale lembrar que nenhuma conclusão definitiva pode ser tirada com base em um estudo que envolveu apenas 19 pessoas. Mas  é uma hipótese que merece ser testada com maior número de participantes.

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