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Os maiores avanços de 2013 | Artigo

Publicado em 06/01/2014
Revisado em 11/08/2020

Editores da revista Science elegem os dez maiores avanços científicos de 2013.

 

Todo final de dezembro, os editores da revista Science se reúnem para eleger os dez maiores avanços científicos do ano que termina.

Em 2013, a área que ficou em primeiro lugar foi a da imunoterapia como forma de tratamento do câncer. Ganhou a capa da revista.

As primeiras ideias sobre a possibilidade de tratar casos de câncer por meio de estímulos imunológicos surgiram na época de Paul Ehrlich, no início do século 20. Nos últimos cem anos, inúmeras tentativas nessa área chegaram a resultados imprevisíveis e contraditórios.

Graças às técnicas laboratoriais desenvolvidas nas últimas décadas, no entanto, o conhecimento mais aprofundado da fisiologia do sistema imunológico abriu as portas para tratamentos que seguem duas linhas gerais. [relacionados]

A primeira envolve anticorpos que atuam sobre os linfócitos T (um subtipo de glóbulo branco) de forma a torná-los mais agressivos contra as células tumorais. A segunda procura modificar geneticamente, in vitro, os linfócitos T retirados do paciente, para aumentar sua capacidade de destruir células malignas, quando forem reinfundidos na circulação.

Respostas clínicas surpreendentemente duradouras têm sido descritas em portadores de melanoma maligno, leucemias e linfomas. A possibilidade de tratar outros tipos de tumores por manipulações imunológicas semelhantes, hoje, desperta grande interesse entre os oncologistas.

Os nove outros avanços foram:

1) Microcirurgia genética

Foi descoberto um gene (CRISPR) que as bactérias ativam para cortar em pedaços o DNA dos vírus que as atacam. Esse gene dá origem a uma proteína (Cas9) que pode ser utilizada como um bisturi para cortar e dissecar genes de animais e plantas, com a finalidade de entender suas funções. Em 2013, houve uma explosão de pesquisas que empregam essa tecnologia.

2) Claridade e transparência

Nesse ano, foi inventada uma técnica que permite substituir os lípides das membranas das células do cérebro, por moléculas pequenas de um gel claro, que deixa o tecido cerebral transparente, mantendo intactos os neurônios e demais células. As imagens obtidas permitem enxergar como nunca a distribuição dos neurônios nos diversos centros cerebrais e de que maneira eles reagem, quando estimulados.

3) Clonagem humana

Porcos, cachorros, ratos e ovelhas, como Dolly, têm sido clonados, mas a clonagem de células humanas demonstrou ser mais complexa. Depois de uma década de insucessos, finalmente foram obtidas células-tronco de embriões humanos clonados.

 

Veja também: Leia um artigo sobre células-tronco

 

4) Construção de miniórgãos

Embora células pluripotentes possam formar qualquer tipo celular,  organizá-las em tecidos é outra história. Este ano, houve grande progresso na produção de organoides em laboratório: miniaturas de fígados, rins e até de cérebros.

5) Aceleradores de partículas cósmicas

O Fermi Gamma-ray Space Telescope comprovou que prótons de alta-energia e outras partículas do espaço sideral são acelerados nas ondas de choque que emanam das supernovas. Algumas dessas partículas colidem com átomos no espaço dando origem a partículas subatômicas, chamadas píons, que por decaimento podem formar raios gama.

6) A “limpeza” do cérebro

Durante o sono dos ratos, os canais entre os neurônios se expandem de modo a permitir que o líquor, retire os detritos de proteínas que se acumulam em placas — como ocorre na doença de Alzheimer –, duas vezes mais depressa do que na vigília.

7) Germes e saúde

Vivem, em nosso corpo, mais de cem trilhões de bactérias, com seus três milhões de genes. Em 2013, avançamos muito no conhecimento das interações dessas células e genes com o organismo humano na saúde e na doença.

8) Novas baterias solares

Foi descoberto um novo material (perovskites) muito barato, capaz de converter 15% da energia solar em eletricidade. O rendimento ainda é baixo, mas pode ser aumentado com o aprimoramento da tecnologia.

9) Design de vacinas

Depois de cristalizar um anticorpo que o organismo produz contra o vírus sincicial respiratório (RSV), que leva aos hospitais milhões de crianças, um grupo de cientistas desenhou um imunógeno (o componente ativo das vacinas) que é o principal candidato para vencer a corrida pela descoberta da vacina anti-RSV.

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