Combate à dengue | Artigo - Portal Drauzio Varella
Página Inicial
Drauzio

Combate à dengue | Artigo

Ilustração com silhueta de mosquito e sinal vermelho de proibido em cima.
Publicado em 12/04/2011
Revisado em 11/08/2020

Entre as medidas de combate à dengue, além de eliminar criadouros é importante descartar a água em local seco para garantir que larvas não sobrevivam.

 

É fundamental conscientizar as pessoas de que combater o mosquito da dengue, além de responsabilidade dos órgãos governamentais que deveriam encarregar-se do saneamento básico, abastecimento de água e de campanhas educativas permanentes, requer empenho de toda a sociedade, uma vez que o Aedes aegypti pode encontrar, em cada moradia e arredores, ambiente propício para sua proliferação.

Considerando os dados levantados pela Fundação Nacional de Saúde de que o mosquito vetor “foi erradicado duas vezes do Brasil, em 1955 e 1973, e que, com o relaxamento da vigilância entomológica ocorrido no final da década de 70 e início dos anos 80, foi reintroduzido, instalando-se definitivamente no país”, conclui-se que o trabalho de combate deve ser permanente e contínuo. Desse modo, algumas medidas elementares podem ser tomadas individual e coletivamente para auxiliar na erradicação do Aedes aegypti:

  • Vasos de flores ou plantas: A vasilha que fica sob o vaso para recolher a água excedente deve ser mantida seca. Uma boa medida é enchê-la com areia até a borda. A água dos vasos com flores deve ser trocada a cada dois ou três dias;
  • Pneus velhos: Devem ser furados para eliminar a água que eventualmente se acumule, guardados em lugar coberto ou jogados fora;
  • Caixas d’água: Devem ser lavadas periodicamente e tampadas durante todo o tempo;
  • Piscinas: O cloro da água das piscinas deve estar sempre no nível adequado;
  • Garrafas vazias: Devem ser guardadas de cabeça para baixo, em lugares cobertos e as tampas jogadas fora em sacos de lixo;
  • Recipientes descartáveis (copos, pratos, travessas etc.): Devem ser colocados em sacos de lixo para serem recolhidos pelos lixeiros;
  • Lixo: Nunca deve ser jogado em terrenos baldios ou nas ruas e calçadas. Além disso, as latas de lixo devem estar sempre tampadas e limpas;
  • Bebedouros de animais: Precisam ser lavados e a água trocada sistematicamente;
  • Depósitos de água: Quaisquer que sejam os tipos e a finalidade a que se destinam, se não for possível prescindir deles, devem ser mantidos limpos e tampados com segurança;
  • Bromélias: Algumas plantas armazenam água entre suas folhas e podem tornar-se eventuais criadouros dos mosquitos. Entre elas, destacam-se as bromélias cujo cultivo é comum nos jardins e residências. Eliminá-las não resolveria o problema da dengue e poderia afetar o equilíbrio ecológico. Como é quase impossível retirar totalmente o grande volume de água que se embrenha pelas folhas, a solução é diluir uma colher de sopa de água sanitária em 1 litro de água limpa e regá-las duas vezes por semana. Esse mesmo preparado pode servir para inibir a formação de criadouros nos vasos de flores ou plantas com água.

 

Veja também: O quadro clínico da dengue

 

Uso de repelentes e inseticidas no combate à dengue

 

O aumento de casos de dengue trouxe algumas alterações nos hábitos das pessoas que passaram a consumir mais repelentes de insetos e inseticidas. No entanto, seu uso exige cuidado, porque podem causar intoxicações e alergias especialmente em crianças pequenas. Nunca se deve aplicá-los em bebês ou crianças com menos de quatro anos de idade. É importante considerar, ainda, que vários tipos de inseticida apenas afugentam os mosquitos de dentro dos domicílios e são ineficazes em relação aos focos que estão nas redondezas.

O mesmo acontece com os produtos naturais à base de citronela e andiroba. Portanto, os cuidados com os locais que eventualmente possam transformar-se em criadouros não podem restringir-se aos períodos de chuva e calor, época de maior incidência da dengue, nem à aplicação ocasional de inseticidas e repelentes.

 

Reprodução em água suja

 

Em Pernambuco, os biólogos Cleide Albuquerque e André Furtado localizaram em Olinda e Recife respectivamente, em diferentes ocasiões, larvas de Aedes aegypti em água que continha resíduos de alimentos e de sabão. Por isso a população está sendo instruída para não jogar larvas do mosquito em vasos sanitários ou canaletas, mas sim na areia porque elas não sobrevivem em ambiente seco. Embora o achado demande mais pesquisa e observação, pode ser sinal de que o mosquito esteja desenvolvendo novo mecanismo de adaptação.

Compartilhe