Um mundo de fumantes | Artigo

cigarros empilhados. veja a prevalência mundial do fumo

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Publicado em: 17 de abril de 2017

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Hoje, ainda é alta a prevalência mundial do fumo: Aproximadamente 1 bilhão de pessoas. O cigarro é a principal causa de morte precoce em mais de 100 países. 

 

O mundo tem quase 1 bilhão de fumantes. O cigarro é a principal causa de morte precoce em mais de 100 países.

Acaba de ser publicado na revista “The Lancet” o estudo mais completo sobre a prevalência mundial do fumo. Foram avaliados 2.818 bancos de dados existentes em 195 países, no período de 1990 a 2015. As principais conclusões são as seguintes:

 

Veja também: O cigarro

 

  • No mundo inteiro, fumam diariamente 25% dos homens e 5,4% das mulheres;
  • Em relação a 1990, a porcentagem de fumantes na população caiu cerca de 18% nos homens e 34% nas mulheres. A queda foi mais acentuada no período de 1990 a 2005, do que nos dez anos seguintes;
  • Entre 2005 e 2015, essas porcentagens aumentaram apenas em quatro países: Congo e Azerbaijão para os homens, e Kuwait e Timor Leste para as mulheres;
  • Embora a prevalência tenha caído cerca de 30% entre 1990 e 2015, o crescimento populacional elevou o número total de fumantes de 870 milhões para 933 milhões, no mesmo período;
  • Apesar da redução da prevalência, a mortalidade aumentou 4,7%;
  • Em 2015, houve 6,4 milhões de mortes atribuíveis ao cigarro. Esse número corresponde a 11,5% do total de mortes, no mundo. Metade delas ocorreu em quatro países: China, Índia, Estados Unidos e Rússia;
  • Em 1990, fumar estava entre as cinco principais causas de incapacitação para o trabalho em 88 países, número que aumentou para 109, em 2015;
  • Em 51 países, a prevalência de homens fumantes ultrapassa a média global. A maioria está localizada na Europa Central e no sudeste asiático. No caso das mulheres, 70 países ultrapassam a média, a maioria no centro e no oeste europeu;
  • A prevalência de fumantes do sexo masculino é mais alta nos países de desenvolvimento socioeconômico intermediário. Entre as mulheres, é mais elevada nos países industrializados;
  • Sugere progresso sustentável no combate ao tabagismo no período estudado, a redução anual do número de fumantes em 13 países: Austrália, Brasil, China, Dinamarca, Estados Unidos, Islândia, República Dominicana, Quênia, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Suécia e Suíça;
  • Em adolescentes do sexo masculino de 15 a 19 anos, a prevalência global de fumantes caiu de 16% em 1990 para 10,6% em 2015. Nas adolescentes, a queda foi de 4,8% para 3,0%;
  • Em 2015, havia 22 países com prevalências mais altas do que 15% nas adolescentes, 18 deles no oeste e na região central da Europa. Dos 24 em que a prevalência nos adolescentes do sexo masculino fica acima de 20%, seis estão na Europa Central. Os demais se acham espalhados em várias regiões;
  • Desde 2005, somente três países obtiveram redução da prevalência em adolescentes de ambos os sexos: Estados Unidos, Islândia e Nova Zelândia;
  • Os dez países com maior número de fumantes respondem por 63% do total existente no mundo. Na China, Índia e Indonésia vive a metade dos homens fumantes do mundo;
  • Graças ao bombardeio das campanhas publicitárias, no Leste Europeu a prevalência entre as mulheres aumentou a partir de 1990 e se manteve em níveis altos entre os homens (chega a 60% na Ucrânia).

Em sua trajetória criminosa, a indústria do fumo se volta agora para os mercados emergentes dos países africanos situados abaixo do deserto do Saara, em que as leis de combate ao tabagismo são frouxas

Segundo Emmanuela Gakidou que liderou o estudo, “o Brasil tem sido uma enorme história de sucesso”. No período de 1990 a 2015, o país apresentou a terceira maior queda mundial na prevalência em ambos os sexos: 55%. Em 1990, cerca de 30% dos brasileiros com mais de quinze anos fumavam; hoje, são pouco mais de 10%.

A diminuição foi alcançada graças a um conjunto de políticas públicas: aumento de impostos, restrições à publicidade e ao fumo em lugares públicos, imagens expostas nos maços de cigarro e divulgação dos malefícios pelos meios de comunicação de massa.

Apesar da queda porcentual, ainda estamos entre os dez países com o maior número absoluto de fumantes, ao lado de China, Indonésia, Estados Unidos, Rússia, Bangladesh, Japão, Alemanha e Filipinas.

Em sua trajetória criminosa, a indústria do fumo se volta agora para os mercados emergentes dos países africanos situados abaixo do deserto do Saara, em que as leis de combate ao tabagismo são frouxas e faltam recursos para enfrentar o marketing milionário das companhias.

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