Meninas que menstruaram antes dos 11 anos, se comparadas às que o fizeram depois dos 13, possui risco de menopausa prematura de 80% maior. Veja artigo do dr. Drauzio sobre menarca e menopausa.
Meninas que começam a menstruar cedo correm risco mais alto de entrar na menopausa prematuramente. O risco é maior ainda naquelas que nunca tiveram filhos.
Essa relação foi documentada num estudo do International Collaboration for a Life Course Approach to Reproductive Health and Chronic Disease Events (INterLACE consortium), que reuniu 50 mil participantes arregimentados no Reino Unido, Escandinávia, Austrália e Japão.
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O inquérito mostrou que mulheres sem filhos (nulíparas), que menstruaram pela primeira vez (menarca) antes dos 11 anos de idade, apresentam risco cinco vezes mais elevado (risco relativo = 5,64) de entrar em menopausa antes dos 40 anos (menopausa prematura), quando comparadas àquelas com menarca depois dos 12 anos e que deram à luz dois ou mais filhos.
Quando as que menstruaram antes dos 11 anos foram comparadas às que o fizeram depois dos 13, o aumento do risco de menopausa prematura foi de 80%.
Na comparação de todos os grupos, a nuliparidade aumentou em 32% o risco de menopausa prematura, em relação às que tiveram dois ou mais filhos, independentemente da idade em que ocorreu a menarca.
No passado, as mulheres tinham um filho atrás do outro, a menarca acontecia aos 16 ou 17 anos, e a menopausa pouco depois dos 40.
Já sabíamos que a menarca precoce está associada a alterações da função reprodutiva, como irregularidade dos ciclos menstruais e incidências mais altas de endometriose e da síndrome do ovário policístico, mas havia dados contraditórios sobre a duração da fase fértil em função da idade na primeira menstruação.
Essas diferenças podem ser atribuídas ao emprego de metodologias diferentes e à variabilidade das análises estatísticas. No estudo australiano, foram avaliadas 50 mil mulheres, número capaz de detectar diferenças significantes.
A última menstruação ocorreu, em média, aos 50 anos. Menopausa antes dos 40 anos (prematura) foi documentada em 7% das mulheres; menopausas precoces (entre 40 e 44 anos), em 2%.
Esses achados não são mera curiosidade científica. Menopausa é fenômeno fisiológico acompanhado de sintomatologia característica (crises de calores, ressecamento vaginal, depressão, fadiga, perda de libido, labilidade emocional, etc.), que predispõe e aumenta o risco de outras doenças (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, osteoporose, fraturas ósseas, obesidade, infecções ginecológicas e urinárias, entre outras).
Saber que uma mulher de 30 anos teve a primeira menstruação antes dos onze, permite adotar medidas preventivas para contrabalançar os problemas de uma possível menopausa em idade prematura: planejamento familiar, aumentar os níveis de atividade física, evitar a obesidade, não fumar e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
No passado, as mulheres tinham um filho atrás do outro, a menarca acontecia aos 16 ou 17 anos, e a menopausa pouco depois dos 40.
Calcula-se que as mulheres do século 19 não menstruassem mais do que 40 a 50 vezes, na vida. Hoje, que as menstruações começam mais cedo, terminam mais tarde e o número de filhos não passa de um ou dois, a mulher menstrua 400 a 500 vezes.