Alergia a alimentos é um problema que afeta muito a qualidade de vida dos portadores. Em alguns casos, autoinjeção é um item essencial para salvar vidas.
A alergia a alimentos é mediada por anticorpos do tipo IgE.
Ela resulta da ruptura ou do retardo no desenvolvimento de tolerância imunológica, ou da reatividade exagerada a determinada substância, numa pessoa geneticamente predisposta.
Oito alimentos são os responsáveis pela maioria dos casos: amendoim, leite, ovos, soja, peixe, crustáceos, trigo e castanhas.
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A alergia ao amendoim é a mais prevalente. Costuma ser duradoura: menos de 20% dos alérgicos na infância ficam livres dela. Já as alergias ao leite e aos ovos, geralmente, desaparecem na idade escolar.
Alergias aos produtos contendo amendoim afetam cerca de 1% da população. Entre os norte-americanos é a principal causa de choque anafilático.
A anafilaxia é uma reação alérgica grave, de instalação rápida, que pode levar à parada cardíaca e envolve múltiplos órgãos (trato respiratório, gastrointestinal e a pele).
Os fatores de risco para esses eventos fatais são: tipo de alergeno, adolescência, presença de asma e indisponibilidade da caneta para autoinjeção de epinefrina. Outros fatores incluem: exercício físico, infecções virais, menstruação, estresse emocional e consumo de álcool.
Os choques anafiláticos podem ser bifásicos. Em cerca de 10% a 15% dos casos a reação pode se repetir em 4 a 24 horas. Essa possibilidade exige observação cautelosa depois de qualquer reação anafilática.
A reação anafilática típica se instala em 5 a 60 minutos. Manifestações cutâneas, como eritemas e pruridos, são os sintomas mais comuns, mas estão ausentes em 20% dos casos. Por essa razão, é preciso valorizar: tosse, chiado no peito, rouquidão, dificuldade para respirar, vômitos, diarreia, queda da pressão arterial e perda dos sentidos que pode levar ao óbito.
O diagnóstico de alergia é feito a partir da história clínica, pelos testes cutâneos ou in vitro (através da produção de IgE na presença do antígeno). Quando esses testes são realizados sem ouvir as queixas clínicas, a sensibilidade é de 90%, mas os resultados falso-positivos chegam a 50%.
Testes confirmatórios são empregados para identificar o alimento causador da alergia ou para saber se o quadro alérgico desapareceu com o tempo. Nesses casos, a pessoa deve ingerir isoladamente o alimento suspeito.
A prevenção à alergia ao amendoim foi testada no estudo LEAP, no qual foram acompanhadas 640 crianças de 4 a 11 meses, com fatores de risco para alergias: crianças alérgicas ao ovo ou portadoras de dermatite atópica ou ambas.
Elas foram divididas em dois grupos: o primeiro começou a ingerir amendoim e seus produtos pelo menos três vezes por semana, ao entrar no estudo; o outro, só iniciou o consumo depois dos 5 anos.
Aos 5 anos de idade, a prevalência de alergia ao amendoim, entre os que começaram a consumi-lo antes de completar 1 ano, foi de 1,9%, contra 13,7% entre os que o fizeram apenas depois dos 5 anos.
Com base nesses resultados, a recomendação é a de introduzir amendoim na dieta das crianças, a partir dos seis meses de idade.
Os choques anafiláticos podem ser bifásicos. Em cerca de 10% a 15% dos casos a reação pode se repetir em 4 a 24 horas. Essa possibilidade exige observação cautelosa depois de qualquer reação anafilática.
A caneta contendo epinefrina para autoinjeção, assim que surgirem as primeiras manifestações, é equipamento de primeira necessidade que pode salvar vidas.