Prisão de ventre (constipação intestinal)

Prisão de ventre é um distúrbio caracterizado pela dificuldade persistente de evacuar. As causas mais comuns são dieta pobre em fibras, pouca ingestão de líquidos, sedentarismo e consumo excessivo de proteína animal. 

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Publicado em: 13 de fevereiro de 2013

Revisado em: 25 de agosto de 2023

Prisão de ventre é um distúrbio caracterizado pela dificuldade persistente de evacuar. As causas mais comuns são dieta pobre em fibras, pouca ingestão de líquidos, sedentarismo e consumo excessivo de proteína animal. 

 

Prisão de ventre e intestino preso são os nomes populares pelos quais é conhecida a constipação intestinal, um distúrbio comum caracterizado pela dificuldade persistente de evacuar. É preciso considerar, entretanto, que não existe um padrão rígido para classificar a frequência normal de funcionamento dos intestinos, que pode variar de três a 12 vezes por semana.

Só se considera um quadro típico de constipação quando ocorrem duas ou menos evacuações por semana e/ou o esforço para evacuar é grande demais e pouco produtivo. Algumas pessoas se queixam de que o intestino não funciona regularmente em ambientes estranhos, ou quando quebram a rotina, como ocorre durante as viagens, por exemplo. Essa alteração, porém, costuma desaparecer tão logo a pessoa retoma suas atividades habituais.

A constipação é um transtorno mais comum nas mulheres – especialmente durante a gravidez –, nas crianças e nos idosos.

        Veja também: Quantos dias posso ficar sem ir ao banheiro?

 

Causas da prisão de ventre

As causas mais comuns da prisão de ventre costumam ser dieta pobre em fibras, baixa ingestão de líquidos, sedentarismo e consumo excessivo de proteína animal e de alimentos industrializados. Não atender à urgência para evacuar quando ela se manifesta também pode comprometer o funcionamento regular dos intestinos.

A prisão de ventre também pode estar associada a doenças do cólon e do reto, como diverticulose, hemorroidas, fissuras anais e câncer colorretal. Pode, ainda, ser provocada pelo uso de certos medicamentos e por alterações neurológicas e do metabolismo. Estresse, depressão e ansiedade são outras ocorrências capazes de interferir nos hábitos intestinais.

A complicação mais comum da constipação é o fecaloma, massa compacta de fezes endurecidas, que se deposita no reto ou no cólon sigmoide (parte final do cólon), e interrompe o trânsito intestinal. A tendência é o fecaloma aparecer mais nas pessoas com dificuldade de locomoção, como os idosos acamados e os cadeirantes. 

 

Sintomas de prisão de ventre

Os sintomas da prisão de ventre podem variar de uma pessoa para outra ou na mesma pessoa em diferentes crises. Os mais característicos são:

  • Número reduzido de evacuações;
  • Dificuldade para eliminar as fezes que se apresentam ressecadas, muito duras e pouco volumosas;
  • Sensação de esvaziamento incompleto dos intestinos.

No entanto, esses não são os únicos sintomas. Desconforto, distensão e inchaço abdominal, mal-estar, gases e distúrbios digestivos são manifestações que também podem estar associadas à prisão de ventre.

        Veja também: Escala de Bristol: o que a cor e a consistência das fezes podem dizer sobre a sua saúde

 

Diagnóstico da prisão de ventre

O levantamento da história do paciente, seguido de um exame clínico minucioso, é o passo fundamental para o diagnóstico da constipação. Exames de laboratório, como hemograma e sangue oculto nas fezes, e de imagem – enema opaco, colonoscopia e tempo de trânsito das fezes – são importantes para determinar as causas do distúrbio, estabelecer o diagnóstico diferencial e conduzir o tratamento.

 

Tratamento da prisão de ventre

Posto que a prisão de ventre é apenas um sintoma e não uma doença em si, o objetivo do tratamento é corrigir as causas do distúrbio. A maioria dos pacientes se beneficia com mudanças na dieta e no estilo de vida. Basicamente, a primeira delas consiste na maior ingestão de fibras (legumes, verduras, frutas, cereais integrais, etc.), de alimentos com propriedades laxativas, como o mamão e a ameixa, de farelos em pó misturados aos alimentos ou diluídos em água ou em sucos e de suplementos com fibra na forma de biscoitos ou comprimidos.

A segunda medida é beber bastante líquido (aproximadamente dois litros por dia, se não houver contraindicação médica, pois pessoas com insuficiência cardíaca ou renal, por exemplo, podem não tolerar esse volume de líquido). Praticar atividade física é outro hábito essencial para o bom funcionamento dos intestinos.

Em alguns casos, porém, pode ser necessário prescrever o uso de supositórios e de enemas (lavagens intestinais) para facilitar a eliminação das fezes. Devido aos possíveis efeitos adversos, o uso de laxativos deve ser criteriosamente orientado por um médico. Finalmente, só em situações muito raras, é preciso recorrer à cirurgia para retirada do fecaloma endurecido.

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Recomendações para lidar com a prisão de ventre

  • Vá ao banheiro sempre que tiver vontade;
  • Beba muito líquido, mas o consumo de álcool deve ser moderado, porque ele ajuda a desidratar as fezes;
  • Saiba que a ingestão de farelo em pó pode aumentar a produção de gases;
  • Coma frutas, se possível com casca, nos intervalos entre as refeições;
  • Tente administrar as situações de estresse e as crises de ansiedade. Se precisar de ajuda, não tenha vergonha. As emoções podem ter influência sobre o funcionamento dos intestinos. Lembre-se de que esse órgão já foi chamado de segundo cérebro;
  • Procure assistência médica se notar mudanças significativas nos hábitos intestinais. Procure atendimento se as fezes estiverem muito ressecadas ou muito finas, se houver sinais de sangramento, ou se você estiver emagrecendo sem nenhuma explicação aparente.

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