Cobra jararaca Bothrops atrox sobre uma epdra com musgo no meio de floresta..
Publicado em 01/08/2019
Revisado em 11/08/2020

Torniquetes e cortes na região não ajudam em nada. Veja o passo a passo do que fazer e o que não fazer em casos de picada de serpente.

 

O Brasil registra, em média, mais de 26 mil casos de picada de serpente todos os anos. Nem toda picada leva ao envenenamento, pois existem serpentes não venenosas e outras que não conseguem inocular seu veneno na mordida. Ainda assim, mais de 100 pessoas morrem por ano em decorrência desse tipo de acidente.

 

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Sintomas das picadas de serpentes mais comuns no Brasil

 

Jararaca (Bothrops jararaca) | Felipe Süssekind / Wikimedia Commons

As jararacas são o tipo que mais causa acidentes com serpentes no Brasil, pois habitam locais muito variados, desde regiões úmidas (como beiras de rios) até cerrados, áreas rurais e nas margens de grandes cidades. O local da picada apresenta dor, inchaço, sangramento e pode ter manchas arroxeadas. Sem atendimento, há risco de hemorragia grave que pode levar à morte.

 

Surucucu (Lachesis muta) | Mr. Fulano / Wikimedia Commons

A pico-de-jaca habita regiões amazônicas e de Mata Atlântica e provoca quadro semelhante ao da jararaca, mas também pode haver diarreia, vômito e pressão baixa.

 

Cascavel (Crotalus atrox) | MaRabelo

Outro grupo importante é o da cascavel, conhecida pelo chocalho no final da cauda. Elas habitam preferencialmente áreas abertas de cerrados e de regiões áridas e semiáridas. O local da picada por vezes não apresenta dor, somente um formigamento. Os sintomas principais são sonolência, visão turva, dor muscular, náuseas e dor de cabeça.

 

Cobra coral.
Cobra coral | joelfotos

A picada da coral-verdadeira tem quadro semelhante ao da cascavel, mas o maior risco de óbito é por paralisia dos músculos da respiração.

 

O que fazer em caso de picada de serpente

 

A conduta é bastante simples:

  1. Lave o local da picada com água e sabão. Não use nenhum outro tipo de substância, como folhas ou pó de café, por mais que você tenha ouvido dizer que irá ajudar;
  2. Chame socorro imediatamente ou, se não houver serviço de resgate no local, leve a pessoa até o atendimento médico o mais rápido possível;
  3. Nesse meio tempo, mantenha o paciente deitado e hidratado;
  4. Se for possível, leve a serpente para agilizar a identificação do soro específico.

 

Saiba também o que NÃO fazer

 

  • Torniquetes não impedem a circulação do veneno e ainda aumentam o risco de necrose na região;
  • Fazer cortes ou furos no local da picada para drenar o veneno também não tem nenhum efeito, assim como tentar sugar o veneno.

Essas medidas somente atrasam o início do socorro que irá de fato ajudar o paciente.

 

Como evitar acidentes com serpentes

 

  • A maioria dos acidentes pode ser evitada usando calçados de cano alto, principalmente em áreas de matas e beiras de rios;
  • Use luvas de couro ao manusear lenha, folhas secas etc.;
  • Nunca coloque as mãos dentro de tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros ou entre espaços em montes de lenha, pedras e palhadas de milho, feijão etc.;
  • Controle o número de roedores existentes na sua área para evitar a aproximação de serpentes que se alimentam deles. Pelo mesmo motivo, evite acumular lixo, entulho e não deixe o mato alto demais para que não se formem abrigos para ratos e outros animais que podem atrair serpentes;
  • Evite aproximar-se de vegetação rasteira, gramados ou até mesmo de jardins ao amanhecer e ao entardecer, pois é nesses períodos que a maior parte das serpentes está mais ativa.
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