A escarlatina costuma acometer crianças em idade escolar, durante a primavera. A bactéria responsável é a mesma que causa amidalite, artrite, pneumonia e endocardite.
Escarlatina é uma doença infectocontagiosa aguda, provocada pela bactéria Estreptococo beta hemolítico do grupo A, que acomete especialmente as crianças em idade escolar (de 2 a 10 anos), durante a primavera, após um episódio de faringite ou amidalite estreptocócica.
A maioria das pessoas que tem uma infecção de garganta por conta dessa bactéria não desenvolve escarlatina. Porém, cerca de 10% são sensíveis a toxinas liberadas pela bactéria e podem desenvolver a doença, que provoca pequenas manchas vermelhas e confluentes (que se misturam) na pele.
Essa bactéria é a mesma que causa artrite, pneumonia, endocardite e algumas infecções cutâneas como o impetigo e a erisipela.
A transmissão ocorre pelo contato direto com a saliva ou a secreção nasal de pessoas doentes ou aquelas que são portadoras da bactéria mas não apresentam sinais da enfermidade. Esse contato pode ser tanto por gotículas expelidas em tosse ou espirro como por beijo, objetos compartilhados (como copos) ou mãos que tocaram partículas contaminadas e foram levadas ao nariz ou boca.
O período de incubação pode variar de 1 a 10 dias.
Sintomas da escarlatina
- Início súbito com calafrios e febre alta nos primeiros dias, que vai baixando aos poucos nos dias subsequentes até desaparecer;
- Dor de garganta intensa;
- Erupção cutânea (exantemas): Pequenas manchas vermelho-escarlate de textura áspera na pele que aparecem inicialmente no tronco, depois tomam a face, o pescoço, os membros, axilas e virilha, mas poupam as palmas das mãos, as plantas dos pés e ao redor da boca. Nas dobras de pele, como cotovelos, punhos, axilas e joelhos, as manchas podem ser mais escuras. As erupções descamam com a evolução do quadro;
- Na língua surgem caroços avermelhados recobertos com uma película parecida com um plástico filme branco amarelado. Essa película posteriormente se desfaz e a pele adquire o aspecto de framboesa, porque as papilas incham e ficam arroxeadas;
- Mal-estar;
- Inapetência;
- Aumento dos gânglios do pescoço
- Dor no corpo, de barriga e de cabeça;
- Náuseas e vômitos.
Diagnóstico de escarlatina
O diagnóstico é basicamente clínico por meio da visualização dos sintomas, mas alguns exames laboratoriais, como o de cultura e o teste rápido de pesquisa do estreptococo na garganta, ajudam a identificar a bactéria e estabelecer o diagnóstico diferencial, porque há outras doenças com sintomas semelhantes.
Vale destacar que o tratamento é iniciado imediatamente mesmo quando o teste rápido dá negativo, pois esse resultado não é suficiente para descartar a infecção.
Prevenção da escarlatina
A melhor forma de prevenir a doença é evitar o contato com pessoas infectadas. Sempre é bom lembrar que portadores assintomáticos do estreptococo também podem transmitir a bactéria.
Tratamento da escarlatina
O tratamento é bastante simples. A penicilina é o medicamento indicado para o tratamento da escarlatina. Pacientes alérgicos a essa droga podem recorrer a outros antibióticos, especialmente à eritromicina.
Analgésicos e antitérmicos são úteis para alívio dos sintomas.
É essencial realizar o diagnóstico precoce e iniciar imediatamente o tratamento para evitar complicações da doença. Algumas complicações, como otites, meningite e sinusites, surgem enquanto o quadro clínico está ativo. Outras mais graves, como febre reumática (reumatismo infeccioso) e glomerulonefrite, podem se manifestar bem depois, quando a doença já parece curada.
Recomendações para casos de escarlatina
- Leve a criança ao médico para esclarecer o diagnóstico sempre que apresentar mal-estar, dor de garganta e febre;
- Mantenha o doente em casa, em repouso, enquanto o quadro não regredir completamente;
- Ofereça ao paciente alimentos leves, fáceis de engolir e muito líquido;
- Crianças com escarlatina devem ser afastadas da escola por pelo menos 24 horas após o início do tratamento para evitar o contágio e permitir o repouso.
Perguntas frequentes sobre escarlatina
Escarlatina na gravidez é perigosa?
A doença não oferece risco ao bebê. Porém, se a mãe for infectada próximo do momento do parto, a criança pode ser contaminada. Em geral, a doença deixa de ser transmissível em 24 horas após o início do tratamento; portanto, com o tratamento adequado, a janela para infectar o bebê é muito pequena. Ainda assim, é essencial seguir as recomendações médicas se houver infecção nas últimas semanas de gestação para eliminar completamente a bactéria do organismo.
É possível pegar a doença duas vezes?
Sim, pegar uma vez não garante imunidade.
Por que são solicitados exames de garganta nas crianças quando há casos de escarlatina na escola?
Porque mesmo pessoas sem sintomas podem transmitir a doença. Dessa forma, todos aqueles que têm contato próximo com o paciente devem ser examinados para que se descubra se não estão carregando a bactéria responsável pela doença.