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Diabetes

Pacientes com hepatite C têm risco 4 vezes maior de desenvolver diabetes

Close em dedo de mulher com gota de sangue e uma fita usada para medir glicemia, controle necessário para portadores de diabetes.
Publicado em 28/07/2017
Revisado em 21/10/2021

Exame simples e rápido pode ser feito no SUS para detectar a doença e iniciar tratamento.

 

Você sabia que um paciente com hepatite tipo C tem risco até quatro vezes maior de desenvolver diabetes tipo 2 em relação a indivíduos que nunca tiveram contato com o vírus? Por conta dessa perigosa relação, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) criou uma campanha chamada “na ponta do dedo”, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de fazer o teste anti-HCV, que diagnostica o vírus. É um exame rápido, indolor e disponível em toda a rede SUS.

Dr. Edison Parise, hepatologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que a relação entre as duas doenças existe porque o vírus da Hepatite C é capaz de alterar a sinalização da insulina e impedir que ela regule o metabolismo da glicose no organismo. “O vírus dificulta ou bloqueia a ação da insulina. Esse bloqueio, obviamente, é parcial. Por exemplo, se eu ingiro 100 gramas de glicose e libero a mesma unidade de insulina, mas dez dessas unidades são bloqueadas, a glicemia cai, mas não consegue se normalizar. Então chega um novo aviso para o pâncreas secretar mais insulina. Ele libera, consegue estabilizar o nível de açúcar, mas foi necessário uma maior quantidade. Esse processo é o que vai causar a obesidade visceral, o acúmulo de gordura no fígado e, consequentemente, outras doenças metabólicas.”

Como a Hepatite C é uma doença de progressão lenta (de 25 a 30 anos) por conta da enorme capacidade do fígado se regenerar, dos 2 milhões de portadores do vírus, 70% não fazem ideia de que estão contaminados. “É importante reforçar que já conseguimos curar 97% dos casos. Por isso, quando você elimina o vírus, o risco de desenvolver diabetes no futuro diminui”, explica o endocrinologista Luiz Turatti, presidente da SBD.

O Conselho Federal de Medicina publicou em 2016, no Diário Oficial da União, a recomendação de que todos os médicos verifiquem, durante suas consultas, se seus pacientes já fizeram o teste sorológico para Hepatite C. Além da Hepatite C, a publicação recomenda a verificação para HIV, sífilis e Hepatite B. “Mas também pedimos que o próprio paciente se conscientize e solicite o exame”, finaliza Turatti.

Para saber mais sobre a campanha da SBD, acesse napontadodedo.com

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