Saiba quais são os sintomas, fatores de risco e tratamento dos principais tipos de diabetes.
O diabetes é uma doença crônica que atinge mais de 16 milhões de pessoas no Brasil. A condição é caracterizada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e responsável por transportar a glicose para o interior das células. Sem a quantidade adequada de insulina, a glicose não entra nas células e passa a circular no sangue, lesionando os tecidos.
Mas você conhece as diferenças entre os principais tipos de diabetes?
Diabetes tipo 1
Segundo a dra. Caroline Castro, endocrinologista na Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, no diabetes tipo 1 ocorre um defeito no sistema imune, no qual as células de defesa do corpo agridem as células do pâncreas que são produtoras de insulina. “Dessa forma, ocorre a falta absoluta de insulina, ocasionando elevação dos níveis de açúcar no sangue de forma permanente. Ele é mais comum em crianças e adolescentes, mesmo com hábitos de vida saudáveis, sendo mais raro em adultos”, explica.
Sintomas
Os sintomas clássicos do diabetes tipo 1 são micção frequente, sede excessiva, fome excessiva, cansaço, fraqueza, visão embaçada e perda de peso involuntária.
Fatores de risco
Diferente dos outros tipos, o diabetes tipo 1 não tem fatores de risco preveníveis. Segundo a médica, acredita-se que existam fatores ambientais (como infecções virais) e fatores genéticos envolvidos no desenvolvimento da doença.
Tratamento
O tratamento do diabetes tipo 1 consiste em injeções diárias de insulina associadas a cuidados com a alimentação. “O tratamento com insulina evoluiu muito nos últimos anos, com insulinas e métodos mais modernos de medir o açúcar no sangue”, destaca.
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Diabetes tipo 2
No diabetes tipo 2 – o mais comum, responsável por cerca de 90% dos casos no Brasil – ocorre uma resistência à ação da insulina, que não consegue agir de maneira adequada. Esse tipo é mais comum em adultos após os 40 anos, mas também pode acometer pessoas mais jovens.
Sintomas
No diabetes tipo 2, de acordo com a endocrinologista, cerca de 50% dos pacientes podem ser assintomáticos, e os sinais de alerta só aparecem quando o açúcar no sangue já está muito elevado. Quando há sintomas, eles podem incluir micção frequente, sede e fome excessivas, formigamento nos pés e nas mãos e feridas que demoram para cicatrizar, entre outros.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco associados ao diabetes tipo 2 são sobrepeso e obesidade, sedentarismo, hipertensão, colesterol alto, histórico familiar de diabetes e idade acima dos 40 anos (o risco cresce com a idade). Assim, manter hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física e uma alimentação equilibrada ajudam na prevenção da doença.
Tratamento
Para tratar o diabetes tipo 2, podem ser usadas medicações via oral que ajudam a reduzir a resistência à insulina e o açúcar no sangue e, em alguns casos, a insulina. “Além disso, é imprescindível a adoção de mudanças do estilo de vida, como dieta, exercícios físicos e perda de peso”, completa a especialista.
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Diabetes gestacional
“O diabetes gestacional é a principal complicação metabólica da gravidez e é definida como uma intolerância à glicose que surge durante a gestação e que pode ou não persistir após o parto”, explica a dra. Caroline.
Sintomas
O diabetes gestacional geralmente é assintomático. Por isso, durante o pré-natal, são realizados alguns exames para verificar os níveis de glicose no sangue e detectar a doença precocemente, se for o caso.
Fatores de risco
Os fatores de risco são semelhantes aos do diabetes tipo 2, mas também há outros, como histórico pessoal de diabetes em outras gestações, bebês com mais de 4 kg em gestação anterior e ganho excessivo de peso na gestação. A doença pode causar complicações durante a gravidez ou o parto. Além disso, há maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 futuramente. “Mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um risco estimado em 50% a 70% de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos 15 a 25 anos após o parto, pois os fatores de risco para as duas condições são muito semelhantes. Este risco torna-se maior se houver excesso de peso”, diz a médica.
Tratamento
O tratamento do diabetes gestacional é feito principalmente através de mudanças no estilo de vida, com dieta e exercício físico. “Em alguns casos, nos quais o açúcar no sangue não é controlado apenas com essas medidas, pode ser necessário tratamento medicamentoso, sendo a primeira escolha a insulina.”
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Atenção: tratamento do diabetes é contínuo
Por se tratar de uma condição crônica, o diabetes (tipo 1 e tipo 2) exige tratamento e acompanhamento contínuo. Em alguns casos, é necessário o acompanhamento multidisciplinar com outros profissionais, como nutricionista, oftalmologista e nefrologista, por exemplo, já que a condição pode causar algumas complicações em vários órgãos. Os cuidados devem ser constantes, mas com o tratamento e as orientações adequadas, é possível manter o diabetes controlado e ter qualidade de vida convivendo com a doença.
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