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Coronavírus

A atual vacina XBB contra a covid-19 é para todas as pessoas?

A vacina XBB é destinada a crianças e grupos prioritários, mas também pode ser aplicada em quem ainda não se vacinou. Conheça as indicações.
Publicado em 01/11/2024
Revisado em 12/11/2024

A vacina XBB serve para a crianças e grupos prioritários, mas quem ainda não se vacinou contra a covid-19 também pode tomá-la. Conheça as indicações.

 

A Spikevax ou monovalente XBB, da Moderna, é a vacina mais atualizada contra a covid-19 disponível no Brasil neste momento. Ela protege contra cepas ômicron da subvariante XBB 1.5, uma das principais causadoras de infecções no país atualmente. O imunizante é indicado para crianças, grupos prioritários e pessoas que nunca foram vacinadas. Contudo, essa restrição levantou perguntas como: por que a vacina da covid não é mais aplicada em toda a população?

 

Indicações da atual vacina XBB contra a covid-19

Atualmente, o foco da vacinação são os grupos prioritários. Em nota ao Portal Drauzio, o Ministério da Saúde explicou que a estratégia segue diretrizes e evidências científicas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS-OMS), da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI), do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Dessa forma, o público-alvo são as pessoas mais sujeitas às formas graves da doença, como idosos, gestantes, puérperas, entre outros. Portanto, hoje, o esquema vacinal com a monovalente XBB acontece da seguinte forma:

Crianças

O esquema primário inclui crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos. É feito em duas doses com um intervalo de quatro semanas entre elas. Contudo, se a criança foi completamente vacinada com outras vacinas, ela também pode receber mais uma dose da Spikevax.

Grupos prioritários

Aqueles mais suscetíveis a casos graves da infecção devem receber doses semestrais, ou seja, duas doses anuais da vacina XBB com um intervalo de seis meses:

  • pessoas imunocomprometidas a partir dos cinco anos de idade;
  • gestantes e puérperas;
  • e pessoas com 60 anos ou mais.

E devem receber doses anuais, ou seja, uma dose por ano com intervalo mínimo de três meses do recebimento da última dose de qualquer vacina da covid-19:

  • pessoas que vivem em instituições de longa permanência (LPI e RI) e seus trabalhadores;
  • indígenas;
  • ribeirinhos;
  • quilombola;
  • trabalhadores de saúde;
  • pessoas com deficiência permanente;
  • indivíduos com comorbidades (como diabetes, hipertensão e DPOC);
  • pessoas privadas de liberdade (com 18 anos ou mais);
  • funcionários do sistema prisional;
  • adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas;
  • e pessoas em situação de rua. 

E quem não faz parte desses grupos?

De acordo com o Ministério da Saúde, desde o início da campanha de vacinação, 86% da população brasileira já completou o esquema vacinal com duas doses. Ainda assim, pessoas acima de cinco anos de idade que não fazem parte dos grupos prioritários e nunca receberam a vacina também podem tomar a Spikevax. Nesses casos, no entanto, apenas uma dose é o suficiente para garantir a proteção.

Veja também: Pessoas vacinadas têm menos risco de desenvolver covid longa

 

Falta de vacinas contra a covid-19

Nesse cenário, contudo, o Brasil enfrenta dois problemas: a baixa cobertura vacinal e a falta de imunizantes.

O dr. Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), descreve como “péssima” a adesão à imunização contra a covid em todas as faixas etárias. De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Coronavírus, nenhum estado conseguiu alcançar a meta de cobertura vacinal de 90% entre as crianças de seis meses a dois anos, por exemplo.

“Estão faltando campanhas do Ministério da Saúde que orientem essas recomendações para os grupos prioritários: crianças, pessoas imunossuprimidas, gestantes, puérperas e 60+. Essas pessoas têm que ser incentivadas a ser vacinadas. Porque se não há incentivo, as vacinas vão vencer. E aí, se vence, acaba não tendo na ponta, que é o que tem acontecido”, explica.

Em abril deste ano, o Ministério da Saúde adquiriu 12,5 milhões de doses da Spikevax. Em outubro, no entanto, comunicou um “desabastecimento momentâneo” devido ao vencimento dos lotes, o que deixou o estoque esgotado entre os dias 16 e 22 daquele mês. Por outro lado, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) alega que 770 de um total de 2.415 municípios relataram atraso de cerca de um mês na entrega dos imunizantes contra a covid, principalmente para as crianças.

“O Ministério da Saúde realiza envios regulares de vacinas aos estados, que são responsáveis por abastecer os municípios. Recentemente, o Ministério da Saúde concluiu a distribuição das doses de vacinas contra a covid-19 para 25 estados e o Distrito Federal, restando apenas o estado do Amapá que irá receber as doses nesta sexta-feira (1). A entrega é parte de lote de 1,2 milhão de compra emergencial de imunizantes atualizados”, declarou a pasta, em nota ao Portal.

No site oficial, o Ministério informou ainda que está tomando as providências necessárias para garantir o abastecimento. Recentemente, foi concluído um pregão para aquisição de mais 69 milhões de doses, que, desse modo, devem cobrir a demanda dos próximos dois anos. As negociações, contudo, seguem em andamento.

Se você for ao posto de saúde e não encontrar a vacina contra a covid, a indicação é retornar assim que o estoque for normalizado para completar a imunização, mesmo que com atraso.

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