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Coluna da Mariana Varella

Demências: fatores de risco, prevenção e sintomas

idoso com demência sentado no sofá, olhando as mãos
Publicado em 22/11/2024
Revisado em 22/11/2024

As demências trazem grande sofrimento aos pacientes e familiares. No entanto, 45% dos casos de demência podem ser prevenidos. Leia na coluna de Mariana Varella.

 

As demências são um termo usado para definir quadros causados por várias doenças que, com o passar do tempo, causam danos ao cérebro, levando, assim, à deterioração da função cognitiva. 

Embora as demências não afetem a consciência, a perda da função cognitiva em geral surge acompanhada por mudanças no humor, no controle emocional, no comportamento ou na motivação.

Veja também: Novas recomendações para prevenir o AVC

A doença de Alzheimer é responsável por mais de 60% dos casos de demência.

As demências causam impacto físico, psicológico, social e econômico, não apenas para os pacientes, mas também para familiares e para a sociedade.

Atualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas têm demência no mundo todo; mais de 60% desse total vive nos países de baixa e média renda.

A cada ano, surgem aproximadamente 10 milhões de casos novos no mundo, e a doença deverá ser ainda mais prevalente nos próximos anos, graças ao aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população.

No Brasil, 8,5% da população com mais de 60 anos convive com a demência, o que representa 2,71 milhões de casos. Os dados são do Relatório Nacional sobre a Demência, divulgados em setembro pelo Ministério da Saúde.

Até 2050, a projeção é que 5,6 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no país.  

 

Fatores de risco para demência

Apesar de a idade ser o principal fator de risco para as demências, essas doenças não devem ser consideradas como parte normal do envelhecimento.

Os maiores fatores de risco para a demência, de acordo com a OMS, são:

  • idade (mais comum em indivíduos a partir ou acima de 65 anos); 
  • pressão arterial alta (hipertensão);
  • glicemia elevada (diabetes);
  • sobrepeso e obesidade;
  • tabagismo;
  • consumo elevado de álcool;
  • sedentarismo;
  • isolamento social; 
  • depressão.

 

Sinais e sintomas

Os sintomas iniciais mais comuns nas demências, ainda segundo a OMS, são:

  • esquecer fatos recentes;
  • perder ou guardar objetos em locais inusitados; 
  • perder-se quando sair para caminhar ou dirigir;
  • sentir-se confuso, mesmo em locais conhecidos;
  • perder a noção de tempo;
  • apresentar dificuldade para resolver problemas ou tomar decisões;
  • ter dificuldade para acompanhar conversas ou para encontrar as palavras adequadas;
  • começar a ter dificuldade com as atividades do dia a dia. 

Mudanças no humor e no comportamento incluem:

  • ansiedade, tristeza ou nervosismo diante da perda de memória;
  • mudanças na personalidade;
  •  comportamento inapropriado;
  • perda de interesse no trabalho ou nas atividades sociais;
  • menos interesse em familiares ou amigos;
  • dificuldade para se locomover;
  •  perda de controle sobre a bexiga ou intestinos;
  • dificuldade para se alimentar ou ingerir líquidos;
  • mudanças de comportamento, como agressividade, que trazem angústia para o paciente e para quem está perto.

Veja também: Como cuidar de uma pessoa com demência

 

Prevenção  da demência

Ao contrário do que muita gente pensa, é possível prevenir boa parte das demências, sobretudo se a prevenção começar cedo. A OMS estima que 45% dos casos possam ser evitados ou adiados com algumas mudanças de hábitos.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês) dos Estados Unidos publicou cinco recomendações para reduzir o risco de demência.

 

1. Mantenha-se fisicamente ativo

A atividade física reduz o risco de inúmeras doenças, incluindo as demências. 

A OMS recomenda de 150 a 300 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana para todos os adultos e uma média de 60 minutos de atividade aeróbica moderada por dia para crianças e adolescentes.

 

2. Previna ou controle o diabetes

Taxas altas de glicose no sangue, que ocorrem quando o diabetes não é tratado adequadamente, causam danos em vários órgãos, entre eles o cérebro.

 

3. Mantenha a pressão arterial sob controle

A pressão elevada pode causar danos nos vasos sanguíneos e limitar o fluxo de sangue para o cérebro, afetando o funcionamento do órgão.

Assim, é importante controlar os fatores de risco que podem levar ao surgimento da hipertensão e tratar a condição quando ela estiver instalada, com mudanças de hábitos e, quando for o caso, o uso correto de medicação.

4. Previna ou trate a perda auditiva

Já há vários estudos demonstrando que a perda da audição é um fator de risco importante para o desenvolvimento das demências. Pessoas com perda auditiva tendem a se isolar socialmente, estimulando menos o cérebro.

Por outro lado, o uso de aparelhos auditivos pode ajudar no tratamento da perda auditiva, reduzindo, assim, o risco de desenvolver demência.

 

5. Procure evitar ou limitar o consumo de álcool e cigarro

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode levar, a longo prazo, ao desenvolvimento de hipertensão e lesões cerebrais, aumentando, assim, o risco de demência.

O cigarro também está relacionado ao risco aumentado de demências, entre elas a doença de Alzheimer. Além disso, parar de fumar reduz o risco de AVC, hipertensão e diabetes tipo 2.

 

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