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Coluna da Mariana Varella

Câncer de estômago é o quarto mais prevalente em homens. Conheça os fatores de risco

O câncer de estômago tem altas chances de cura, quando diagnosticado no início. No entanto, a maioria dos casos é diagnosticada em estágio avançado. Leia na coluna de Mariana Varella.

desenho de estômago cortado ao meio, com câncer de estômago

O câncer de estômago é o quarto mais frequente em homens e o sexto em mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Também chamado de câncer gástrico, ocorre com mais frequência entre os 60 e os 70 anos, mas os casos entre jovens têm aumentado.

O adenocarcinoma é o tipo mais comum desse tipo de câncer, responsável por 95% dos casos.

Veja também: Câncer em jovens

“O grande problema é que o câncer de estômago costuma ser silencioso nas fases iniciais. Quando os sintomas aparecem de forma mais evidente, muitas vezes a doença já está em estágio avançado”, explica Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

 

Estômago

O estômago situa-se no tubo digestivo, logo abaixo do diafragma, entre o esôfago e o duodeno, no lado  superior esquerdo do abdômen. Pode ser dividido em quatro partes: cárdia, que comunica o órgão com o esôfago; fundo gástrico, parte superior à entrada do esôfago;  corpo, parte intermediária e principal; e piloro, na junção com o duodeno,

Visto por dentro, o estômago é revestido pela mucosa gástrica, uma camada de tecido pregueado. É nessa mucosa que recobre o corpo do órgão que aparece a grande maioria dos tumores de estômago. À medida que cresce, o tumor penetra nas paredes estomacais e pode disseminar-se por outras estruturas  situadas ao longo da pequena e da grande curvatura, o que agrava o quadro.

 

Causas do câncer de estômago

Entre os fatores de risco para o câncer de estômago estão alimentação rica em sal e produtos processados, tabagismo,
consumo excessivo de álcool e histórico familiar da doença. A bactéria H. pylori também é um fator importante para o surgimento desse tipo de tumor.

A bactéria causa inflamação crônica na mucosa gástrica, que pode evoluir para alterações pré-cancerosas ao longo dos anos. Quando diagnosticada,  a infecção deve ser tratada  com antibióticos e medicamentos que reduzem a acidez do estômago.

Veja também: Qual a relação entre H. pylori e câncer de estômago

 

Principais sinais e sintomas

Apesar de a maioria dos casos ser assintomática no início, os principais sintomas da doença são:

  • Saciedade precoce: sentir que o estômago está cheio após comer pouco é um dos sintomas característicos;
  • Perda de peso sem motivo aparente: quando não há causa conhecida para a perda de peso, como mudança na alimentação ou aumento da atividade física, o emagrecimento merece investigação. A perda de apetite também costuma vir junto desse sintoma;
  • Desconforto abdominal persistente: dor ou sensação de peso na parte superior do abdômen, especialmente acima do umbigo, que não melhora com medicamentos comuns para estômago;
  • Azia e refluxo constantes: embora sejam sintomas extremamente comuns em outras condições, quando se tornam frequentes e não respondem bem ao tratamento habitual, é preciso investigá-los;
  • Náuseas e vômitos recorrentes: a presença do tumor pode dificultar o esvaziamento do estômago, causando esses sintomas.
  • Sinais de sangramento digestivo: fezes muito escuras, com aspecto de borra de café, ou vômitos com sangue.

 

Diagnóstico precoce

Quando diagnosticado na fase inicial, a sobrevida em cinco anos (porcentagem de pacientes que permanecem vivos cinco anos após o diagnóstico) pode chegar a mais de 95%.

O tratamento tem mais chance de ser bem-sucedido quando o tumor atinge apenas o órgão. No entanto, a maioria dos casos da doença é diagnostica em estágio avançado, quando o tumor já se espalhou para outras partes do estômago e as chances de cura se reduzem drasticamente.

O tratamento em geral envolve cirurgia, que cura a maior parte dos tumores iniciais, mas pode incluir radioterapia e quimioterapia. Nos casos mais avançados, pode incluir ainda terapia-alvo e imunoterapia.

“Conheça seu corpo e não ignore os sinais que ele dá. Aquele desconforto que você vem sentindo há semanas não é normal, mesmo que pareça algo simples. Não deixe o medo ou a correria do dia a dia atrasar uma avaliação que pode fazer toda a diferença”, finaliza o dr. Lucas.

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