Efeito fox eyes: o que é o procedimento que “levanta” o olhar?

A cirurgia para dar o efeito fox eyes deixa os olhos mais alongados e se popularizou entre as famosas. Conheça a técnica.


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Cirurgia geral

mão de médico mexe na pálpebra de paciente, para fazer o procedimento fox eyes

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Publicado em: 18 de abril de 2023

Revisado em: 24 de abril de 2023

A técnica conhecida como fox eyes, que visa mudar o formato do olhar para que fique mais alongado e sensual, pode causar riscos para a saúde.

 

Para “levantar” o olhar e deixar o rosto mais marcante, algumas pessoas têm realizado um procedimento conhecido como “fox eyes” (olhos de raposa, na tradução livre). O recurso, que pode ser cirúrgico ou não, é feito apenas para fins estéticos e ganhou popularidade a partir de 2019, após ser adotado por algumas modelos e influenciadoras digitais.  

“Busca-se uma elevação da cauda do supercílio (final da sobrancelha) e do canto lateral da região dos olhos. Ele dá um formato mais oblíquo, mais alongado ao rosto, levantando o olhar, que fica mais sensual. É muito procurado por mulheres e há diversas técnicas diferentes usadas para alcançar o objetivo”, explica Paulo Guimarães, cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e coordenador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

No entanto, o especialista reforça que nem todo rosto combina com o fox eyes. “A indicação é em mulheres com rostos mais finos e com traços delicados, já que o fox eyes proporcionará um olhar mais harmonioso. Além disso, peles muito flácidas ou com sinais de envelhecimento não combinam com a técnica”, complementa. 

 

Como é feito o fox eyes?

Há diversas técnicas que podem proporcionar o fox eyes. “De forma geral, necessita de algum tipo de incisão que é camuflada na região do couro cabeludo. Existe também o acesso direto junto a borda superior da sobrancelha, o indireto por via endoscópica ou por meio do mesmo acesso da cirurgia da pálpebra superior. Todas as opções vão depender de cada caso e da experiência de cada cirurgião”, afirma Cecin Yacoub, cirurgião plástico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. 

Veja detalhes das técnicas abaixo: 

    • Cantoplastia: é realizada uma cirurgia para fixar a pálpebra inferior em uma posição mais alta; 
    • Fios de PDO: são usados fios de sustentação na cauda de supercílios. É como se fosse um “lifting” não cirúrgico, que utiliza fios que são absorvíveis pelo organismo; 
    • Toxina botulínica e preenchedores: a substância relaxa os músculos e eleva a cauda da sobrancelha, dando volume na região ao ser aplicada na têmpora.
    • Ultrassom microfocado: é usado um aparelho que causa uma pequena coagulação térmica na pele, ajudando na regeneração e estimulando o colágeno. Dessa forma, promove também um efeito lifting ao diminuir as rugas e a flacidez do rosto. 

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Riscos para a saúde

Como todo procedimento cirúrgico, o fox eyes oferece riscos de intercorrências. Podem surgir hematomas e infecções, por exemplo. 

“A principal complicação é a lesão do nervo frontal, que passa na lateral da cauda do supercílio logo abaixo da pele. Ele afeta os movimentos da testa e supercílio”, afirma o dr. Yacoub.

Outros riscos que podem surgir: 

  • Aparência artificial das sobrancelhas; 
  • Problemas de visão, como a síndrome do olho seco;
  • Inchaços; 
  • Fraqueza muscular. 

“É importante sempre buscar um cirurgião plástico ou dermatologista que tenha um senso estético apurado e saiba aplicar as técnicas de forma adequada, sem comprometer a saúde e saiba minimizar os possíveis riscos”, reforça o dr. Guimarães.

 

Cuidados após o procedimento

Embora pareça um procedimento simples, é preciso tomar alguns cuidados após a aplicação da técnica. 

No pós-operatório deve-se evitar movimentos bruscos da cabeça e ambientes quentes. É importante também fazer repouso prolongado com bolsas de gelo e deixar a cabeça elevada nos primeiros dias para ajudar na recuperação. 

Não é recomendado dormir de lado ou molhar a região por alguns dias. Além disso, é melhor evitar atividade física por uma semana. 

Geralmente, depois da primeira semana, já é possível retornar às atividades normais de forma progressiva, de acordo com as orientações de cada especialista. 

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Sobre a autora: Samantha Cerquetani é jornalista com foco em saúde e ciência e colabora com o Portal Drauzio Varella. Escreve sobre medicina, nutrição e bem-estar.

 

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