Reanimação cardíaca passo a passo

paciente recebendo reanimação cardíaca

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Publicado em: 14 de março de 2018

Revisado em: 2 de janeiro de 2024

Quem sofre uma parada cardiorrespiratória e recebe reanimação cardíaca imediata pode dobrar e até triplicar a chance de sobrevivência. Saiba como fazer reanimação cardíaca.

 

Quem vê alguém sofrendo uma parada cardíaca pode ficar muito assustado e demorar para tomar uma atitude, mas, nesses casos, é essencial agir rápido. Segundo a American Heart Association (Associação Americana do Coração), a chance de sobrevivência cai 10% a cada minuto sem socorro. Em contrapartida, o início imediato das manobras de ressuscitação pode dobrar ou até triplicar essa chance.

Durante a parada, a pessoa fica inconsciente, deixa de responder a estímulos e para de respirar. Ao reconhecer esse momento, é preciso agir. Para acionar o Samu, ligue 192. Caso a sua cidade não tenha Samu, chame os Bombeiros ou o sistema de atendimento de emergência que for oferecido na região. Depois, inicie o procedimento de reanimação, conforme o passo a passo indicado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo:

  • Verifique os sinais de respiração por meio de sons ou movimentos do tórax. Se a pessoa não respira ou sofre para respirar, deite-a de barriga para cima em uma superfície rígida;
  • Ajoelhe-se ao lado da vítima, na altura dos ombros dela, e localize o centro do tórax, entre os mamilos;
  • Posicione os braços estendidos com os dedos entrelaçados, colocando uma mão sobre a outra, apoiando-se no centro do peito;
  • Mantenha os braços esticados e use o peso do corpo para fazer compressões rápidas e fortes;
  • Inicie compressões com a frequência de 100 por minuto (ou seja, 5 compressões a cada 3 segundos), comprimindo o tórax na profundidade de, no mínimo, 5 cm para adultos e crianças e 4 cm para bebês.

A manobra de reanimação deve continuar até a chegada do socorro ou se houver reação da vítima. É recomendada a troca de socorrista a cada 2 minutos para garantir a melhor qualidade do procedimento, pois ele é bastante cansativo.

“A capacitação do leigo para o atendimento precoce em situações como essa e a instituição do suporte básico de vida (SBV) – conjunto de medidas e procedimentos que buscam manter a vítima viva até a chegada da equipe de emergência – são fundamentais para salvar os pacientes e prevenir sequelas. O acionamento de um serviço especializado é de vital importância. Nunca devemos transportar alguém em condição de parada cardiorrespiratória”, explica Rodrigo Dionísio, cardiologista do Hospital e Maternidade Sino-Brasileiro.

Existem evidências sobre a redução da mortalidade em pessoas que receberam, de maneira imediata, as manobras de reanimação por voluntários e, com isso, conseguiram manter preservadas as funções cardíaca e cerebral.

Dionísio afirma que a simples atuação de um leigo que reconheça uma parada e chame o socorro especializado previne a deterioração do coração e do cérebro do paciente. “Existem evidências sobre a redução da mortalidade em pessoas que receberam, de maneira imediata, as manobras de reanimação por voluntários e, com isso, conseguiram manter preservadas as funções cardíaca e cerebral. Um rápido SBV proporciona até 60% de chance de sobrevivência”, afirma.

 

Respiração boca a boca não é indicada

 

De acordo com a American Heart Association, órgão responsável pela publicação científica das Diretrizes para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE), que servem de base para os procedimentos de salvamento nos Estados Unidos e no mundo, o socorrista leigo não precisa fazer a respiração boca a boca em adolescentes e adultos nos primeiros minutos de parada, pois quando essas vítimas entram em colapso de repente, ainda há oxigênio suficiente no sangue para manter os órgãos vitais saudáveis. Portanto, o mais importante é fazer as compressões, que ajudam na circulação do sangue para o coração e para o cérebro, até a chegada do atendimento profissional.

 

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Já em bebês, crianças e vítimas de parada cardíaca prolongada, afogamento, overdose de drogas e colapso causado por problemas respiratórios, ainda é necessário realizar a respiração boca a boca. Nesses casos, é recomendado fazer 2 respirações a cada 30 compressões.

 

Verifique se o local conta com um desfibrilador 

 

Se estiver em um local público, como aeroportos, shoppings, rodoviárias ou supermercados, pergunte se há um DEA (Desfibrilador Externo Automático) disponível. Esse aparelho não é exatamente como aqueles que vemos em filmes, com placas em que o médico passa gel, esfrega uma na outra e dá choques na vítima. Você mesmo pode manusear os modelos DEA. Ligue o aparelho, escute atentamente as instruções sonoras e posicione as placas no tórax da vítima, conforme indicação no próprio desfibrilador.

O aparelho faz uma análise da condição do paciente e dá as orientações necessárias. Quando há necessidade de choque, ele “pede” que os socorristas se afastem, e segue dando orientações para que o suporte seja realizado. “O que pode tirar a pessoa da parada cardiorrespiratória é o choque, mas se você não tiver um DEA, mantenha as compressões constantemente até o socorro chegar”, explica Dionísio.

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