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Cardiovascular

Aumentam casos de infarto em jovens

homem jovem com mão no peito, em sinal de dor. aumentam casos de infarto em jovens
Publicado em 03/08/2023
Revisado em 03/08/2023

Aumentam casos de infarto em jovens com menos de 40 anos de idade. Estilo de vida pouco saudável é a principal causa. Leia na coluna de Mariana Varella.

 

A notícia de que Bronny James, filho do jogador de basquete do Los Angeles Lakers LeBron James, sofreu uma parada cardíaca aos 18 anos trouxe à tona um assunto que tem sido subestimado pelas pessoas em geral: o aumento de casos de doenças cardiovasculares, entre elas o infarto, entre indivíduos com menos de 50 anos.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a cada 2 minutos, uma pessoa morre no país devido a doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e insuficiência cardíaca, o que torna essas doenças a principal causa de mortes no Brasil.

Veja também: Infarto em jovens: por que acontece e como prevenir.

Normalmente, elas atingem pessoas acima dos 50 anos e estão associadas ao envelhecimento, mas de 2010 a 2019 houve um aumento de 59% nos casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos, ainda segundo o Ministério da Saúde.

Embora as causas da parada cardíaca de James ainda não estejam totalmente esclarecidas, é pouco provável que elas estejam relacionadas ao estilo de vida do jovem, jogador de basquete como o pai. De todo jeito, o caso ajudou a jogar luz sobre o assunto.

O aumento observado no Brasil se deve principalmente ao estilo de vida pouco saudável da população brasileira, já que má alimentação, sedentarismo, diabetes, hipertensão, tabagismo e obesidade são fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

Problemas genéticos e congênitos (que nascem com o indivíduo, mas não são herdados geneticamente) também podem levar à parada cardíaca ainda na juventude, mas essas causas são mais raras e não explicam o aumento dos casos de infarto entre pessoas com menos de 40 anos.

 

Estilo de vida

Em 2022, havia 6,7 milhões de pessoas com obesidade no Brasil, ainda segundo o MS; cerca de 10% dos jovens entre 25 e 34 anos são hipertensos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou recentemente que  o Brasil é o país mais sedentário da América Latina, e que 84%  dos jovens de 11 a 17 anos são sedentários.

Não há dados consolidados sobre o aumento de diabetes tipo 2, condição que aumenta significantemente o risco de doenças cardiovasculares, em jovens e adolescentes brasileiros, mas um estudo publicado em 2022 no periódico “The BMJ” mostrou que a taxa da doença em pessoas entre 15 e 39 anos aumentou de 117 por 100 mil habitantes, em 1990, para 183 por 100 mil, em 2019.

Os dados nos mostram que nosso estilo de vida atual, em que passamos horas e horas sentados, sem nos movimentarmos, comendo mal e sob alto nível de estresse, favorece o surgimento dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares. 

 

Prevenção

A OMS recomenda medidas para a população geral e individuais para reduzir os riscos das doenças cardiovasculares e das demais doenças não transmissíveis, como diabetes e hipertensão.

Entre as medidas para a população geral estão:

  • Políticas abrangentes para controle do tabaco;
  • Impostos para reduzir a ingestão de alimentos ricos em gorduras, açúcares e sal;
  • Construção de vias para caminhada e ciclismo, com o objetivo de aumentar a prática de atividades físicas;
  • Estratégias para reduzir o uso nocivo do álcool;
  • Fornecimento de refeições saudáveis para crianças no ambiente escolar.

No nível individual, é preciso identificar, acompanhar e tratar aqueles que apresentam risco mais elevado de doenças caridovasculares: pessoas com obesidade, hipertensão, diabetes, glicemia alta, colesterol elevado, sedentárias, fumantes e que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas.

Para preveni-las, é preciso:

  • controlar o peso, evitando a obesidade;
  • manter a pressão arterial e a glicemia dentro dos limites recomendados;
  • ter uma alimentação balanceada, evitando o consumo excessivo de ultraprocessados, como bolachas recheadas e refrigerantes;
  • não fumar;
  • evitar o consumo de álcool;
  • e praticar atividade física regularmente.

Mudar hábitos não é fácil, e pouca gente tem condições de manter uma boa alimentação e fazer exercícios com regularidade. Então comece privilegiando os alimentos in natura e evite os alimentos ultraprocessados. 

Procure inserir atividade física no seu dia a dia: por exemplo, em vez de pegar o elevador para subir dois andares, opte pela escada; no trabalho, levanta-se da cadeira a cada uma hora e ande um pouco; e procure percorrer curtas distâncias a pé.

A gente deve começar a cuidar do coração desde cedo, e ninguém vai poder fazer isso por você.

 

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