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Câncer

O que é retinoblastoma?

Criança oftalmologista retinoblastoma
Publicado em 18/09/2023
Revisado em 18/09/2023

O principal sintoma do retinoblastoma, presente em 90% dos casos diagnosticados, é a leucocoria, um reflexo branco na pupila, conhecido como ‘sinal do olho de gato’. 

 

Retinoblastoma é um câncer ocular raro, mais comum em crianças e que se inicia na retina – tecido fino que reveste a superfície interna da parte posterior do globo ocular. Na retina estão localizados os fotorreceptores que transformam a luz em impulsos que são interpretados pelo cérebro como imagens.

A doença ocorre quando as células nervosas da retina desenvolvem mutações genéticas que fazem com que as células continuem crescendo e se multiplicando de maneira desordenada, formando o tumor. 

Esse tipo de câncer, além de prejudicar toda a estrutura do olho, também pode pode invadir estruturas próximas, incluindo o cérebro e a coluna vertebral.

 

Por que é mais comum em crianças?

De acordo com o dr. Hallim Féres Neto, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da Prisma Visão, o retinoblastoma é um câncer que se origina nas células em desenvolvimento da retina. Essas células são mais ativas durante os primeiros anos de vida, tornando as crianças mais suscetíveis a mutações que podem levar ao retinoblastoma.

“Além disso, o sistema imunológico das crianças ainda está em desenvolvimento, o que pode torná-las mais vulneráveis a outros tipos de câncer também, como os hematológicos”, explica o dr. Hallim.

A doença é causada por uma mutação no gene supressor de tumor Rb1. Na maioria dos casos (cerca de 75%), não se conhece a causa da mutação, que ocorre após a concepção. Nos demais, no entanto, os filhos herdam a mutação de um dos pais. 

Crianças portadoras dessa mutação tendem a desenvolver a doença mais cedo. Na maioria dos casos de origem genética, o retinoblastoma hereditário ocorre em ambos os olhos, em vez de apenas em um olho.

 

Veja também: Como saber se algo não vai bem com os olhos dos bebês?

 

Sintomas do retinoblastoma

Um dos sintomas mais característicos da doença é a leucocoria, também conhecido como “sinal do olho de gato”.

“Normalmente, esse sintoma é identificado depois que os pais tiram uma fotografia com flash da criança. Aí aparece  um brilho branco (e não vermelho) na pupila quando a luz incide sobre o olho. Isso pode ser um forte indicativo de que algo está obstruindo a passagem de luz nos olhos. A gente pode suspeitar que seja desde uma catarata, um descolamento de retina, até um tumor como o retinoblastoma. Sem a luz, as vias ópticas para o centro da visão, no cérebro, não se desenvolvem e atrofiam “, alerta o dr. Neto.

Outros sintomas podem incluir: olhos vermelhos, estrabismo, baixa visão e inflamação. 

 

Diagnóstico precoce

Se os pais suspeitarem de algum problema no olho, a criança deve ser encaminhada para um oftalmologista para fazer testes específicos, como o teste do fundo de olho e ultrassons. 

Além disso, é importante destacar que o teste do olhinho deve ser realizado logo após o nascimento do bebê e periodicamente até os cinco anos, faixa etária mais atingida pela doença. 

Segundo o Ministério da Saúde, o teste é simples e pode detectar qualquer alteração visual, levantando a suspeita da existência de um tumor, que pode ser confirmado pelo exame de fundo de olho. Além do retinoblastoma, o exame pode detectar outras doenças, como catarata e glaucoma congênito, cuja identificação precoce possibilita o tratamento no tempo adequado.

 

Tratamento do retinoblastoma

O retinoblastoma é uma doença curável em até 90% dos casos. “As terapias utilizadas vão depender do tipo de tumor, se atingiu os ambos os olhos, a extensão do tumor. Mas, normalmente, há um bom prognóstico”, esclarece o oftalmologista. 

Os tratamentos possíveis são: laserterapia, para os tumores menores; crioterapia (o congelamento e destruição do tumor); quimioterapia, para reduzir o tamanho do tumor e prevenir sua multiplicação; radioterapia, para ajudar a reduzi-lo; e em casos em que nenhuma dessas opções funcionam como forma de tratamento, é recomendada a retirada do globo ocular via procedimento cirúrgico.



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