Primeira refeição diária, o café da manhã é importante para fornecer energia ao corpo e controlar o apetite ao longo do dia. Saiba mais.
O café da manhã é uma refeição importante para fornecer energia ao corpo, que geralmente passou por um longo período de jejum durante o sono. Porém, muitas pessoas, por diversos motivos, acabam optando por não se alimentar nesse horário e só vão comer mais tarde, na hora do almoço.
A questão é se isso pode trazer algum prejuízo para a saúde. Afinal, o café da manhã é mesmo a refeição mais importante do dia, como dizem? Na verdade, não há uma resposta exata. Segundo Juliana Meireles, nutricionista da Unidade de Cardiologia do Exercício do Hospital Sirio-Libanês, em São Paulo, essa afirmação pode ser considerada um mito a depender do contexto e da perspectiva de cada pessoa.
“Embora o café da manhã seja uma refeição importante, a qualidade e a quantidade dos nutrientes em todas as refeições são importantes para manter uma alimentação saudável e equilibrada. A escolha da refeição e sua composição dependerão das necessidades individuais, rotinas e estilos de vida. Por comumente ser a primeira refeição do dia, há argumentos que fundamentam sua grande importância, como a quebra do jejum (comumente ocasionado pelo período noturno), que pode favorecer o início do fornecimento de energia, auxiliar na concentração e até no controle do apetite ao longo do dia”, explica.
Todo mundo deve tomar café da manhã?
Muitas pessoas, por conta da rotina ou mesmo porque acordam sem fome, acabam saindo para trabalhar sem tomar café da manhã – alguns tomam apenas uma xícara de café ou optam por ingerir algo mais simples, em vez de fazer uma refeição completa.
A nutricionista afirma que, apesar da importância dessa refeição, nem todas as pessoas precisam consumi-la da mesma forma. “É importante considerar as necessidades individuais, o estilo de vida e os objetivos de saúde para determinar a composição ou se a refeição é necessária ou não. Há pessoas, por exemplo, que precisam consumir [o café da manhã], devido à necessidade energética ou demanda de saúde.”
É o caso, por exemplo, de crianças e adolescentes, para o crescimento e desenvolvimento saudável; pessoas fisicamente ativas ou atletas, para reabastecimento de energia ou para preparar o corpo para o exercício físico; e pessoas com diabetes ou em tratamento de determinadas doenças, já que alimentação auxilia no controle dos níveis de açúcar no sangue.
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O que acontece se eu pular o café da manhã?
Segundo a especialista, pular o café da manhã pode levar à falta de energia, dificuldade de concentração, aumento do apetite ao longo do dia, descontrole glicêmico e problemas de saúde relacionados ao estilo de vida inadequado, que pode ser observado pelo padrão alimentar e desequilíbrio no fracionamento e composição das refeições.
“Estudos mostram que pessoas que não tomam café da manhã e jantam tarde, por exemplo, são mais propensas a ter outros hábitos considerados não saudáveis, como tabagismo e baixos níveis de atividade física. O hábito de ‘pular refeições’ sem ter uma estratégia nutricional orientada está relacionado a ter um padrão de dieta irregular que já foi associado, em outros estudos, a aumento no risco de obesidade, resistência à insulina e doença cardiovascular”, esclarece Juliana.
Por outro lado, pode haver benefícios em não fazer essa refeição, desde que a decisão seja baseada em uma estratégia nutricional prescrita, que considere o estilo de vida, padrão e comportamento alimentar ao longo do dia e a composição de cada refeição. “Como é o caso da estratégia do jejum intermitente, realizado por necessidade religiosa ou com objetivo de melhora de sensibilidade à insulina e perda de peso. É somente uma estratégia nutricional dentre outras que requer monitoramento e não se aplica a todos”, afirma.
Como montar um café da manhã saudável
A nutricionista diz que a composição e a quantidade dos alimentos devem ser individuais, mas considerando um padrão alimentar saudável e nutritivo, é interessante que o café da manhã tenha, pelo menos, um alimento de cada grupo alimentar abaixo:
- Uma fonte de proteína: ovos, iogurte, queijo, leite, tofu, pastas de leguminosas (como homus), frango ou atum, por exemplo;
- Uma fonte de carboidrato: pães, cereais como aveia, quinoa, flocos de milho, tapioca ou cuscuz, por exemplo;
- Uma fonte de vitaminas, minerais e fibras: uma porção de fruta ou legumes.
Além disso, pode-se adicionar ainda uma fonte de gorduras insaturadas, como oleaginosas e sementes (in natura ou presentes em granolas).
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